Teu cheiro morando em meu passado, arquitetura dos teus olhos ensolarados, brise forte desse teu sorriso sensível, que tanta falta fez, que tanta falta faz, que tormento fará, sua falta e tempestades em finais de semana atônitos de setembro.
Entra julho puro e piramidal, e teu corpo no espelho em espiral, dos maiores e desconcertantes desencontros. Faz tanto tempo que a gente não se vê.
E quando cair a chuva desacostumada no para-brisa do meu carro, eu vou arrancar uma lembrança desse teu sorriso, pois as ruas do meu mundo tem mais estrelas pra gente olhar e te dizer que é preciso:
-Volta, volta sem pressa que a vida é essa volta toda que nos dá, que cada tempo que gente perdeu se perdeu na falta de tempo que a espera costuma aguardar.-
Conserva calado, o som dos passos apressados, daquela praça e dos semblantes dos andantes, que ninguém tem 15 anos pra sempre, mas sempre vai ter do que lembrar. Outra hora a gente descobre que amanheceu, que amadureceu, que reconheceu que queria ficar um pouco mais, com um pouco mais de sorte a gente também descobre que se descobrir foi a melhor descoberta dessa semana.
As escadas e os escombros que moldaram teu corpo e espírito, os esconderijos e âncoras, que crucificaram as primaveras, compreendiam melhor que nos teus medos e mantras, quando se escondia debaixo da cama com medo de o mundo e as coisas de repente mudar, tinha um pouco mais que saudade.
Quando olhei pro lado vi muitos fugindo da chuva, ri desconcertado, não vi vantagem alguma; fiquei sentado no banco sendo maestro das flores do chão, perdendo a conta, nos cantos, dos pingos que caiam , balé muito bem ensaiado, como se eu mesmo fosse bailarino dançando com a menina dos teus olhos, por tudo que eu tenha pensando, veja... orando para que tudo isso eu não tenha sonhado ou que novo te veja.
E eu entendi cada palavra que me disse, mesmo quando não disse uma palavra, quando me contou que mudou de acordo com as notas frias do tempo, que precisou ter o rosto sereno quando o mundo desabou, que teu cais e porto seguro não segurou tão firme sua mão, que de novo teu castelo estava em construção e você não sabia a direção, saía na contramão, erguendo o braço para quem vinha, que não se reconhecia até se conhecer, mas que alguma coisa, e até para ser forte era difícil, quando o melhor era chorar, e nos vendavais das semanas solitárias se esculpiu em solidões, tendo a rua companheira confidente desconfiada. É verdade, todas as mentiras e poemas desperdiçados com a maturidade, te fizeram outra pessoa, mas algo não mudou, seja lá o que for, ainda está lá, não em nada mudou, a gente vê nos teus olhos, acho que o nome dessa coisa é amor.
segunda-feira, 26 de junho de 2017
sábado, 10 de junho de 2017
Sete ondas de outubro
Em meu nome são os tempos da igualdade, por mais feridas que eu tenha. Marco no calendário o mesmo dia que a luz acende.Você foi a erva daninha que danificou meu jardim, sugou a paz que havia antes de qualquer ventania, por isso meus olhos não mais pousaram em você, por isso fingirei que não existe, porque, na verdade, você nunca existiu.
quinta-feira, 8 de junho de 2017
Metálico
Mesa de bar, um rosto surrado e um cigarro à meia luz se apagando como o brilho do olhar e a lâmpada que o garçom fez questão de desligar para me por para fora...
Varrendo o chão lentamente e me olhando, em seu pensamento; misto de 'pobre diabo' e 'diabo pobre'.
Essa resquício de uma tarde melancólica e parada, com o vento soprando o próprio vento para frente.
Nas casas as placas de "vendo" no meu peito o maior descontentamento que existe.
Onde você está agora? Qual rua? Qual praça? Qual esquina? Imagina se eu soubesse... não iria te ver, mas me tranquilizaria qualquer noticia do seu paradeiro.
O garçom compadeceu da minha tristeza, estampada no meu semblante estúpido, mas estava mais consternado com seu sono e cansaço, me deu um abraço, a conta e um até logo.
Eu vaguei por horas, e cada demora em um bar, um copo do pior conhaque me fazia sentir melhor, perto do dia, amanheci...adormeci largado na sarjeta, me poupem dos seus medos e penas, eu estou onde queria estar...
Já recuperado e sujo, em casa sentando na cama com um vinho barato no chão, não me arrependo de nada, as feridas e frustrações que trago na pele poderiam me inibir de repetir, mas a noite o corpo implora para alma deixar sair, quando não dele mesmo, de casa.
Enquanto a tarde não acaba, eu grito essa merda toda, misantropia e distimia, arritmia do meu coração sem cadência, compasso e interesse. Quero que esse mundo e e esse vinho acabe num gole, que a vida me implore perdão e paciência.
E o que me traz dor também me alivia, mesmo a fonte das lágrimas é onde limpo minha alma, deixa eu traduzir: o mal que vem de você também me traz paz, ora me faz rir. E o barulho da tua voz, e esse meu desejo imundo, daria sim, meio mundo por um abraço mudo.
A promessa de um amanhã melhor não fará o hoje melhorar, ainda assim alivia saber que amanhã chegará. Mas que besteira eu estou pensando... o vinho acabou, nos teus dedos o desejo é colocado na boca, e eu com a voz rouca penso nunca ter visto isso antes. São os desenhos que teu corpo tem na escuridão que deveriam tocar minha pele, e quando besteira em tão pouco tempo a gente já se sente eterno...
Perdão, quando chega o fim da bebida a gente pensa como se fosse no fim da vida, procurando correndo outro bar, antes que alguém nos encontre.
Varrendo o chão lentamente e me olhando, em seu pensamento; misto de 'pobre diabo' e 'diabo pobre'.
Essa resquício de uma tarde melancólica e parada, com o vento soprando o próprio vento para frente.
Nas casas as placas de "vendo" no meu peito o maior descontentamento que existe.
Onde você está agora? Qual rua? Qual praça? Qual esquina? Imagina se eu soubesse... não iria te ver, mas me tranquilizaria qualquer noticia do seu paradeiro.
O garçom compadeceu da minha tristeza, estampada no meu semblante estúpido, mas estava mais consternado com seu sono e cansaço, me deu um abraço, a conta e um até logo.
Eu vaguei por horas, e cada demora em um bar, um copo do pior conhaque me fazia sentir melhor, perto do dia, amanheci...adormeci largado na sarjeta, me poupem dos seus medos e penas, eu estou onde queria estar...
Já recuperado e sujo, em casa sentando na cama com um vinho barato no chão, não me arrependo de nada, as feridas e frustrações que trago na pele poderiam me inibir de repetir, mas a noite o corpo implora para alma deixar sair, quando não dele mesmo, de casa.
Enquanto a tarde não acaba, eu grito essa merda toda, misantropia e distimia, arritmia do meu coração sem cadência, compasso e interesse. Quero que esse mundo e e esse vinho acabe num gole, que a vida me implore perdão e paciência.
E o que me traz dor também me alivia, mesmo a fonte das lágrimas é onde limpo minha alma, deixa eu traduzir: o mal que vem de você também me traz paz, ora me faz rir. E o barulho da tua voz, e esse meu desejo imundo, daria sim, meio mundo por um abraço mudo.
A promessa de um amanhã melhor não fará o hoje melhorar, ainda assim alivia saber que amanhã chegará. Mas que besteira eu estou pensando... o vinho acabou, nos teus dedos o desejo é colocado na boca, e eu com a voz rouca penso nunca ter visto isso antes. São os desenhos que teu corpo tem na escuridão que deveriam tocar minha pele, e quando besteira em tão pouco tempo a gente já se sente eterno...
Perdão, quando chega o fim da bebida a gente pensa como se fosse no fim da vida, procurando correndo outro bar, antes que alguém nos encontre.
terça-feira, 6 de junho de 2017
Cromado.
Os céticos e os cínicos, cães que guardam a sete chaves suas mentiras, tocando em ré maior os motivos que os distanciaram, como se deixasse claro que nunca deveriam ter se aproximado.
Senhores e senhoras do abandono, do sorriso amargo e do olhar falso, distêmicos, distantes e pálidos, tentando Thanatos tomar consciência que as coisas costumam dar errado sempre.
E seu silêncio constrangido no pior momento, temido, esperando que volte ao normal o mal que não deveriam fazer tudo se desequilibrar.
A distância nunca foi a melhor opção, deixar um barco sozinho no oceano perdido, à deriva delirando, jamais fará com que ele volte ao cais.
Ágatas e agouros, festejos fúnebres, quando nós fingimos que acreditamos em nós, nos nós da garganta, na gargalhada estéreo e opaca, que denuncia que aqui há um velho rancor. Ranca de mim essa precipitação de poupar, acredite em mim, tudo que digo é sincero, ainda que espero que não entenda, mentiras e verdades querem dizem a mesma coisa. Meu pior disfarce não tem nada a ver com o que tenho por dentro, mas sim o que não quero passar por fora...
Por fim, vejo que sua distância me faz bem, ainda que hoje eu não perceba isso.
Senhores e senhoras do abandono, do sorriso amargo e do olhar falso, distêmicos, distantes e pálidos, tentando Thanatos tomar consciência que as coisas costumam dar errado sempre.
E seu silêncio constrangido no pior momento, temido, esperando que volte ao normal o mal que não deveriam fazer tudo se desequilibrar.
A distância nunca foi a melhor opção, deixar um barco sozinho no oceano perdido, à deriva delirando, jamais fará com que ele volte ao cais.
Ágatas e agouros, festejos fúnebres, quando nós fingimos que acreditamos em nós, nos nós da garganta, na gargalhada estéreo e opaca, que denuncia que aqui há um velho rancor. Ranca de mim essa precipitação de poupar, acredite em mim, tudo que digo é sincero, ainda que espero que não entenda, mentiras e verdades querem dizem a mesma coisa. Meu pior disfarce não tem nada a ver com o que tenho por dentro, mas sim o que não quero passar por fora...
Por fim, vejo que sua distância me faz bem, ainda que hoje eu não perceba isso.
quinta-feira, 1 de junho de 2017
Quando se foi no dia dificil
Vou dizer sóbrio que sobrou coragem.
Coisas e começos causais, improváveis.
Tua presença inconstante e semanal.
Nossa pseudo promessa silenciosa e irracional.
A verdade que escondemos e nossa vontade insondável.
Que essa sensação ao te ver é desespero e vertigem.
Todos sabem que o tempo e a distância são pontos cegos no céu de estrela rajado, que o peito sabe bem como adiantar o tempo, rodar o relógio mais rápido... transformar milhares de quilômetros visíveis ao olhar.
Mas na pedra meu silêncio se contenta, observar a cidade adormecer, sob as luzes dos postes a gente descobre que era melhor nada descobrir
Coisas e começos causais, improváveis.
Tua presença inconstante e semanal.
Nossa pseudo promessa silenciosa e irracional.
A verdade que escondemos e nossa vontade insondável.
Que essa sensação ao te ver é desespero e vertigem.
Todos sabem que o tempo e a distância são pontos cegos no céu de estrela rajado, que o peito sabe bem como adiantar o tempo, rodar o relógio mais rápido... transformar milhares de quilômetros visíveis ao olhar.
Mas na pedra meu silêncio se contenta, observar a cidade adormecer, sob as luzes dos postes a gente descobre que era melhor nada descobrir
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