domingo, 29 de novembro de 2020

Os astros

 Embriagado  me dou conta da solidão, qualquer  música  atiça  e atormenta a minha saudade de você.

Será que agora sorri? Está  feliz? Não importa.  Me diz onde está. 

Eu não quero imaginar o que imagina, qual tua sede e tua sina, pois sou o causador da dor e dos momentos infelizes. 

Estive pronto para ser minha imitação do colégio  ao fim da vida, um monte de emaranhado de palavras, soltas, vazias, arremedo de poesia.

Me perdi e esqueci como viver de verdade, essa escoltada por diversas mentiras.

Hoje encaro a distância  como uma dádiva, e prefiro pensar que é  melhor assim, preciso pensar que por mim tudo demandaria  que os teus astros merecem se alinhar.

Portanto, e por  tanto querer, fico calado e apático, rezando  para que o dia que virá tenha sol e calmaria

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Águas no tempo de solidão

E já  se foram as águas e os tempos de solidão, se foram os homens e suas imensas incertezas, dádivas vindas e esperadas de um dia sem explicação. 

Já  estou fora de casa e das coisas que me entristecem, já fiz minha prece e parei na contra mão... ainda tenho tempo para brincar com os animais,  rodar a mais que mais do mundo que me rodeia.

Sou de onde não tem paciência, me ignoro e prefiro a paz, tenho o tamanho de um gigante e alma de um peregrino. Sou Deus e menino, marchando para o infinito.

Tenho nome de anjo e por vezes reclamo, já que vivo só, desato todo nó  do desgosto  que insisto em contar.

No que me altera, torço para que as nuvens não desabem. No céu  das flores não existem pergaminhos, e se observo o moinho; tampouco vejo minha vida passar.

E enquanto viajo o mundo  e faço de toda esquina minha casa, não sou menina rasa, dependo mais do meu coração  do que da minha alma, mas calma... quando foi que disseram que o amor não tem sensatez? Por acaso alguém vez me viu sorrir sem amar? Só  peço, mais uma vez, não me defina quando me vir chorar, ainda tinha e tenho história pra contar.

Me procuro nos detalhes da passagem das horas, o pouco que aqui demora já  me serve pra lembrar; o poeta não ama sua poesia, admira e adora os olhos de quem as lê,  tentando, loucamente advinhar  o que fez despertar.

Mas eu te quero feliz, não preciso ver, te quero feliz, só preciso sentir.

E se tu disser que tudo isso foi em vão, que todas as coisas são em vão...

Respondo que por agora, preciso ir embora, junto com as águas e o tempo da solidão.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Hoje não tem poesia

 Qual dia amanheceu  primeiro? Se todas as dores fazem a luz dos teus olhos castanhos brilhar.

Vem do céu o sonho e o tempo, vem do vento do sul esse meio termo, da vida e das verdades, das piadas e promessas sem graça.


A angústia profunda me impede de raciocinar, por isso termino por aqui, sem rima ou final feliz.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Alvorada dos livres

Eu errei no tempo, mas para cá  não  volto mais. Se deixar o espaço faz esquecer  o vazio, se meu corpo sente arrepio; o calor e a distância  não me farão  bem ou falta.

Você tem a chance e sorte, poderia ser feliz.  Passei verniz na porta de saída,  arrumei os móveis e pintei a sala, minha despedida  entre quatro paredes. Com os olhos cheios de lágrimas e coração repleto de alegria, a canção completa do meu dia, me fez acertar; uma saudade serena e um adeus contido, já que abraços são eternos, me despeço  sem sequer olhar pra trás.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

MANUal

 Não  havia tempo para sonhar, sonhamos  porque não havia outro jeito. Já que levaram de nós  o sono, e meu corpo transmite esse peso, esse pesar. Me disse que a tristeza invadiu teu peito só  pela presença  e proximidade  da minha alma.

Olha a janela, a noite escura, o silêncio que faz lá fora, incompreensível.. onde estão todos?

Já  por hoje ninguém tem sono, ninguém tem tempo, eu não tenho paciência e inspiração.

As palavras se encerram... vai vir... chegará... irremediável  e sem medo, as dores e dúvidas...os dias contados e as estrelas contam; o dia que me perdi, faz tanto tempo... e assim é  a vida; um vai e vem... um vai a outra vem.

Quem está  aí? Desculpe... ninguém. 

domingo, 1 de novembro de 2020

Mia

Não acordei com os olhos  abertos e os sonhos incertos, chorei com a chuva e o sol  me conteve. Mas nas preces  tecidas eu terminei meu canto, de pronto fiz o pranto calmo me  fortalecer. 

Mas se todos choram nas frases feitas, e a gente rejeita um abraço e um carinho.

Estando perto da partida você me engana e consome, e nada some, nem teu cheiro nem teu olhar.

Aqui é  o fim do caminho, quando teu sorriso descobriu sozinho outro lugar.

Nesse rio passam as pedras e repouso ao que distante não é  mais meu, mesmo no pouco tempo que tua presença me fez alegria, hoje longe, não sei teu destino, como instinto canino, clamo por não saber.

As lágrimas sobre o pó  a maquiagem que desbota, por hora  choramos nós, mesmo nunca sós, mas sempre a sentir falta.