segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mais que tudo


Eu me calo no cansaço de não aguentar me segurar em pé na realidade. Teus olhos infantis, teu sorriso sincero me fornece força e calor, não sei se real ou imaginário. Apenas minutos separam o tempo de mim e de você, dorme aqui, sorrindo, que eu tremo a boca com vontade de chorar, e sem vontade choro, com lágrimas nos olhos, não é pecado estar tão feliz, mesmo tendo tudo desabando ao meu redor.
Desafetos desafiam meus dias. Corto calado a escuridão das palavras alheias, fechado para o passado errante, aberto para o futuro, incerto, alias não é o futuro que é incerto, incerta são as pessoas.
Sou do signo certo, confuso e recatado, tento sobressaltos de lucidez e inquietude, compondo minhas canções preferidas, almejando dias mais felizes, tentando passar da mínima felicidade que há em mim e me vejo em cena, ensaiando a cada segundo a palavra certa, pra fechar o ato sorrindo, mesmo que a cena seja da mais pura tristeza, que se fechem as cortinas do palco, que lá atrás, estarei eu, ainda sorrindo, bobo, diante da plateia que chora, sem saber, que eu ator, menti quando deveria, pra mostrar que eu sou forte, ou pelo menos quase isso.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Meus olhos negros

 

 
Meus olhos são negros como a noite, e quando me vem a vontade de chorar, ficam iguais a qualquer noite estrelada, negros com leve tom prata. Mas não é sempre que fico assim. Estão ladrilhando as praças e prosas, e minha bela amada com sorriso renovado, se abre em poesias, sem complexidade, sem ironia, poesia fina, humilde e inocente. Nesse extremo alegre a gente sofre que nem sente, pra que se apegar e sentir do que há de ruim, se minha bela amada se amarra nos meus pensamentos, pra me ver de passo apertado, cabelo encaracolado desafiando o contorno do vento, nesse extremo de felicidade a gente esquece o sofrimento.
Meu encontro é distante, meu tempo é constante, arraigado nas minhas próprias certezas, dando ponto de vista como ponto de partida de tudo que acredito certo, desperdiçando o silencio, que a essa altura poderia ter me ajudado tanto, mas tanto, que me comprometo a daqui pra frente te olhar mais, sorrir mais, mas mais que isso, prometo não tentar mais ser feliz sozinho, porque quem é feliz sozinho é cantor de plateia vazia, é poeta sem nenhuma poesia, ser feliz sozinho é viver perdido estando no caminho, é correr ao chão sendo passarinho, e seja lá  o que o futuro diz, ser feliz sozinho, definitivamente não é ser feliz.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Artificios de viver

São as verdades e as distancias que separam as pessoas, são as pessoas que se separam, e param pra pensar que as distancias não querem dizer verdades, e na verdade pouco importa o que a vida nos traz pra confortar. Não estamos tão bem assim, assim desse jeito a gente chora e se pergunta o que fazer, pra onde ir, pra que esquina olhar, pra quem sorrir...
A gente não escolhe o destino, a gente nasce e vai virando menino e daí a pouco, como o tempo sendo vulto, vamos virando adulto sem querer, e quem não quer acordar no domingo sendo aquele menino, sem muita preocupação, sem ter o que fazer, ficando triste apenas se chover.
Não faço questão de recordar o futuro, não sei bem como a vida se processa, é um complexo de erros tendentes a um acerto, uma variação exagerada do que seria um plano de Deus. A vida, em poucas palavras, é uma derivação do que a gente acha que é real.
Concreto é só uma certeza que não foge do olhar, pingos de dias são cores de uma vida que prefere se apresentar escura, e uns projetam anos e anos de recuperação, prefiro tentar o amanhecer, conhecer o outro dia, esquecendo aos poucos os dias loucos que se passaram. Tudo passa tão rápido, mas tão rápido que me conformo em não perceber o tempo passar.
Floresço em arvores no primeiro raio do dia, careço de certeza e alegria, pouco tenho do que preciso e impreciso me controlo, já que as pessoas são falhas, me conformo com a as decepções.
Desabrocho flor em catástrofes no ultimo ponto de luz da noite, padeço de dúvidas e solidão, muito tenho a desejar, já que as pessoas desejam de si muito mais do que podem oferecer...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Todo "aquo"


 

Quero amanhecer em mim, e ter conhecimento que meus começos e caminhos são escapes dessa vida, das manhãs adormecidas, e das dores perversas e doloridas, querendo anoitecer meu peito ao chão.
Alegrar-me à tarde mansa, se aquietam no domingo quente, prevendo o que meu olhar sente, distante, repousa horizonte, disfarçando esse incomodo que fica meia garganta, meio sem graça, meio pensar, meio assim, meio que com vontade de chorar.
Abato-me facilmente ao teu lado, ao teu gesto, ao teu esquecimento, tal cruel é a vida que desapercebida nos separa sem se notar. Tão maquiavélica que é, corre depressa, soterrando sonhos, e fulminando as promessas de “quem sabe um dia” Escondendo dos que querem ( esperam) toda essa alegria.
Eu queria amanhecer em mim, mas amanheceu o dia, mesmo sendo noite aqui.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Fotos de um futuro bom

Sopra as folhas no vento, vento que fecha as portas da varanda suja, vejo o céu aberto, galhos secos e sensação de solidão, afasta isso, terna, ou eterna, sejam as dores, apagadas do coração, apertado por mãos próprias. A intenção nunca foi causar o mal, mas mal acaba a noite e a gente tem motivos reais pra chorar.... Não vou procurar pássaros no ar, ou andar pela casa escura, deitar a cama vazia, não molharei o travesseiro, derradeiro boa noite de um dia sufocado. Não vou mais te olhar pelo espelho, arrumando o cabelo, e não é preguiça, é bem estar, de estar ali, e tranquilo vou caindo no sono, na tua presença, você sorri, me chama de dorminhoco, e não sei mais viver.
De despedidas é feita a vida, e cada partida é uma história que termina, esperando que outra comece, só porque eu tenho peito, este dói, feito despeito eu não vejo lágrimas no meu rosto. Não sou tudo que preciso ser, mas sou o suficiente pra me arrepender, de ser eu mesmo certas vezes.
Há os que desejam sorte sem saber o que esta significa, e há os que não desejam nada, não sei ao certo o motivo, mas quem não tem sorte nessa vida não pode se dar ao luxo de dar o que não tem pra alguém, e assim é o amor, quem não tem amor dentro de si nunca poderá amar.
Não irei te procurar nos cantos de todas as cidades, nas festas de som pesado, nos dias de clima carregado, pois sei que mesmo que esteja na minha frente, nunca mais estará, pelo menos não como era antes.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Triste Fim de Mary Jane

As coisas acontecem apesar da sua presença. Há dores e coisas incompreensíveis, há as dores que são assim, há as coisas incompreensíveis que causam dor, e dançam trocando de lugar, trocando de peito e de cidade.
Quem deriva e se entrega ao mar, acaba se molhando, no salgado da vida, e lá cortejei meus sonhos e plantei sem terra o que não haveria de ser.
E te entregas a bebidas e batidas, balançando teu cabelo solto no ar, se esquecendo de quem em casa te espera, de sorriso e lagrimas e brigas, e teu desejo é voar do ninho, mas como se não és passarinho, queres sofrer para ter do que reclamar. E se queres algo verdadeiro, encontre a verdade dentro de si.
Sinônimos de sombras é o som de quem não entende, balance a cabeça e concorde com aquilo que é incompreensível, suas dores não são maiores que as minhas, e as minhas dores? Não sei, nunca as entendi bem, mas sei lá, é que “eu te amo” pra mim não é a solução pra tudo, não é um cardápio de mesa de bar sujo, “eu te amo” é coisa séria, seria, se todo mundo encarasse assim. Mas você ainda vivi drogada, largada, abandonada, por você mesma, até quando eu não sei, até quantos “eu te amo” não sei, mas quando souber, relaxe, te aviso, porque teu caminho começou perdido, e é perda de tempo voltar e começar tudo de novo, então segue como tá, como dá. Seja feliz, enquanto a felicidade, pra você, é só Sexo, Drogas e Rock’n Roll.




Breve poesia dos poetas poéticos, patéticos e parados:

Espera-se, inerte os dias, parados e calados, vendo teu sorriso e quase que sorrio também, na verdade por dias não estive nada bem, mas ha mais do que te encontrar, quase que concreto, revejo minhas estradas, este ano, quase anoiteci, quase assim, que era quase que nós, quase que poesia, pertence a pouco que peitos e dores, desencontros de uma vida quase que irreal, talvez te encontre, e talvez sorriso, talvez sempre, ou qualquer coisa do tipo, tudo bem, e abrigo, não é nada de mal, ver teu rosto sério, e ao mesmo tempo sorriso.

COMEÇO: Postado dia 12 de Setembro de 2011

Link : http://wilixgabriel.blogspot.com.br/2011/09/triste-historia-da-feliz-mary-jane.html

A triste história da feliz Mary Jane


“Ela tinha olhos indecisos, e pra sua indecisão escolhia coca-cola no fim de tarde e quando decidida, cerveja era boa pedida, que parecia dessa vez ter o mesmo gosto de qualquer desilusão. Tinha lá seus defeitos, e quando eles geravam efeitos, relaxava do jeito que podia, a fumaça subia e ninguém percebeu? Até que então dizia “ok destino você venceu”. Ela dizia que a preguiça era maior que a distância, mas não media esforços pra dar carinho a sua cria, podia ter pouca idade, mas já sentia o peso da responsabilidade de ser mulher quando queria ser menina. “Que vida ingrata, podia agora estar enchendo a cara no show de uma bandinha de rock qualquer” Tinha que tomar conta da filha, que acabou de adoecer, o jeito então é se contentar com MPB.
Achava tudo tão lindo e o tempo corria, ela corria também, mãe sem pai por opção, mãe aos vinte dois por acidente, e quando lembrava que não queria lembrar nem um pouquinho; se embriagava com vinho. E assim levando a leveza de viver, com todo o peso nas costas no fim do expediente se via indecisa do que fazer da vida, enfim, então bebia coca-cola em mais um final de tarde sem fim.”
“Vou alugar meus olhos ao infinito e dormir.
Dar margem aos meus heróis existirem e sonhar...”

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Vida Vazia

 

Com a cabeça cheia resolvi escrever, são tantos problemas, que, às vezes deles me esqueço. Resolvo-me só e quieto, nem sempre como bêbado perdido em porta de bar, tentando se encontrar, se encontrando em qualquer mesa de bar, banco de praça, qualquer chegada é seu destino, não sabendo exatamente onde estava indo, mas está exatamente onde queria estar.
Com pensamentos suicidas embriago meus dias, morrendo aos poucos, por não ter coragem de fazê-lo de uma vez, e que homem sou eu? Que na madrugada acorda assustado e tremendo, com tanto medo, que se desespera, ao menos espera, caneta e papel aliviar a tensão, escreve qualquer bobagem. Filosofia de porta de bar, de bêbados e sóbrios, que alimentam sua sede, magoados, ou não, seus resquícios de carinhos mal acabados, ou quem sabe até, saudade de um abraço perdido, ou pior ainda, a certeza de nunca ter de volta o afago dos braços que repousa noutro ombro.
Queixo-me do sono, que não chega, e meus olhos semisserrados, empurram pra outro dia minha inspiração. Sinto teu perfume, sinto tua presença, teu perfume mudou, eu mudei, mas quem sabe ainda te reconheço por outro traço qualquer. Do lado o barulho é irritante, minha cabeça a bater panelas, como um bêbado que se cansou da porta do bar, pra porta de casa, pra porta da cozinha, faminto de fome e atenção, revira as panelas em busca da certeza que não tem nada, nem nas panelas, nem na cozinha, nem na casa e muito menos na sua vida vazia, para que no outro dia, volte pra porta do bar, pra procurar algo ou alguém que o preencha...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Coleras de uma noite

Hoje resolvi não preordenar meu pensamento...
Hoje é quase amanhã, mas ontem, ou hoje agora a pouco, passei o dia todo pensando em coisas ruins, coisas boas...
Alguém veio no meu pensamento e me incomodou o coração, espero que ela esteja bem, na verdade, espero que todos estejam, mas nem todos estarão...


Hoje, ontem ou amanhã, seja la o que for, não é um bom dia pra escrever, pensar e falar, é dia de calar-se, admirar e quem sabe dormir um pouco, antes que acabe o sono.

domingo, 1 de abril de 2012

Acomodado

Ela se deita comigo, lembrança. Ela me abraça, esperança. Que a noite termine logo, e que eu sempre me lembre dos dias que pouco me recordo. Não mais choro, e com os momentos ruins, posso sorrir.    
    Sou obrigado a reconhecer que as pessoas se escondem entre os afazeres do dia, mentem sobre seu tempo e suas ocupações, dão desculpas para não viver.
    Quanta gente mente, foge e maltrata os outros, e desde terça o aperto no peito me sufoca, e não há lagrima ou letra que alivie.
    Não estou bem, em condições de ouvir, refletir e discutir, ouço tudo,absorvo tudo e não contesto nada. Se estou certo ou errado é irrelevante, quem convence melhor e tem mais que pode seguir em frente.
    Quanto tempo perdi esperando as pessoas mudarem, voltarem atrás, mas percebi que o tempo me foi útil, sei que poderia perceber isso no primeiro segundo, mas demorar de perceber me deixo tênue a isso.
    Me sinto cada vez  mais barroco,dando o troco em quem merece,e eu mereço também.
    To me sentindo estranho, arranho um ar na garganta, vontade louca de chorar, mas ainda não choro, espero um motivo concreto,que o resto o destino se encarrega de estragar.