terça-feira, 31 de janeiro de 2017
Ponta do mundo.
sábado, 28 de janeiro de 2017
Não queria dizer isso.
Ela acordou desesperada, simplesmente por ter acordado, não fez efeito, talvez fosse defeito dos calmantes e antidepressivos.
A vida é uma fonte de água salgada que deixa amargo na sua boca todas as noites que tem que dormir, sozinha, solitária e apavorada.
Olha para os quatro cantos da parede, vê a cortina branca sobrevoar o quarto como fantasma que avisa que ela está sozinha e assim vai ser pro resta sua vida.
Ela levanta e vai em direção ao criado mudo, ambos calados, ela mais uma vez chora em silêncio, pedindo a Deus fim do tormento ou mais coragem para se matar, ou pelo menos conseguir. Queria de novo a infância ou nunca ter conhecido aquele cara, que agora transa e goza sua felicidade, enquanto ela repete para si mesma que não teria coragem de... Dessa vez, infelizmente... teve.
Acordou, atônita no hospital, não se recordava que há quase um mês atrás foi encontrada desacordada em sua cama. Não sentia dores nem angustia, quando olhou pro lado, viu um sorriso largo, com os olhos apertados, alguém que ela conhecia bem, não acreditava no que estava acontecendo, sorriu devagar e silenciosamente, pelo canto da boca, ele segurava flores, ela segurava a emoção, não podia e nem sabia o que dizer, como ele poderia estar ali? como ela poderia estar ali? quis dizer alguma coisa, quando na verdade ninguém precisava dizer nada.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Samara, a vida é tão rara.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
Diz que temia
Enquanto você não se decidir, se o futuro te espera, se teu presente te desespera, com medo do que está por vir.
Mas se acha que vai amanhecer sempre nublado, recorde que ainda cai a noite aqui, e longe em tua casa, e quando essa meia luz trouxer mágoa e arrependimento em teu coração, quando distante o vento o sol- se esconder- você sentir abater da vida, o bater na porta e o aperto não se aguentar no peito, olhe para sua janela do fundo, na sacada que dá para montanha, lembre-se que já estive lá.
Não sei quando vou te ver, nem por qual caminho andarás, sei que minhas tardes vazias estão cheias de saudades.
E quando estive em tuas mãos as minhas te perderam no toque do vento, no frio daquela rua que daria direto na praça, que andamos de mãos dadas, sob a luz do sol, sobre a luz sol; ela nunca nos fez tão bem.
Mas hoje você anda sozinha por essa rua, me descobre distante e compreensivo, enquanto oramos distantes, conversamos com toda essa história que nos cerca.
Não quero que pense que estive alheio a toda sua dor, ou que imagino que nunca teve erros, graves, atalhos e tormentos, mas gostaria que soubesse que não sou forte, não tenho sorte e que você deve entender isso.
Vai fechar seus olhos, derramar qualquer lágrima, quando não deu certo da gente se encontrar nesse final de semana, mesmo que o atual nem tenha acabado. Seria o destino decidindo que a gente tem que esperar? Um outro final de semana ou uma vida inteira...
Se for na próxima que te encontro, tudo bem, valeu a pena todas essas noites perdidas.
Ele não temia, ou pelo menos diz que temia, estava preso na sua mente, mais do que no seu quarto, preferia seguir em frente, olhando para trás, com receio e medo.
Pelo alto e bom som do teu silêncio já percebo que as coisas não vão indo bem, mas isso não me convém, todos nossos problemas e medos nos condicionam à solidão. Pobre velho destino, quanta falta nos fará o tempo perdido.
Mas quero que esteja bem e sorrindo, seja chegando ou partindo o tempo afastou a gente e deixou um aperto no peito, como um aperto de mão de quem estava louco pra se abraçar.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Círculos do caribe
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
Eu tenho depressão?
Me acordando no meio da tarde, chuva lá fora, e essa angústia de ultima hora, me fazendo acreditar que a vida é um pedaço de existência que não faz o menor sentido.
Quando duvidou do que sentia, era como se não sentisse mais, mas eu sei que quer dizer que o domingo nunca acabe, sei que quer dizer que tuas vestes brancas são teus refúgios.
Tão estranho essa distância de querer estar perto, tão rara essa facilidade de falar as coisas mais absurdas, tão rara essa vontade de passar a vida toda num fim de tarde, no meio da, no inicio da madrugada.
Hoje as ondas negras povoam meu quarto, estabelecem e estabilizam a minha visão, descobrem soltas as verdades que poderia te dizer, com palavras que não deveriam ser ditas.
Sinto que hoje irá me contar tudo que viu na primavera de teus duetos, nos dias mais esquecidos e remotos da tua alma.
Quando te fazia sorrir no meio das lágrimas, como isso te espantava, como era fácil perder o horário, perder a direção, em qualquer dia da semana, mas eu quem preciso ir, eu quem preciso decidir, se espero tudo dar errado ou erro sozinho.
Não sei quanto tempo a gente suporta a indecisão da vida, querendo gritar e falar de tudo novamente, das angústias e preocupações, ou deixa a vida conduzir a gente, obrigando a gente a fingir que não ta falando disso, mas o olhar denuncia: podemos resolver tudo hoje? ou deixa pra o resto da vida?
Não quero ser ingrato ou estúpido, com o passado que bate a tua porta, não quero dizer que nada mais habita no peito meu, mas é que me assusta teu sorriso e paciência, abracei um corpo paralisado nas altas da madrugada, tremendo e chorando, assim como eu, senti que existia segredos além da vida, quais eu não compreendia, era só um sonho, ou outro pesadelo. Repensei se era errado o que fazia: Esperar tudo e tanto de quem talvez nunca me esperou um dia.
E não deu tempo, dentre todas estas provas de amor, de saber que ama?
Não percebeu, que nossos sorrisos fáceis, querem dizer que nossas almas se completam?
Ok, tudo bem, não era pra hoje, não era essa semana, eu respiro solidão, encho os olhos de lágrimas e te peço, me deixa aqui quieto, isso vai passar.
Não quero ter outra vez que decidir entre tentar ser feliz ou ser feliz sem tentar.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
Médicas e portas.
Meu bem, a distância maior é do teu sorriso e meu olhar.
Tua roupa branca, essa sensação que espanta e espalha vertigem nos piores fevereiros da minha vida.
Mas eu sei que terás que salvar as vidas dos que te encontrarem, sem que seja parada no tempo e nos cafés das esquinas mais escuras da cidade.
Desculpa essa retórica, infantil e romântica, muita poesia e citação de música, é que descobri que os outros falam tão bem do que eu sinto, porém hoje sei que arriscaria uma vida inteira, pela tarde, daquela parte que até o calor pareceu nos observar.
Longe do que diz que quem te trouxe ao mundo, de que teu destino seguiu em frente te puxando pelo braço, quieto e amordaçado, arrisco um sorriso contente.
Sorrio bobo em pleno meio dia, e essa alegria é contemporânea, porém se dizes que deves viver o momento, parar de se preocupar tanto e tanto com o futuro, eu do escuro do meu pensamento, e tanto e tanto; sombras e ecos me fazem devolver para você tudo que tive e perdi. É um verão amargo.
Queria te dizer que tive a certeza que teus olhos sorriem junto com você, mas não me leve a mal, preciso ir, querendo desesperadamente ficar, não é precipitação, ainda mais que o que me falta é justamente o que já tive.
Vou embora, mesmo ficando aqui, daqui para frente não tenho mais o direito de te colocar em minhas poesias, nem por em risco teu planos.
E como é difícil te dizer o que você já leu em meu olhar.
Deus é mais qualquer dia tentar te esquecer, mas sei que quando decidi ser sozinho, foi por que nunca quis ser assim.