Eu queria ter na vida, ou simplesmente, na falta dela, teus olhos verdes fazendo festa ao me ver.
Na varanda do mundo eu olho teus cabelos ao vento, já aceitei e sei que os dias vão correr, a morte virá e tudo bem, nossas almas são espelho, distante e sem reflexo, é uma moldura que separa duas realidades.
Mas o tempo passa e as pessoas piscam e somem como luz no céu, e não temos tempo para conversar, eu vou viver fingindo que esqueço que as coisas são tão duras, mas eu quero sorrir. Só me permito chorar algumas vezes que a lembrança e os sonhos rasgam a tarde quente, entrando doido pela janela, parando na minha frente, esquisito, sorrindo e dizendo "Agora não é tempo de ser feliz, só me abrace e se desgrace imaginando as coisas".
Veja que o que pediu foi realizado, mas espero que isso não faça vida menos feliz. Alguma coisa me lembrou você, e isso é terrível, pois eu estava só, e sozinho pude crer que a chuva não é nada, senão nossas lágrimas.
Outra vez nós dois estamos falando de amor e saudade, para cada silêncio meu; uma poesia de final de ano.
E para que eu não chore, novamente, me despeço com a certeza que minhas palavras atravessam os céus e as montanhas, e de forma estranha, chegam aos teus ouvidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário