quarta-feira, 29 de julho de 2015

Migalhas de tempo

Não quero as migalhas do teu tempo, nem as tardes vazias e cheia de tanto nós.
Sombreio as distâncias com apliques de presença, e por mais que me acompanhem os indesejados, tenho na mente que as coisas são insolúveis.

Mas o erro existe e persiste em não ter lado, tanto certo que estou é a mesma proporção da sua certeza. Todos estão certos quando dizem que estamos errados, e nós, certamente temos razão.

Por isso, faço minhas contas em papel velho, amasso e coloco no bolso, pois podem até ler meus números, mas jamais saberão minha lógica.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Foda-se.

Não agradeceram o poeta pelo silêncio, nem as palavras pela falta de sentido.
Não encontraram o cancioneiro na esquina de costume, era corpo estranho em península fria.
Não era sonho, nem símbolo era conversão, eram números estranhos no quadro do tempo.
Sim, somos surpresas na caixinha da vida, de tão impreciso é o destino, que tudo acontece depois que deveria acontecer.
Dizem por ai que cada um acredita no que lhe faz bem, mas também, dizem tanto...
Pode até ser que as estrelas sejam as mesmas em qualquer lugar do mundo, mas o mundo nunca é qualquer lugar, nem nós vemos com os mesmos olhos, nem há tantas luzes por aqui, que me impedem de ver brilhar meu céu, pobre Heráclito, o rio nunca foi o mesmo depois que ele se foi...
E quando você pensou que eu me afastava, lá estava você, indo embora, com um sorriso no rosto.
E tudo que queria dizer, tudo que queria ouvir, era tudo que não disse e nem ouvi.
-Pois não, eis meu número, ligue quando puder, quando quiser-
Algumas coisas a gente decora, outras anota no papel.