Quanta historia se passou nos olhos do tempo, e no relento vendo a casa velha, fronte a casa nova; se foi o corpo dilacerado, mas resta intacto o coração..
Como oração ela pede pra ele acordar, anda José, hoje você tem que trabalhar. Casal normal, tão normal beira o estranho, Carlinha com seu corpo de modelo, seu rosto de modelo e seu gênio de Carlinha mesmo, era difícil conviver assim, com uma morena cor do pecado e meio trago de magoa do peito.
- Amor, trabalhar hoje? DOMINGO?-
- Realmente não vi, vai me culpar por isso também?-
E dormia, lembrando das músicas que sabia as letras, das receitas que comia quando criança, tanta vontade de chorar e molhar o travesseiro, quanto tudo deixei pra trás, QUE TANTA VONTADE DE CHORAR, essa merda de tempo passa e arranca tanta coisa de mim.
-CARLINHAAAAAAAA, onde está meu tênis azul?-
-Achei que não fosse mais usar, dei pro meu primo Gaspar-
Ora, era essa a vida que eu sempre quis, vive sempre do meu lado, como dois pés que mesmo separados andam juntos, Carlinha e José, um dia brigam outro riem das brigas de ontem, e como se não bastasse, o tênis azul era o preferido do José...
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