Sei que tem nessa tristeza qualquer coisa de esperança,
feito a bailarina menina dos teus olhos que quando chove se tranca em casa, que
passa e não observa a beleza da praça, do vazio dos bancos e da cruz pendurada
no meio do caminho.
Em cada sorriso forçado, retirando os escombros e entulhos
da alma, como se fosse fácil fazer o mundo acreditar na sinceridade de uma
solidão, era mais que isso... A gente tinha muito o que dizer.
O desespero de querer dar certo sufoca e constrange, talvez
seja essa a verdadeira dor; aquela
saudade que acomoda a solidão nos braços, um medo desgraçado do "como será
daqui pra frente", sempre em frente olhando para trás com olhar pesaroso.
Fugi o quanto pude dessa lembrança, mas está consumado, em minha cabeça dei fim
ao que meu peito ficou meio balançado, por mais que eu escolha a razão, eu
ainda tenho muito o que saber dos caminhos do mundo.
Ontem lembrei de você, queria te falar das noites que chorei
pensando, dos dias que perdi lembrando, das horas que me pegava perdido mirando
o nada, do tempo que pregava que o tempo era meu escravo e eu dono do meu
destino. Hoje, fraco e esquecido, admito, o tempo é meu senhor, meu dono e
diretriz, e enquanto puder, vou sentir muita falta sua e ainda assim fingir que
sou feliz.
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