segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
Das horas que estão longe
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
O dia da estrada
Um dia no presente eu penso no amanhã do futuro, bobo com o sol e a lua, tua face nua, sem flores ou fingimentos. O andar do dia te engole, teu livro não abre, tua cria não parte, você ainda faz parte dos sonhos e solidões que tive.
Por volta do meio dia eu descubro o cansaço de uma vida toda, com sono por ter dormido mal a adolescência inteira e o medo de uma vida quase inteira pela frente.
Entre as coisas que pus sobre a mesa, estão meus tratos, meus trapos e meus lamentos. Todos organizados de modo a não ocupar espaço, a não fazer barulho. Estou preparado para deixar esta casa e viver escondido nas entranhas do universo.
Amanhã, quando o futuro descobre que não existe, eu recordo de meus sonhos de meninos ( eu e eles tivemos que crescer). Meus olhos escuros viram coisas e cosias que já não lembro.
Lembro do caminha da escola, da primeira namorada, com ideias na cabeça, do tamanho do que eu achava o que era o mundo.
Estrada da vida, da morte e do mais for ou será.
( parte inspirada na música "Estrada da vida" de Ronnie Von)
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
Das dívidas que perdoei.
Sou muito apegado aos laços e despedidas. Perdão por algo que tenha feito no calor dos meus erros.
Não haverá valor nos dedos tremidos de minha mão. Não tem contato ou contas a pagar, não quando há coisas mais importantes em jogo, essa dor, esse fogo, essa mágoa profunda e esse sensação estranha, acariciada com a vontade de chorar.
Como sei que não estarás para sempre nas folhas e papel, como tenho certeza que a fonte de todo sofrimento é o pensamento.
Uma insistência e um assunto encerrado, olhos e mãos que não se tocam há muito; na mente uma sensação de que tudo não valeu a pena, que era uma cena: Somados os sonhos, o que restou foi uma desilusão.
Um primeiro poema que desbancou o dia, gritou desesperado:
"PORRA, NÃO ME DEIXE IR, sou fraco e estou cansado, tenho medo e estou apavorado. Tenho andando errado e todos notam, eu percebo, porém ninguém pegou minha mão no momento mais difícil. Os julgados, inválidos e imperfeitos não são estúpidos, são e sabem disso."
Mas não te aguarda e te liberta, o rio tem correnteza forte e não há um adeus sem lembranças, não há um dia sequer de paz e sossego. Ora, me julgue, se me falta calor e companhia, me condene se à luz do dia eu descumpro minhas promessas: O ato de ser falho não é virtude, nem se acovarda na sinceridade, não faço dela única virtude, tampouco escudo e desculpa.
Eu já prefiro, de fato, não ter razão e andar sem rumo, já não quero acertar e reviver meus erros. Se chorar sempre foi opção, tudo bem, desmaio em lágrimas e você as julga.
Eu tenho medo de morrer, meu bem, e isso é sério.
Eu tenho medo de viver, meu amor, e isso me destrói.
Quantas vezes as flores e as frases acabaram com teu dia?
Já não sei quem eu sou e nunca duvidei de quem você é. Acredite, se eu pudesse escolher, teria errado bem menos, teria sofrido e feito sofrer ainda menos. Mas olha a vida: nos presenteia com dias e momentos de soltar sorriso, nos brinda com domingos em família, com festas e fantasias, mas algo (que não é a vida) dentro de nós, nos consome, pouco a pouco, dia após dia...
Mas e daí? Estamos todos vivos até que...
Hoje o dia amanheceu cinza, a comida não tem gosto, setembro não vem depois de agosto, domingo é o dia menos melancólico, e os seres humanos, mais preocupados com suas dores, convivem...
Hoje a noite não tem estrelas e o céu é furta-cor, eu, idiota e arrependido, finjo ser feliz acreditando da merda do amor.
domingo, 6 de dezembro de 2020
Um ponto
sábado, 5 de dezembro de 2020
Uma hora depois
Não dispute com a prole e o etil, não sou sutil e sumo nos arredores.
Sou facilmente reconhecido pelo sorriso bobo e as ideias sem sentido, pelo sorriso fácil e a palavra fora de hora.
Se estou bêbado surrado no canto, tenho valor para o dono do bar, se não pago a conta, fico por conta dos que entendem meu penar, não me admira que ninguém sinta pena, pois entre uma dose e outra perco minha humildade, pois sei que nenhuma bebida no mundo alivia minha saudade
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Futuro do meu passado
É comum ser incapaz, porque se para alguns tanto faz, para mim ainda mais.
Se estou vivendo e tua lembrança persiste, em cada um de nós existe, certeza e sombra de não ter.
Olhando ao redor, conto nos dedos as cidades e as pessoas, onze e quando me perco, apenas um.
Qualquer um de nós tem no peito escombros escondidos de algo que passou, de algo que desmoronou, não é preciso, provável ou possível reconstruir, jogamos uma cortina, fingimos que nunca existiu ou que sempre esteve ali, sempre foi assim... nada aconteceu, isso não é meu...olho pro lado, acendo um cigarro: mais um dia que virá no futuro do meu passado.
domingo, 29 de novembro de 2020
Os astros
Embriagado me dou conta da solidão, qualquer música atiça e atormenta a minha saudade de você.
Será que agora sorri? Está feliz? Não importa. Me diz onde está.
Eu não quero imaginar o que imagina, qual tua sede e tua sina, pois sou o causador da dor e dos momentos infelizes.
Estive pronto para ser minha imitação do colégio ao fim da vida, um monte de emaranhado de palavras, soltas, vazias, arremedo de poesia.
Me perdi e esqueci como viver de verdade, essa escoltada por diversas mentiras.
Hoje encaro a distância como uma dádiva, e prefiro pensar que é melhor assim, preciso pensar que por mim tudo demandaria que os teus astros merecem se alinhar.
Portanto, e por tanto querer, fico calado e apático, rezando para que o dia que virá tenha sol e calmaria
quinta-feira, 26 de novembro de 2020
Águas no tempo de solidão
E já se foram as águas e os tempos de solidão, se foram os homens e suas imensas incertezas, dádivas vindas e esperadas de um dia sem explicação.
Já estou fora de casa e das coisas que me entristecem, já fiz minha prece e parei na contra mão... ainda tenho tempo para brincar com os animais, rodar a mais que mais do mundo que me rodeia.
Sou de onde não tem paciência, me ignoro e prefiro a paz, tenho o tamanho de um gigante e alma de um peregrino. Sou Deus e menino, marchando para o infinito.
Tenho nome de anjo e por vezes reclamo, já que vivo só, desato todo nó do desgosto que insisto em contar.
No que me altera, torço para que as nuvens não desabem. No céu das flores não existem pergaminhos, e se observo o moinho; tampouco vejo minha vida passar.
E enquanto viajo o mundo e faço de toda esquina minha casa, não sou menina rasa, dependo mais do meu coração do que da minha alma, mas calma... quando foi que disseram que o amor não tem sensatez? Por acaso alguém vez me viu sorrir sem amar? Só peço, mais uma vez, não me defina quando me vir chorar, ainda tinha e tenho história pra contar.
Me procuro nos detalhes da passagem das horas, o pouco que aqui demora já me serve pra lembrar; o poeta não ama sua poesia, admira e adora os olhos de quem as lê, tentando, loucamente advinhar o que fez despertar.
Mas eu te quero feliz, não preciso ver, te quero feliz, só preciso sentir.
E se tu disser que tudo isso foi em vão, que todas as coisas são em vão...
Respondo que por agora, preciso ir embora, junto com as águas e o tempo da solidão.
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
Hoje não tem poesia
Qual dia amanheceu primeiro? Se todas as dores fazem a luz dos teus olhos castanhos brilhar.
Vem do céu o sonho e o tempo, vem do vento do sul esse meio termo, da vida e das verdades, das piadas e promessas sem graça.
A angústia profunda me impede de raciocinar, por isso termino por aqui, sem rima ou final feliz.
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Alvorada dos livres
Eu errei no tempo, mas para cá não volto mais. Se deixar o espaço faz esquecer o vazio, se meu corpo sente arrepio; o calor e a distância não me farão bem ou falta.
Você tem a chance e sorte, poderia ser feliz. Passei verniz na porta de saída, arrumei os móveis e pintei a sala, minha despedida entre quatro paredes. Com os olhos cheios de lágrimas e coração repleto de alegria, a canção completa do meu dia, me fez acertar; uma saudade serena e um adeus contido, já que abraços são eternos, me despeço sem sequer olhar pra trás.
terça-feira, 10 de novembro de 2020
MANUal
Não havia tempo para sonhar, sonhamos porque não havia outro jeito. Já que levaram de nós o sono, e meu corpo transmite esse peso, esse pesar. Me disse que a tristeza invadiu teu peito só pela presença e proximidade da minha alma.
Olha a janela, a noite escura, o silêncio que faz lá fora, incompreensível.. onde estão todos?
Já por hoje ninguém tem sono, ninguém tem tempo, eu não tenho paciência e inspiração.
As palavras se encerram... vai vir... chegará... irremediável e sem medo, as dores e dúvidas...os dias contados e as estrelas contam; o dia que me perdi, faz tanto tempo... e assim é a vida; um vai e vem... um vai a outra vem.
Quem está aí? Desculpe... ninguém.
domingo, 1 de novembro de 2020
Mia
Não acordei com os olhos abertos e os sonhos incertos, chorei com a chuva e o sol me conteve. Mas nas preces tecidas eu terminei meu canto, de pronto fiz o pranto calmo me fortalecer.
Mas se todos choram nas frases feitas, e a gente rejeita um abraço e um carinho.
Estando perto da partida você me engana e consome, e nada some, nem teu cheiro nem teu olhar.
Aqui é o fim do caminho, quando teu sorriso descobriu sozinho outro lugar.
Nesse rio passam as pedras e repouso ao que distante não é mais meu, mesmo no pouco tempo que tua presença me fez alegria, hoje longe, não sei teu destino, como instinto canino, clamo por não saber.
As lágrimas sobre o pó a maquiagem que desbota, por hora choramos nós, mesmo nunca sós, mas sempre a sentir falta.
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Coisas do Cotidiano
O que é essa angustia invadindo teu peito? Que medo é esse que atrapalha até teu sorriso?
Encare, menina, essas horas difíceis e essas quimeras, a vida não tem pressa, mas de tão rápida nos arrasta sem notar. Se são sim, coisas do cotidiano; a alegria incomparável e o pavor (de repente), a gente se encolhe e se acostuma. Tudo que é vivo perece, seja o pátio frio das incertezas, seja teu peito quente (quiçá amargurado).
Se hoje acordou com vontade de sorrir e achou capaz de sonhos, preciso que saiba que nenhuma felicidade é fácil, quantas pedras carregamos para ver os castelos prontos e ainda assim o vento pode derrubar.
Não que eu faça da certeza morte a apatia de viver, essa tônica de deixar à própria sorte, esperando o que for acontecer, não é estilo de vida nem parâmetro, mas conta muito ser e saber limitado. Na vida nem tudo tem um recomeço, se pensarmos que a chuva passou e a nuvem branca (da cidade do interior) está enfeitando o céu, ainda assim as praças abandonadas estarão para o eterno como nós estamos para o que passa nos nossos corações.
Eu sinto tua presença, mais ainda (e não ria) sinta teu pensamento, forte e focado; nos momentos em que a mente esquece toda essa imundice mundana, toda essa humanidade que nos acoberta e desaba sob nós.
Quando o dia-a-dia se tornou tão normal, que até aquela pontada de saudade passa despercebida sem importância?
Sendo assim, se puder, sempre esteja em contato com o amor, seja a forma que ele tomar. Sempre que possível, ouça a voz e o silêncio do que te acalma. Se aproxime e não desgrude do que não é rude e te arranca os mais sinceros sorrisos (mas nada é perfeito e os defeitos fazem chorar. Nunca te prometi plenitude, mas instantes raros). E se não puder nada disso; olhe onde está e vejo o que vale/valeu à pena... Lembre-se: uma poesia não salva a alma, nem conforma o coração, a poesia é só uma dose de dor e saudade que parece acalentar, mas lá no fundo a poesia é maneira com que eternizamos o sofrimento da alma.
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Crônicas de um problema
O que arde no meu peito não é defeito... Pus o frio, mas sem convicção, te contei meus derradeiros medos e fui desconversando ao logo do tempo.
Quero saber se o calor de tua casa te faz lembrar do meu rosto. Quero saber se ainda moço terei as lembranças que um dia a idade me trará. Preciso saber se quando passa pela praça lembra dos dias de chuva e de fumaça.
Eu não pude prever que sentiria tanta falta da paz e da tranquilidade. E você? Certeza que vai escrever um poema:
"O mundo que eu tive, não me reconheci.
Todas as palavras me chegaram, mas nenhuma delas dei importância.
Fui pela minha estrada, que era minha só porque estava à minha frente; Nunca questionei.
Não sabia se isso era o desejo da minha mente ou do meu coração.
Para os demais, não sei se causei interesse.
Na verdade, talvez, tudo que fiz foi por força do acaso, nada decidi, sempre fui covarde.
Pensando bem, acho que nada pus fogo, tampouco pus água.
Se o não existir do sentimento não é amor ou ódio, deixando bem claro, vivi em meu mundo transparente.
Não fiz diferença aos outros e pior, pra mim"
Encerrou o e-mail, sorriu, sentiu-se aliviada da saudade e foi ser infeliz.
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Egípcio.
Eu não vejo mais fim, pois sei que sempre esteve aqui.
Por isso eu vou continuar, eu sei que nunca me deixou.
O processo criativo é curioso, muitas vezes me forcei a fazer algo e que não saia bom (aos meus olhos), contudo outras pessoas gostavam, outras odiavam. Na verdade qualquer coisa que escrevamos, SEMPRE, terá alguém que se identifique, mas a quem escreve, tarefa ingrata, é traduzir um sentimento que tem.
Muitas vezes escrevi que sentimentos que não tinha, às vezes, roubei sentimentos de outros e coloquei nas minhas frases. Também já senti algo MUITO forte e tentei esconder, em metáforas e paráfrases.
A exemplo, sonho com algo específico, estar com alguma pessoa em um determinado lugar... uso, de toda força imaginativa, para esconder a pessoa e o lugar, mas lá no íntimo, busco mesmo que essa pessoa reconheça-se e reconheça o lugar. Mais ou menos assim:
Se sonho com minha mãe em uma estação de trem, minha fase ficaria:
"A quem me trouxe a este mundo, peço que não me deixe partir, pois onde estou é onde não posso estar por muito tempo".
Com toda essa baboseira, só quis dizer "Estou com minha mãe em uma estação de trem". Claro que o processo de criação é só divagação, e confesso que a parte mais divertida é "esconder" as intenções. Proporcionalmente ruim é a parte de não saber se as mensagens chegaram aos destinatários.
Escrever é uma arte solitária em que você sempre quer companhia e eu estou longe de ser um artista.
Quem lê com frequência o blog vai encontrar sempre "saudade", "tristeza" sentimentos de perda e de solidão, e claro, tudo sob o manto do "amor". Afinal, corações que sofrem buscar alento. Imagine, se eu escrevesse aqui só coisas alegres, ninguém viria aqui. Quem está feliz não busca tristeza. Então você quer dizer que quem tá triste procura mais tristeza? NÃO.
Eu quero dizer que quem está triste busca alguém/algo pra se reconhecer, pra entender essa "dor" e o blog, reconheço traz coisas desse estilo. Pense comigo. Você está com saudade de alguém (ou com vontade de ver/ter algo ou alguém). Então você tem um amor que, por qualquer motivo, não está contigo, você quer ler:
"Hoje estou feliz como se não fosse caber em mim, o sol brilha e as nuvens estão me chamando para uma bela caminhada".
Ou preferiria ler:
"Por mais que ande, em todo canto, vejo teu rosto. Os dias quentes não me aquecem, e minha caminhada começa por onde quer partir"
Eu respeito e entendo as pessoas que, diariamente, vem aqui. ÓBVIO que devem ter alguma ligação comigo, seja amizade, amor, raiva e etc. Já me disseram "Por que escreve no blog? Só tem coisa triste... para com isso". E eu sempre me perguntava o real motivo e mentia pra mim mesmo. E era tão claro:
É porque eu TAMBÉM ME RECONHEÇO nas minhas palavras, eu também quero encontrar tristeza quando estou triste, quero ler coisas que façam meu coração pensar "existem gente igual a mim" ainda que essa pessoa seja eu mesmo.
Mas preciso passar por um processo de 'repensar' as coisas. Então, caros leitores, estarei, gradualmente, deixando de postar. Não to dizendo que não vou postar nunca mais, mas com o tempo irei parar, aos poucos, com calma, sem traumas.
Para não perder o costume vai uma (tentem adivinhar para quem e onde e o que?):
"O tom do sol na pele sentada na cama, uma trama que trai minhas melhores lembranças. Eu preciso ser forte e suficiente, ainda que não aguente mais um dia com esse incomodo.
Eu sempre tive medo de tudo e fingindo forte, fui superando isso. Mas quero e me permito ser fraco, pois por onde eu passo ouço risos, risadas e abraços, tudo bem, mais um cara do bem, mas não é sempre assim.
Olhei revoltado meu passado híbrido, lutando para ser o que todos acham que sou, sendo exatamente o que todos esperavam, mas meu bem, pelo amor de Deus, seja orgulho ou solidão, saudade ou sorte, lógica ou precipício, mande teu melhor abraço para os cantos de cá.
Eu sinto meu corpo vulcão, tua presença furação, mas de hoje em diante me espera melhor a solidão que o abandono. Já que nunca mudamos, teus planos são os mesmos. Viva a vida sem pressa que eu, sem remorso, vou remando contra minha maré"
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
A terra das pedras
É como se faltasse algo. Me dói demais, estar no tempo e no
espaço, perdido e querendo teu abraço. Mas sei que quer e me
quer fora dessa via láctea.
Esse desgosto e inquietude, há anos que isso nunca acontecia, mas hoje é
um dia diferente; tenho preso na garganta um choro que sequer tenho
coragem de soltar, a sensação de que agora é de vez e pra sempre. Quanto medo,
meu Deus, eu tenho da vida... E preciso chorar, e enquanto penso em ter
lágrimas, já tenho meu rosto molhado.
Feito criança penso em teu rosto (distante, mas nem tanto) balanço a
cabeça e me inclino a ir, mas não vou. A vontade imensa de perder-me, de
saber-me e sei lá...
Mas já é passada a hora, e agora queria saber o que passa na tua cabeça,
se sabe ou soube, para todos os efeitos colaterais.
Oh Deus, de onde estiveres, mande a resposta, um sinal, aliás, se não
for por mal, manda aquele sorriso ou me manda embora.
Mas por que o céu não tem nuvens? Se o senhor me prometeu paz depois da
tempestade.
Vejo que teu rosto é uma criança, mas meu bem, perdoe-me por ser um
completo alucinado, sem juízo e complicado.
Sei que ao poeta lhe restam suas palavras, mentirosas e desimportantes, e eu que nunca fui poeta, me restam as palavras e todas as mentiras, quando muito me resta algo, mas hoje as palavras também me faltam e as mentiras, ditas e impensadas, agora me revelam a tua falta...
Pobre diabo, todo ser humano condenado a ser sozinho.
Quanto de tristeza cabe num peito arrependido e condenado a viver de hoje em diante? Nada é interessante, pouco importante, diante da saudade dos domingos, dos dias quentes na sala de estar, da praça e dos momentos que esqueci.
Não lembro das minhas promessas, foram tantas, algumas nunca cumpridas e
se agora pareço melancólico, tenho meus motivos.
Mas se eu te fiz chorar, preciso que me diga que também te fiz sorrir,
pois o fim da vida é certo e eu não consigo carregar o peso dos meus erros. Se
teu desejo, e intenção, é que eu morra só e não seja nunca melhor, por favor,
não faça isso em oração, meu coração está perdido e não tem ideia de como
seguir.
Se sentir nas minhas palavras, alguma verdade, de verdade, dê um jeito
de me avisar. Não é que a distância seja a pior coisa do mundo, penso eu que a
solidão dos pensamentos, a demoníaca solidão de estar dentro de si, isso sim,
para mim é o fim. Não pior que a agonia de querer fugir de tudo que te habita.
Por isso mande uma carta, para mim ou meu passado, escreva no papel o que
tua alma não diria nem ao céu. Olhe pra mim, diga que se importa e dessa vez
bata a minha porta, só dessa vez, seria e será a última!
Peço desculpa por escrever tão sem métrica, tão sem rima, tão sem ritmo,
as batidas do meu coração descompassado ditam o rumo da escrita, hora acerta,
hora palpita, daí, por isso, que no meio da rima eu me preocupo com o sentido
da frase, e quando a frase fica sem sentido, rimo para compensar. Estou falando
de sentimentos, confusos e obscuros, imenso medo e amor, de viver assim, desse jeito
ou do jeito que for.
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
Já que a vida segue.
Olho o vento daqui da minha janela, sem pressa peço perdão por tudo. Sem coincidência prefiro me esconder em minhas incertezas.
O problema está em mim, em nunca ter que ter para si o sonho de viver a realidade. Assisto meu tempo e meu propósito, mantenho ao meu redor essa aura de indecisão. Mas se há fogo no chão, também respira o céu a fumaça, daí porque, de hoje em diante, serei sereno.
Queria no adeus ter paz, queria saber que a distância e o silêncio não querem dizer e não são nada.
Mas não dá, teu coração é pequeno e eu sou incerto.
A verdade é que ninguém quer dizer adeus, diz porque não tem outro jeito, sinceramente adeus não deveria ser dito, cada um deveria virar pro lado e seguir seu caminho. O adeus é um ponto de interrogação que fica no exato momento e lugar onde tudo deu errado... Como se o espírito deixasse uma mensagem para os corações sensíveis:
"Olhai a mais os medos e as mentiras, poucas promessas que pairavam por sobre nós. Ilusão certa, coração abobado, firme na esperança de qualquer sorriso te fazer feliz. Ah! pendulo maldito que habita o oráculo do destino, é infame e intolerante, não dá a direção e cobra plenitude. Se fez serenata na luz pouca da lua, arruinando os passos do velho e do cansado, corroendo os palpites da pobre moça na janela. As ruas de pedras formigam fantasias, passou mais um carnaval, fez frio na tua casa.
E não te esqueces, não te apreces, findo novembro ou iniciado fevereiro, todos esses sentimentos, ainda derradeiros, farão nenhum sentido na corda bamba da existência. Falando em promessas, aguardo meu bonde, embriagado e desconsolado, vi todos cantarem e eu mesmo não cantei... mesmo sabendo a letra de cor eu preferi prestar atenção nos que passavam e para pior, eu quem não passei."
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
O Deus e o menino
Estranhamente estou postando nas primeiras horas do dia 07. Novidade nenhuma; meu aniversário.
Hoje faço 30 anos. Não lembro onde estava há 10 e nem há 20 anos. Sei onde estou agora, e com certeza os meus "eus" de anos atrás também não adivinhariam. Onde estou física e psicologicamente.
Nunca passei meu dia longe da família e dos amigos, exceto 2019 e 2020, dois anos atípicos. Em 2019, estava na academia nacional de policia em Brasília, passei numa terça feira como outra qualquer ( naquele inferno de calor inigualável que é a secura de Brasília) na sexta, como de costume, disseram meu nome como aniversariante do mês. Na sala bateram Palmas. Assim como 2019, neste ano, também por causa da PF, estou longe, mais precisamente Imperatriz /MA, longe de ser o lugar ideal para comemorar meu niver. Pois bem, mesmo longe, foram dias felizes, será um dia feliz. Pois estou realizado, profissionalmente.
Tenho amigos do trabalho e a Internet para me aproximar dos meus. Embora esse dia sete ficarei um pouco incomunicável. Já imagino o povo me ligando e eu não podendo atender ( lembrar de por o celular no vibra, para tocar a música do chaves no meio do serviço).
Mesmo nessa escuridão, tendo que acordar cedo, eu me sinto feliz, honrado por Deus ter me posto onde estou. Mas claro, 2020 não foi um ano fácil, longe disso. Arrisco que o melhor e o pior ano da minha vida.
Tive problemas horríveis, perdas imensas, fora toda essa distância. Que ano!
Mas também construí e consegui tantas outras.
E tudo no meio do covid.
Mas sem lágrimas e até sem sorriso, digo, repito, sou feliz, apesar de tudo, tenho muito a agradecer.
Ja recebi presente, já (agora) recebi o primeiro parabéns ( sim, alguém ficou até meia noite esperando parar dar os parabéns)
Que Deus conserve minha jornada, para que no fim da vida eu não lembra dos 10,20,30,40 ( como hj não lembro) mas que não importa a idade eu possa dizer FORAM ANOS INCRÍVEIS.
Vou tentar escrever alguma coisa... deve sair uma merda, pq to sem inspiração
O Deus do tempo tem sono e pressa, levou minhas preces consigo; colheu dos meninos e das árvores tudo que precisava. Há em mim calor cotidiano, do tipo que espera sem pressa a chuva passar. Daqueles que nos dias de sol, senta na calçada admirando o nada acontecer.
Alguém subiu a escada, quem disse que queria silêncio e distância, bate hoje à porta, explica-se remançoso, aceita e acata suas dúvidas, promete esperar nascer o sol para dizer o que irá fazer do dia, porém sem agonia agita e cogita não atrapalhar minha vida, nem buscar meu nome nas cartas.
Prometeu chegar cedo e escolher as palavras certas, quis saber quando voltaria, pois podia voltar atrás, já que o carteiro não mora aqui, nunca iria entregar... Eu já conformado, com esse amor de invenção, calei o som do meu coração 'se for para casar com a moça furacão, faço todo gosto' ja tenho consciência, já sou bom homem, com experiência, não falta amor, falta paciência.
Mas o Deus não é bobo, corre solto pelos campos da nossa vida, mais rápido e mais destemido, quando acorda solta um gemido. 'Hora de ir embora' e a gente vai sem querer ter partido.
O Deus sou eu.
domingo, 4 de outubro de 2020
Derrota
Orquídeas e promessa, na fonte prata dos primeiros momentos. Quando vi o sonho partindo e a vela acesa em tuas mãos. Sei que o vinho diverte e desvia, que a morte é senil e sábia. Sei que a idade não tem sentido e as coisas, a lógica das coisas, são qualquer coisa sem explicação.
Se sempre quis um sorriso e por isso precisou chorar, se sempre me disse adeus e percebeu que sempre quis ficar. Viu a vida torta fazer voltas, nos levando para o mesmo lugar. Com teus olhos cheios de lágrimas eu me desconcerto, busco entender o universo, sem saber, sequer, me explicar.
Hoje tenho certeza que estar só e ter solidão é a pior coisa da vida.
Mas é que na vida não temos certeza de nada.
sábado, 3 de outubro de 2020
Em frente ao meu rosto
Vai ficar tudo bem, já conheço essa tristeza que sempre me acompanha. Sei que vai ficar tudo bem, basta eu ficar quieto, por uma música e olhar fotos antigas.
Não vejo as notícias ruins, não vejo se lá fora chove, se aí faz calor.
Mas queria falar contigo, muito e mais que tudo, mas me encontro mudo, mudado e sem chão, queria ter coragem e compaixão, de mim mesmo.
Eu queria muito não ser eu mesmo. Sequer existir. Queria muito não ter fraquezas, mas também nenhuma força, queria ser o vento, ir e vir sem ser notado.
Mas que fardo pesado é existir.
Última ligação da noite
Toda lágrima tem seu motivo. Teus olhos não são vazios; se saudade, remorso ou frustração. Sei que tudo passará e eu ainda estarei aqui.
Mas o sorriso vem cortado, falido ou faminto, das lembranças, do porto seguro, e do futuro que havia planejado, vem na mente as mesas dos bares, os jantares e os prazeres.
Mas a chuva aperta, e a gente aperta o passo, não era só garoa e não vai passar tão cedo, procuramos abrigo na sacada do prédio ao lado, batem os pingos nas poças que se formaram no chão, cada gota um pensamento, cada pensamento uma solidão, a água escura pela noite faz a gente ter medo, o frio transpira a certeza... hoje só queria estar deitado na minha cama.
Não vai amanhecer ainda, e quanto mais tempo eu levo para entender, mais difícil se torna; a vida é assim, uns vão e outros chegam, mas e você? Pra onde vai ?
terça-feira, 29 de setembro de 2020
Pata.
Preciso pensar, pois pereço petrificado para posteridade. Paisagens perenes, permanecem perdidas, pondo peças pequenas por pontos paranoicos.
Por pedir, pedimos pressa, preces, prantos...promessas. Pacatos pobres perdedores, priorizam pompas, perecem pensando possuir poderes.
Presos prodígios perseguem plágios, proliferando paraísos patéticos. Posso pretender plenitude, porém passo perseguições, planos, pontes... poeiras.
Palácios, palacetes, penumbras posições perfeitas para ponderar perdão; parentes, próximos, perseguidores, políticos, padres, pintores, policiais, psicopatas, perfilados pela própria poesia, potenciais profetas presos por prazer.
Pertencer planaltos, pavimentações, portais, pradarias, planícies, previsíveis problemas praticados para patrocinar politicagem.
Para por ponto; prego poemas para potencializar: AMOR.
domingo, 27 de setembro de 2020
O sol da minha rua
Olho os passos que faço ao contrário, tenho em teu sorriso uma saudade.
Ontem sonhei contigo, acordei com a sensação que a vida é tão estranha e amargurada.
Mas sigo com seus olhos no peito, sem esse defeito de ter tanto medo de amanhã acordar e esquecer da noite que passou.
Nossa história não tem fim, não dentro de mim, mas as coisas são assim, sem sentido algum.
Por isso, me manda uma carta, não que faça falta, não precisa falar de amor, só fala de ti, de como essa semana passou.
Já que eu não sei ser feliz, me ajude a ver meu passado sem tanta mágoa.
sábado, 19 de setembro de 2020
A Inglaterra precisa de uma princesa
Pois eu sei que tens sono, mas teu corpo não tr deixa dormir.
Hoje estou só, só a tua espera, até que ela venha, e você possa vir. Mesmo não sendo mais possível, queria teu sorriso de novo, queria eu ser luz e lua, pra acalmar teu mar revolto e sozinho iluminar teu caminho.
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
De lá do mundo perfeito
Teu sorriso solar, semeia e sonda meu coração de soldado de chumbo, criando vertigem como o andar do mundo.
Veja que de vinhos e versos compus a minha vida, uma canção inacabada com pouca rima, mas a canção não ficou como eu queria... Não ficou! Ai de mim que não sou poeta, nem compositor.
Quando as velas do teu olhar iluminar o caminho, tentarei ser breve e pacato, mesmo que o dia, na imensidão do tempo, sinta-se abandonado, sussurando que talvez exista um "nós" apreciando os detalhes de tua voz.
E quando no maior medo da imensidão, teus pés não encontrarem o chão, queria te dizer que o precípicio também é céu para quem sabe voar.
Fazei de mim delírios precoces ou preces interrompidas, mas não me corte o coração de águas-marinhas, pois sei que ainda tinha que fechar aquela janela antes de saber que o meu olhar, ansioso, te aguarda e te espera, mesmo que a louca fera da insanidade faça valer menos nossa idade e juventude, e nisso tudo, sei que pude, ter em tua calma-em você por perto- a certeza que estava no lugar certo.
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Príncipe da ilha
Sei que me buscou e eu procurava me perder. Já fora das portas e do tempo frio, você me viu...sorriu, e não pude acreditar, eu mesmo só pude chorar.
Tive sua pena em dias escuros, dias confusos. Hoje falo de sonhos e sinceridade, de escolhas e trajetos, mas que bom ter você por perto, quando eu, vago, peno por qualquer lugar.
É que o sorriso não me deixa de pé, é que nunca estive pronto para o que der e vier... A solidão faz morada em qualquer canto do país, onde você estiver.
Não vem me dizer o que fazer com meus sonhos e minhas dores, não venha dizer que a vida nos dá escolhas nem que o tempo pode esperar. Hoje não tenho paciência para infelicidade e principalmente a espera. Não espero melhorar o dia para sair na chuva, não quero fazer curvas enquanto o braço monstruoso do tempo me carrega solto.
Não quero saber de teus defeitos indecisões, pois está claro como o fio nobre da madrugada, que enquanto teus erros não foram julgados, ainda esteve sorrindo e sentindo o trono da falta de ilusão.
Mas o destino cobra, e mesmo porque ninguém diga, teus ouvidos ouvirão, ainda que todos se calem, tua lágrima gritará.
Oh! O que tens, se tudo se perdeu tão rápido? E ainda que o gosto amargo seja pela "pacatês" da vida que escolheu, você sabe que não tem o que temer... Quando o suspiro acaba e a realidade grita mais que as paredes da casa, quando o medo tomou conta da vizinhança e você se dobrou de joelhos apavorada, quando tudo isso não for e fizer sentido, talvez, aí sim, muito talvez, você encontre a resposta que nunca quis procurar:
Se eu não vivo o agora, o depois será vivido por outra pessoa. Se aqui ele se demora é porque queria ficar, por mais que isso doa.
Então, não há mistério, se da boca sai o desejo, se de lá te contam os segredos, NÃO importa o que seria da casa, das visitas e da realidade. Não e nunca, me preocupou o "como seria" nem o "já pensou se." nunca me acovardei às dores, delas fiz amigas e, principalmente, poesia. Mas se uns constroem pontes, outros, as derrubam e gritam "não posso passar".
Há quem carrega sua cruz, outros preferem pregar-se a elas.
segunda-feira, 24 de agosto de 2020
Hoje tá foda.
Mais uma tentativa de "inovar" segue uma poesia auditiva.
Não tem dia que a gente acorda assim? reclamando de tudo, preocupado, ansioso, angustiado.
Claro, não é sempre. Tem dia que a gente acorda super bem e que nada pode nos abalar, mas quando é o contrário... ai é foda!
Tenho pensando em desistir do blog, melhor, pensado em não mais deixar ele aberto. Alguns anônimos expressam sua opinião, ainda que de forma respeitosa, como se fosse uma verdade absoluta.
Não estou dizendo que nunca errei, nem que não vou errar; ao contrário... Sou ser humano, com falhas (muitas) mas tenho os meus acertos e virtudes.
Muita coisa do passado já foi mudada, e outras venho mudando, evidente que algumas coisas ruins ainda permanecem ou sequer eu noto como defeito, mas isso é o processo da vida: APRENDER.
Contudo não é justo que julguemos (eternamente) as pessoas pelo que fizeram no passado, tenho o DIREITO ao esquecimento e a superar isso. Se você me conheceu há anos atrás e eu fiz algo que não gostou, te convido a me conhecer hoje e se eu ainda estiver como tu me conheceu: TENS TODO DIREITO DE FALAR MAL.
Mas vamos dar oportunidade às pessoas, às mudanças. Não só a mim, mas a você mesmo. De ver o novo, de poder testar as coisas novas, de saber se alguém é o que era, ou não...
Pensamento muito pequeno de se agarrar na tranquilidade de coisas definidas e que já se foram há tempos. Precisamos, urgentemente, amar as pessoas como se não houvesse amanhã e isso é justamente saber que ONTEM já foi, amanhã não há? e o presente é o que podemos medir.
Não estou me desculpando, nem justificando meus erros, tenho todo direito de errar e aprender com eles. Claro machucar as pessoas não é legal, mas é um processo e machucar também me machuca, mas a vida é muito mais que rancor.
Hoje sou uma pessoa BEM diferente que antes, ainda errante, mas outra pessoa...
Para resumir: nos próximos dias provavelmente eu vá tornar o blog privado, ou seja, não será mais aberto a ninguém, só a mim claro. (rrs)
Enfim, fica ai a poesia auditiva, se puderem, me falem se ficou legal o formato.
domingo, 23 de agosto de 2020
Carta aos arrependidos
Por onde você andou ? Sozinho? Triste ? Quantas vezes você chorou?
Me preocupa muito todas as vezes que se arrependeu na vida, isso são angustias que não tem como superar. Ouvi dizer que começou a tomar o rumo das coisas, pois é, já não era sem tempo.
Sei que seu coração aperta quando lembra de mim, sei também que quando por um segundo, quando lembra de tudo que passou, parece que bem a ti toda dor do mundo.
Tenho certeza que essa tristeza profunda não é da dor que teve, mas da felicidade que perdeu. Como eu sei disso? Sinto a mesma coisa.
Como viver assim ? Ora, não me pergunte se eu fosse o sabedor das coisas não estaria te escrevendo agora. Te daria conselhos melhores e diria que tudo passa.
Então, para que minha dor encontre alento, me escreva também e conte como tem passado.
Para terminar, peço que não demore, sei que a vida anda louca, muita coisa e muito tempo, mas que sejam quatro linhas, já ficarei satisfeito.
Até breve.
terça-feira, 18 de agosto de 2020
Teu nome na porta de saída.
O amor tem poder para curar dores.
E vi você chorando, tremendo a boca, feito criança, me abraçou no pleno escuro, se largou em desespero para que suas lágrimas molhassem meus ombros.
"Tenho tanto medo do futuro, de como será e como serei"
"Hei, tudo bem, o medo é a chama da mudança, mas sei que te falta pouca esperança. Verdade que os dias não te foram generosos. Concordo que quando pensa no que virá, algo te paralisa, congela tua alma, gela tua espinha, mas ninguém mais pode enfrentar isso; exceto você"
Quando temos as palavras certas, mas mesmo assim as atitudes estão longes da verdade, quando estamos presos em nós e esperando sós, o que brilha no céu podem ser estrelas, mas a luz que vem de qualquer lugar não tem tanta força.
Sei que não tem sido nada fácil, sei que à noite, às vezes, para dormir é complicado. E sempre aquele instante 'e se tudo fosse como antes'. Construir um jardim não quer dizer que sempre as rosas florescerão.
"Mas eu sei que devo seguir, sei que devo tentar, mas algo em mim me segura, me lembra, me aprisiona e tenho que sempre escolher, mas nunca escolho"
"Bobagem, antes de qualquer coisa, de qualquer dúvida ou temor: Teu coração já escolheu."
"Mas o que fazer?"
"Aquietar a alma! Aceitar e arriscar, a vida é um sopro, e a gente não está disposto a arriscar. A vida é chuva de setembro, um instante, que passa e não deixa rastro. Falta em nós é garra pra pagar pra ver, sentir essa chuva, ainda que seja só no entardecer."
É na angústia da espera que a gente raciocina, mas não há como prever o futuro, nem viver ele antes de acabar o agora. A gente sofre, ri, chora, mas do nada quer entender o tecer do destino, num campo de ideias e suposições.
Não tem como, somos limitados, nos resta o amor. Amar em plenitude, aceitar que tudo pode dar errado, aceitar que o segundo seguinte é terra de ninguém e ninguém sabe saber.
Só resta amar com os olhos e com as palavras, tocar às mãos suadas e sorrir...
O amor está no café quente no hotel, no exercício à beira do lago, o amor está ficar deitado sem nada pra fazer, mas também está em correr no parque, claro, também, em dirigir pela cidade, errado, fazer compras no supermercado... comer comida nova e estranha, assistir o homem aranha, ou Harry Potter, talvez uma série qualquer, The Crown, Game of Thrones.
Veja, o amor está em mentir para ir para outra cidade, a contra gosto, passar no posto, pedir dinheiro emprestado. Amor está bem ali, no abraço sincero, no pior momento querer xingar, mas sorrir e dizer "estou ao seu lado", muito fácil identificar o amor no silêncio do momento terrível, no aconchego esquisito e mesmo sabendo que não dizer que 'tudo vai ficar bem'.
É claro que o amor está na frase inesperada, daquele momento indesejado, tá no afoito e no calmo, no vinho, na pipoca e na batalha naval, no ano novo na praia distante, e até no carnaval.
Na casa com piscina e no apartamento fechado, no carro sem bateria e nas plantas murchas.
No passar mal de noite e correndo pro hospital, dormir de mão dadas enquanto toma soro, no medo e no apavoro de uma seringa enorme, na sorte de ter quem diga "Nada demais".
O amor é peça de quebra cabeça que nunca falta, é sorvete como desculpa pra encontrar, é fumaça que encobre a praça e queima de santos no altar.
É despedida sem jeito, é dor que dói no peito é pipa solta pra menino brincar.
Amor, que não dá pra resistir, é usar a mesma senha, é curtir a resenha: é querer mesmo sem poder: insistir: ser Princesa da Inglaterra ou Agente do FBI.
Ah o amor, coisa tosca e sem preparo, inventa música, poema, carta e melodia, faz nascer o dia e escurecer o jantar... Amor não correspondido não existe: existe amor, por si só e sozinho, se sustenta igual equilibrista, na corda e pronto: Amor existe ainda que um já tenha ido para eternidade, não é amor só de gênero, nem comporta maldade; é um folego na brincadeira, é sorrir a manhã inteira, porque recebeu um elogio sem esperar.
O Amor nada mais é que a vida: simples e acontecendo. E assim como a vida: O AMOR É INSTANTE.
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Terças e esperas
sábado, 8 de agosto de 2020
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
11:50
A vida é arquitetada de quases e empilhada em porquês
terça-feira, 4 de agosto de 2020
Deus vai suprir teu coração
Se teu coração tá apertado no peito
Se na tua visão a vida não tem mais jeito
Então entregue a tua dor a quem sabe o que é amor.
E nada no mundo vai te abalar e quando a tristeza te pegar
Então entregue a sua dor a quem sabe o que é amor
Deus vai suprir teu coração
Deus vai afastar a solidão
Deus vai te ajudar.
Música autoral
domingo, 2 de agosto de 2020
Autoral.
Se o silêncio faz morada nessa rua tão parada um passo pra te abraçar
Enquanto for uma promessa, a paciência e a espera da hora certa de chegar
Se é amor ou indecisão aumenta tua dor, quando o mundo não for só solidão
eu vou fazer de tudo e mais um pouco quase sendo louco so pra estar
Num pedacinho do céu, num brilhante carrossel de mil estrelas a brilhar