terça-feira, 28 de setembro de 2021

O que está ao meu lado?

 Há um peso nas costas e nos corais, os ventos, as sombras e os animais... a terra a natureza e os prefixos superficiais.

Sonhos de vida e futuro, sonhos pacatos e parados. Onde a menina dos teus olhos, bailarina, se aproxima e se apaixona pelo soldado de chumbo que sente a dor e o peso do mundo de dentro da caixinha de brinquedos.

Um corpo solto no ar, um tempo frio que explica, por pouco a passagem do tempo - um sorriso sincero e uma lágrima confusa... Quantos passos até a porta? Qual desses poemas realmente importa?

Alegrei-me com a rua quente e parada, o movimento involuntário dos que se movem, das pessoas que como eu, têm medo de ser feliz e assim se esconde.

Tua beleza em um palco posta à prova, e as músicas que te fazem lembrar da dor, são aquelas que te afastam dela. Preocupação de não ser e parecer: um bloco de cimento sem sentido, que muitos chamam de escultura, uma visão turva do que a gente compreende.

Quem me deu sua certeza? Quem me dará esperança de encontrar o erro? Eu percebo que somos corpos carregados de sentimentos vagando por uma compreensão ou esquecimento.

Tudo é real, meu bem... até mesmo a ilusão. No final estamos em nós, amarrados em nós, presos e sós... E a rua quente se distorce com o sol, eu me desconcerto e me incomodo para ir embora...

Outro dia comum na vida de uma pessoa comum - crendo verdadeiramente que tudo isso, todo mundo, nada faz sentido.

sábado, 4 de setembro de 2021

Menininho

 Você sob os telhados, como um gato livre, em que a dona insiste em procurar: menininho levado de cidade do interior, some de dia e a noite volta como se nada tivesse acontecido.

Em troca do teu olhar reprimido, afago e compaixão. Nos olhos de sua mãe um lágrima corre silenciosa, mágoa exposta de quem de longe só pode chorar.

Aventureiro e impaciente, sobrevivente ao brilho das estrelas e do luar, filho ideal de ideias e carícias, de plumas, penas e pelos, vivendo pelos becos.

Sua cabeça baixa, algo por dizer, sua fraqueza e medo, não nos fita nos olhos, não se alimenta. Não é mais um menininho, maltratado por mim, mas feliz enfim… é apenas um sem tempo… de viver, de sorrir e de te ver.