Aflora.

 

Eu não quero mais esperar, não avalio teu olhar, que, ora mente, ora dissolve, canções tristes que atraem tristeza. Você tem um rosto distante, que acha enganar com carinho.

Certas coisas da vida são estranhas, a dado momento, e os que sabem esquecer tem o dom de permanecer renovados para cada nova experiência.

Hoje decido sair, decido andar para frente, com lágrimas nos olhos, sentindo o salgado, sabor de decepção, hoje preciso me compreender, fugir dessas mentiras, quais nos aprisionam.

Entenda, quem ama, rompe o tempo, barreiras e ri do destino, se desfaz dos muros, e abraçam sem medo, o corpo do bem querer.

Não me compreenda covarde, não me entenda insuficiente, é que teu coração é recipiente vazio, precisa de um mundo pra encher, e eu dentro de mim tenho nebulosas, raios e escuridão, espero mais que vulcão sozinho, e abraços de finais de semana. Eu quero pra mim o simples das prosas, o cheiro das rosas, eu quero poder, poder, sem ter o que temer, reverter meus medos a palpo das ruas cheias de pessoas, é subir o olhar e ver  sol, brilho de tua estrela, é não precisar me esconder contigo, é fazer do abrigo, que nos estamos, lugar visitado.

Pode ser que ache tudo isso poético, patético, pode ser que desagrade a falta de rima, pode ser que saiba que minha sina é drama e falta de alegria, mas não me olhe assim, não chore perto de mim, eu não sei como reagir, me atraco sozinho no porto dos meus medos, e faço segredo do que normal, teus degredos acabam para mim, está noite que passou foi a gota d’água, que me afogou, que me jogou, pra fora da tua órbita, cansei de esperar os fogos explodirem, parto com o fardo que eu mesmo fiz questão de carregar, adeus, adeus meu amor, é chegada a hora de fugir do teu doce olhar...