"Morro de saudades e a culpa é sua" V.L.

Para que haja luz eu tive que ver a escuridão e ninguém me avisou o quão seria difícil. Nós não somos faróis para ninguém, não somos e nem temos que mostrar o melhor caminho em meio a esse mar revolto, em meio a tempestade. Cada um escolhe e trilha seu caminho. Todos somos barcos.

Até que as despedidas e os preconceitos nos afastem, temos todas as chances para dizer que tudo vai dar certo. 

O silêncio é o símbolo da certeza que tudo pode passar e ficará bem. Há quem procure a dor e se aconchegue com ela...

Nos silêncios de teus erros eu me reconheço e compreendo. Na paciência que tive e que terei que ter; me desconcerto.

-"Mas amor, o tempo é fera, feroz, que feri e foge, por isso, antes do tempo passar, passa aqui... deixa teu sorriso."-

Minhas palavras e roupas amarrotadas, minha fria alma que está perdida e indo na direção certa. Não me preocupo com o som que sai da minha boca, pois minha voz roca tem sina de ser frebil.

Convém reter na retina as memórias do tempo que a felicidade vazia, fazia morada aqui do lado, que o café amargo tinha cor, que a gente podia, em pouco tempo estar naquela praça, que a distância não era verdade nem fazia sentido....
E a fumaça que atrapalhou nossa conversa me fez tossir, era a névoa do tempo, dizendo a verdade:
Nenhuma palavra que sai da boca supera o gesto que sai das mãos. Nenhum eu te amo vale mais que um abraço. Nenhuma saudade existe sozinha. Sendo assim, até o silêncio pode dizer mais.