quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A soma de todos os delírios

A solidão está  em nós, como também sua cura, pois é loucura achar que outro alguém vai nos libertar.

E com essa frase posto a última poesia do ano, na verdade não será "nova", é apenas um COMPILADO das frases "mais legais" que puderam ser retiradas das poesias feitas em 2016:


Sem distinguir a distância e o sono, o até logo ou o abandono, eu me desamarro fio de cobre, dessa saudade que me cobre da cabeça aos pecados. E aquelas promessas, nunca cumpridas, era tudo que eu tinha, e hoje, nelas não me apego, porque sei que a vida é muito mais que esperar das outras pessoas, é, sobretudo, esperar de nós. Porque se eu quero sempre estar preparado para as reviravoltas que a vida dá, devo também, estar preparado para caso de as coisas nunca mudarem. Lamento, todos temos nossos caminhos, todos são solitários, a gente nem sempre chega e vai por querer, pois uns fazem seu caminho, outros já acham pronto. E quantos se encontram no adeus e outros tantos se despedem num abraço? Triste é não ter ninguém, mais triste ainda é ter alguém e não poder encontrar. Mas eu, Eu não sei absolutamente nada dessa vida, por mais que eu esteja dizendo que sei o que fazer. Amanhã é outro dia, hoje é o mesmo dia, ontem nem sei... Há muitas maneiras de dizer "eu te amo" e uma delas é em silêncio. Acho que você tem um sorriso lindo e sincero, mas penso e espero que isso não seja motivo para não ver, nos anos que se passaram, os passarinhos do céu. Não está faltando amor no mundo, está faltando gente disposta a amar.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

última fotografia.



Eis que da vida inteira, me contentarei com teus retratos, daqueles tirados como fomos embora sem dizer adeus.
Disse que as cartas e lembranças mais íntimas foram jogadas trem-morro-acima, menti, guardei restos de sobriedade nos trilhos.
Sei que quer ser dona da razão, já fostes, até, dona de um coração, mas rogo, ou oro, para os semi-deuses injustos que povoam meu sombrio coração, que quanto mais a vida passe mais se arrependa de ter vivido. 
Calou-se retórico nessas palavras, olhou o relógio atrasado, apertou o passo, tomou o avião mais cedo, para as montanhas e morteiros.
Não há nada de errado na solidão, nem em se sentir só, o problema é que vêm sempre acompanhado de algo mais.
Desconheço problemas em querer viver sozinho, mesmo quando se sente falta de si mesmo.
Quantas vezes a gente diz "não é nada, não" ou quando nos perguntam o motivo da tristeza dissemos "Não sei" mas lá no fundo sabemos, de tantos sabermos, que o que dói mais nem é o fato que gerou, mas a certeza de saber que sabe que aquilo te machuca tanto.
Alguns homens estranhos e epiléticos, se confessam rudes que por mais que o tempo mude, não voltarão a sair, ficarão trancados no seu quarto, apáticos, cantarolando outra canção de veraneio, desmentindo que tiveram devaneios, insônia boba quase a noite toda, como apanhador de margaridas nos maios mais escabrosos desses seus anos, joviais e inconsequentes. Re-arrumando buquês para o dia dos namorados, sem contar com a sorte dos meliantes.
Torturados, gritando que se deitou com mais dois homens, censurando e reprimindo qualquer faísca de menos orgulho, dilacerando a vontade de dizer, mais uma vez, que tudo se perdoou, que tudo se esqueceu, pois vive- assim melhor - com a certeza de que os erros farão tudo melhorar de vez.
Ao ler o pedaço de papel, que outrora era uma carta, se enraiveceu mais ainda, chamou-se- sentiu-se - idiota, mandou para qualquer lugar imundo e imoral, rasgou os retratos, desejou, infinitamente, dizer adeus, mas fingiu ter se esquecido de rasgar a última fotografia.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Em breves palavras.

Quem ama busca o jeito de estar perto, quem não ama busca um defeito para se afastar.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Vai a manhã ser...


(O BLOG, OUTRORA MORTO, ENTRARÁ EM UMA NOVA FASE; DE DESCOBERTAS E FORMAS. HOJE, PARA COMEMORAR A MARCA DE 50.000 MIL VISITAS (30 MIL SÓ MINHAS RRSRS) IREI POSTAR UMA POESIA DIFERENTE, EM UM FORMATO DIFERENTE, LOGO, QUERO A OPINIÃO DE VOCÊS E SE CASO GOSTAREM, DIVULGUEM!!!)



Quando o vento te provar que todas as coisas da vida são passageiras.
Que o pranto, pardo, bobo  das folhas perdidas no chão, arco-íris e outras bobeiras.
E se você não sorrir, se você não chorar, seja por gosto de viver ou medo da morte.
Não amargure pelo passado, não se deprima pelo futuro, tudo respira eternidade e logo, ao norte...

VAI AMANHECER!
VAI AMANHECER?


E os que te abandonaram em manhã perdida de setembro, eu sei, sim, relembro  que vestiu de branco em fevereiros inconsequentes, de repente vai agora te sentir e chorar calado, silencioso, atordoado pela distância que criou, pelo amor que deixou ruir, já que o tempo não tem dó de destruir a certeza alegre que a manhã não tem sol.
Vão querer de novo tua voz, teu abraço e teu suspiro, já não há mais a tarde de sábado que te fazia temer a solidão, e não se apavore, vem vindo domingo, de novo...

VAI AMANHECER!
VAI AMANHECER?

A volta da Xanduzinha (ouçam)

Feriu meu corpo, mas mais ainda minha alma.

"Meu caro amigo, te escrevo para dizer que venho pensando demais na vida. Talvez começar essa carta assim é devaneio, pudera ser, mas é que até andar em esquinas me assusta, e como sempre te disse; as distâncias são medidas em vontades, saudades e solidões, nem sempre em quilômetros, e agora, daquilo que te contei, muito mais coisas nos separam, mais que o próprio asfalto.
Queria saber como está por ai, nessas terras distantes, mas hoje, por hoje, me deixe desaguar minhas angústias.
Tenho visto muita gente partir, tenho pensando em você, e em tanta gente. Não pense que estou a reclamar, quem sou eu para reclamar das venturas que me recaem das ribaltas do céu, só que a amargura parece querer fazer morada donde nada falta, das vestes ao sentar na mesa.
Já passou por isso? Engolir seco com o estômago cheio? Não sentir fome com a fatura posta? Deve me compreender, quando tudo está em paz, mas a gente, de tanto temor, nada sabe do que faz.
É bem verdade que quando algo nos falta, não há nada que nos alegre, até aquilo que era de costume nos fazer raiar o dia, nesses dias, absolutamente nada nos arranca sorrisos. O café perde o gosto, a música perde o sentido, nem os lugares e as pessoas estão mais interessantes. Tudo bem, amigo, estou exagerando.
Para além disso, outra coisa me incomoda, a insistência da vida de afastar as pessoas da gente. Juro! Parece pirraça, fazer da saudade instrumento de lembrança. Nessa semana mesmo, lembrei do nosso tempo de criança, despreocupados, parece que quando a gente cresce as coisas vão ficando cada vez mais complicadas, ou será que a gente que tomou consciência que nada nunca foi tão fácil assim?
Na sua carta passada, senti sua escrita pesarosa, mas não me atrevo a perguntar, em silêncio oro para que esteja bem, mas soube de um confidente que tens andando, também, apático, choroso e melancólico, ORA! Quem sou eu para dizer-te melhoras, balbuciar frases prontas e de efeito, pobre diabo que sou, mal consigo dormir.
Me despeço de você, certo que logo receberei a resposta.
De seu amigo..."

No outro dia, ressentido, com o orgulho de achar que só eu sentia dores, li o final de uma carta dele:

"Eu olho para longe, vejo o mudar do mundo na totalidade da íris dos olhos dela.
Eu vejo seu abraço ir embora sem tocar meu corpo, sem se despedir ou olhar para trás.
Vejo o não na resposta que não foi dada, vejo o mal que faz deitar na cama com mais do que deveria no peito ou no corpo. A chamei para esquecer dos ardores da alma, dos apertos do peito e fez foi esquecer de mim. Vestida de branco, com o tempo passado, sei que inclinará os olhos para aquele dia, em que se deitou com frustrações e efemeridades, nunca mais irá se deter o olhar para o horizonte sem lembrar de mim.
Ela foi embora, companheiro, mas foi antes de partir, estava do meu lado com o pensamento, quiçá o próprio corpo, pensando e presente na liberdade (me permite palavras difíceis) da promiscuidade. Confesso que soube e descobri de coisas que as palavras não ajudariam a descrever, se deitou com vários. Desculpe, não era disso que falávamos, mas me deixe concluir: Ainda pensei em esquecer de tudo e tomar-lhe em meus braços, mas o embaraço era tão grande, NÃO! Não meu, mas dela, já se via liberta, distante, vencendo na vida, sentia prazer com corpos estranhos (sei que agora deve me recriminar por vistar de novo tais pensamentos, mas você precisa me compreender, sofri bastante...) mas o pior nem foi isso, o pior foi não mais querer deixar essa tal liberdade."

Admito que não senti remorso ou pena desse relato que nem li todo, mas por amizade, lembro que respondi:

" Larga de mão essa tristeza, larga a mão dela, suas cartas (desabafos) só falam dessa dita cuja, sei que nada tem efeito, mas teu defeito é remoer, deixa que se vá, deixa que se livre esta, livre esteja, livre já está, e tu, vais ficar ranzinza e mal vivido, quando sorrisos já invadem essa que tu diz amar, que deveras já nem te ama. Se tu mesmo me disse que admitiu e queria corrigir teus erros, até dos dela se desprendeu, a mesma não quis, a verdade é que o erro já é jeito que ela vive, se sente bem, e tu? Pobre diabo, agarrado a um passado. Vê se vive"

Pensando em como fui duro, sei que dessa vez mandei uma poesia do Antônio da Lua no final de uma carta que só falava de mesmices do dia-a-da:

"Corpo desfalecido já cansado, alma pendurada no lustre da sala, já incomodada.
Passou-se tantos verões e a dama agora cheia de si, argumenta com seu passado; a vítima vívida do que era tudo que gostaria, como se o cheiro do couro de sua bolsa e os instantes momentos já esquecidos sustentassem o sorriso de satisfação.
Mente atormentada de um belo penteado, unhas bem feitas e inveja de quem era há poucos anos.
Olho em torno, o adorno e as palafitas, admirada- ou ressentida, com queriam- esboçou raiva, lembrou-se que dela era a culpa, tinha tudo no canto escuro da sala, no quarto e o anel do dedo, era feliz-tinha que ser- era feliz-repetia para si mesma- mas más escolhas de longos anos refutavam essa certeza, tudo bem, admitiu, um pouco infeliz talvez, só que não tinha esse direito.
Mesquinho coração, decidiu agora voltar atrás, para onde nada mais tinha, nada mais existia, aquela casa, aquela rua, aquele sorriso, aquela sensação de lugar certo, quem sabe ventania desabou tudo, quem sabe a morte já levou quem lhe queria, e agora, noutra casa, noutra rua, noutro sorriso-todo sem graça- não era o lugar certo, por isso:
Agradeceu, deu até logo, pegou todas as roupas que tinha deixado e consigo levou o amor que dizia sentir"

Não sei nem se ele gostou, mas até hoje espero a resposta da carta.

E você? Espera que resposta do seu coração? que atitude do seu corpo? Vai ser feliz pro resto da vida ou ser feliz pro resto da felicidade?

domingo, 4 de dezembro de 2016

Se houver motivo.

A primeira frase termina com depois que me for.
Mas não vejo a cidade embaçada, pelas lágrimas dos meus olhos.
Veja, meu bem, o sol está quente, os pássaros estão voando lá fora, e você deveria estar aqui dentro.
Talvez essa minha insensatez de ir embora sempre que guarnece inverno, é pretexto pra não querer dizer que já te tenho dentro do peito como as flores e ventos tem algo em comum.
Queria poder ter dizer que tenho medo da morte e que isso me faria te dizer agora tudo que passa pelo meu estranho coração, mas eu ando ocupado com a vida, ando me distraindo com distrações que não me deixam esquecer esse aperto no peito.
Acho que já vivi o suficiente, acho que já senti tanta coisa.
Escrevi minha vida na palma da tua mão, como um recado rápido de "passa lá em casa".
Teu calcanhar sai da água, como tudo aconteceu não tenho do que reclamar.
E vai ser uma despedida até que tudo se resolva por si só.
Para os presentes e os que até aqui se esforçaram, não chorem em despedida de tempo.

Vou cacular a saudade em horas, para que o solidão dure mais ou menos minuto, para ver se em teu oceano é pacífico.

Pra falar da nossa distância escolhida, preciso ser covarde. Pra falar que não há culpa em nada que nós fizemos e descobrir que mesmo assim queremos pedir desculpas.
Não tenho como dizer que fugir seria melhor que fingir, mas todo poema é de despedida.
E eu estou indo embora, aos que sentirão falta, peço perdão por despertar tanto sentimento, desatento fui tecendo minha vida na alma de certo dias.

Mas o meu amor vai florescer calado até que desabroche flor e morra em tarde de outubro, em sentinela primavera, aos quarenta e poucos anos, arrependido de ter se deitado com outros, despedaçado por ter mentido, lido livros e ido para longe.

Mas meu peito turmalina, pulsante mais que o coração  pequeno e escondido no interior dos teus olhos.

Porém teu céu e tua voz, isso tudo de exatamente não saber o que fazer amanhã. E quando a vontade de vir falar for de certo a certeza que não há como, tudo está fechado.

Vem caindo lágrimas pelos meus olhos, esbarram em sorriso estranho, castanho de teus olhos no chão molhar, os pingos e praças. ESTOU PERDIDO, ESTOU SEM SENTIDO, VEJO TODOS E NÃO VEJO NADA.
E quão grande é um ser humano que arde amor e dor, tanta coisa em um peito só, e vive chorando com medo de chorar, e chora porque queria era sorrir, como somos fracos e frágeis, desregulados, tudo nos abala e nos afeta, mas vou e vamos viver, talvez um dia isso passe, talvez encontre o rumo, que agora o destino está procurando algo para  fazer, enquanto eu procuro esquecer o que já nem lembro mais.

 Por fim, e se você já leu até aqui, merece saber, que decidi parar de escrever aqui. SIM, DE NOVO  "que saco", mas já deu. As poesias aqui já cumpriram sua missão, estarão aqui PARA SEMPRE, um dia será esquecido no limbo da internet, mas eu sei que cumpriu sua missão. Não há motivo concreto, apenas decidi, agradeço a vocês anônimos e explícitos, por todos esses anos de companhia, discussões, brigas e etc.

Espero que tenham vivo tudo que foi escrito aqui, foi tudo carregado de sentimento e poesia, mesmo eu não sendo um poeta, mas tentei expressar da melhor maneira possível.

A verdade? Sim! gostaria de saber quem são todos os anônimos, mas admito que perderia seu charme, e até gosto rsrsrs... Só que agora começa uma nova fase deste blog, o de viver sozinho
Confesso que queria esperar chegar até aos 50.000, mas sei que vai chegar!

Pois é meus caros amigos, e por que não, LEITORES!

FORAM ANOS INCRÍVEIS!!


Adeus, enquanto houver despedida.