Se eu inventar
uma tristeza qualquer, trate de fingir um sorriso, pois não me encontro em
condições de te alegrar. Embriago-me às lágrimas dos teus esquecimentos, não me
controlo, não me consolo, e me perdi sozinho nas ruas do meu ser, ruas escuras
e com arvores que dilatam a luz no chão. Queria poder sentir nas palavras das
pessoas o quanto elas não são sinceras.
Não estou bem,
isso não é culpa de ninguém, mas sei que está cansada de ouvir isso, hoje foi
um dia duro, e ontem foi pior ainda, e você ontem não quis me entender, hoje
sequer pensou em como estou, não, tudo bem, não sou tão bom assim, mas
acredite, qualquer ser humano é ponta de universo, e dentro de um inverso
qualquer, é algo de amor, e qualquer que seja merece o mínimo de atenção,
carinho e respeito.
Começo a
desconfiar dos nós, desconfiar de mim, não é que seja tudo o fim, mas sabe, da
uma dor tão forte no peito, uma coisa ruim, um gelo no estomago, e a boca
começa de leve a se deformar, e sabe, as lágrimas vem sem querer, e o choro no
meio da garganta inflama, quase vontade de querer chorar, e não sei se sabe, mas
é uma dor tão ruim, que não consigo explicar, parece sentimento de morte
interior, e ouço um grito “As pessoas deveriam se importar mais com as dores da
gente.”
Vou
fugir um pouco de mim, instalar diamantes de proteção nos meus olhos feridos,
sei do que falo, quando indago o porquê de tudo isso, e quanto mais me
pergunto, me sinto solitário nas respostas, e quanto mais acho que está tudo
feito, penso, a resposta certa para a vida sem dores é respeito. E quando for
fazer algo, seja lá que for, pense se
isso não irá causar dor, pois as palavras são pedras que caem de montanhas, se
encontrar alguém lá embaixo, pode matar, e as faltas de palavras na hora certa
é como oxigênio para o afogado, e não me leva a mal não, mas cansei se ser
sempre mal amado, mal interpretado e fazer tudo pra dar certo e tentar abrir a
porta e bem vestido, ficar deitado a noite inteira, e tremendo de tristeza,
esperar amanhecer, pra Deus sabe o que.
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