“E as cartas coloridas se
desviaram e desintegraram nas tuas mãos molhadas, e como engoliu as dores,
passando pelas flores que mancham as calçadas, sem ver as arvores e os pássaros.
Chora o poeta no canto da praça, no banco de cimento, chora por dentro, por
chorar, pois motivos há para sorrir, mas chora porque sente que da felicidade
surge tristeza, e confunde a beleza de um olhar com luminosas inquietações,
vendo carregar, as formigas, as folhas das flores na calçada, do buquê que
trouxe para você, no verão passado. Ainda estou parado naquela estação, e
contemplo a imensidão deste lugar, e eu pequeno dentro de mim prefiro meu
interior, pois assim estou, sabendo que da vida só nos resta esperar, o fim,
enfim o poeta se levanta, enxuga as lagrimas, chuta as flores, e sai correndo,
para onde, Deus sabe, talvez, chorar suas magoas longe daquela praça, onde
ninguém mais possa ver.”
“Gravei em torno das faíscas dos
meus pensamentos teu falar tranqüilo, e enquanto andava solto pelo tempo,me
refiz intenso, portando pedras preciosas nas lições que aprendi. E recordei de
quanto chorei, e me maltratei, em musicas e frases, das jóias do teu coração,
pois me alegra a calmaria, e me desconcentra o frio, sendo certo, de todas as
coisas que aprendi, descobri que aprender é sempre incompletude, e de tudo que
sei, são, de certo, a vontade que guardei de abraçar teu corpo a mil, na pressa
dos horizontes de qualquer cidadezinha do interior”
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