Não podia falar à tua lágrima, nem podia silenciar meu canto
de amargura. Não sei dizer poesia pura, sem tecer espinho pra te afastar; era a
rosa cinza que fazia mal ao tempo, todos os vários dias teus, perfeitos e
sintéticos, tudo nas tuas mãos e aos teus pés, soletrando nada que podia te
faltar.
Mas eis que sois entendida com a verdade do mundo, a
veracidade do profundo, os seres e sais, dos piores incômodos que a vida
descreve: Quatro minutos e nenhuma palavra sequer, mas se quer entender; saiba
que nem tudo tem explicação.
É uma nebulosa, fraca e irreal, aquecida nos contatos dos
ladrilhos do meu banheiro. Pincelando teu tempo de criança, acalorando tuas
horas na escola. Pois é, os anjos e seus cadáveres prontos para despertar,
todos eles terminando em "el", sabe-se lá o porquê.
O tempo e a espera, qualquer um se desespera, o acorde entre a distância e a saudade faz da gente seres sem rumo, sem prumo, olhando pra esquina esperando alguém dobrar.
O martelo que compõe e incomoda meus ouvidos, colabora para
falta de ar e o peito apertado, mas eu queria ter o dom de traçar destinos,
faria isso com todos os meninos, para que desde cedo soubessem o que dava pra
ser, mas tenho poucas alternativas, vendo cair sobre a pista a chuva fina que
molha cada pequena planta solitária de beira de estrada, cada pedra suja de
ponta de asfalto, como dança coreografada, como orquestra de tambores ruídos,
fazendo o barulho certo, no tempo certo, tudo isso é a vida que vai passando
lentamente e a gente, poderia muito bem não precisar sofrer.
O tempo e a espera, qualquer um se desespera, o acorde entre a distância e a saudade faz da gente seres sem rumo, sem prumo, olhando pra esquina esperando alguém dobrar.
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