segunda-feira, 27 de junho de 2016

Bailarina

Não verei, olhos e promessas.
Não pintarei, a imagem que me prometeu em tinta óleo.
Não faltou inspiração, não mudou a questão, e que agora eu tenho outras angústias e preocupações.
Você está aí, parece não me notar, e eu tento conviver com isso, com a incerteza.
São dias cinzas e horrorosos, chove quase a tarde inteira, durante a noite até entrar a madrugada, parece que o tempo copia minha alma...
Não sei como agir, falta as palavras certas, que outrora eu parecia ter, falta coragem para reagir e seguir em frente, amanhã é um novo dia, com ou sem chuva, terei muito o que fazer, e possa ser que eu faça, possa ser que eu disfarça, deve ser, a esperança ou o medo da desgraça... sem poder terminar ou ver o sol nascer  eu adormeci sem ver teus passos de bailarina.

domingo, 26 de junho de 2016

Aurora régia

A madrugada não acabou, pensamentos e meditações, sensações de insônia me envolvem mais do que deveria.
Quase cinco da manhã e o relógio tem defeitos que eu não posso descobrir, como se eu quisesse parar o tempo ou voltar atrás, no que fosse, no que pudesse.
Meus olhos pesados me entregam o sono, o frio lá fora me atormenta ainda mais, não há vinho ou conhaque que me desabafe tudo isso. Será que só eu que sinto um nó na garganta, enorme que espanta e atrapalha, daqueles que nos obrigam a falar e grita, xingar, cantar, mas que por mais esforço que seja, nada sai.
Nem tudo precisa ser rima ou justaposição, nem ter ou fazer coerência, muitas das vezes estamos afogados em nossa simplicidade e isso é a maior poesia que há.
E sem ressentimentos, não retiro minha culpa, mas a verdade é o que destino tem grande parte nisso tudo.

sábado, 25 de junho de 2016

As cortinas de Carolina seda.

Teu sorriso espelho e olhar incomum,
teu jeito sem jeito que não encontro em lugar nenhum.
As tuas palavras e pensamentos, que voam distantes me peito.
Não eram os dias ou teu silêncio que me faziam esperar, nem sei se é, na verdade, o que seja pior, tua partida ou a certeza que não vais voltar.

Não vou contar das mágoas que tive e o que fiz pra suportar, nem guerrear com o destino feito lobo menino
faminto a se lamentar.
A vida há de passar, os dias hão de esmorecer, em teus sonhos e sono profundo, que carrega a certeza maior do mundo: NADA É EM VÃO.
Se os amores te prendem e surpreendem o inquietar das horas ardidas. Perdão, não era assim que deveria ser, devia ter um sorriso a mais na madrugada, esquece então,se não era pra ser a vida nos ensina que a calmaria e a distância não são inimigas, que em cada esquina há uma nova história pra contar, mas por hoje, por enquanto, no entanto, fico com o encanto que é me descobrir.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

E ela ouvia vozes

Talvez você esteja certa, não há direção certa quando o rumo é um horizonte sem cores.
E que se acabe a fantasia das mudanças, quase todas as distâncias são vis cobras corais.
Não sabia como te falar, mas ontem a noite tive um pesadelo horrível- vi a vida desmoronar,
o equilíbrio fugir por entre os meu dedos, senti as promessas e as belezas me serem rancorosas-
Segurou a minha mão trêmula, olhou nos meus olhos e não disse uma palavra, ou não sabia como falar- Está tudo bem, esse dia logo termina-

Eu vejo a luz diminuir, o embrulho no estomago me fazer ter medo da vida, quão é terrível ter mil coisas a dizer e as palavras não surgirem- OBSERVO, PERPLEXO E CALADO, TUDO AO MEU LADO NÃO FAZER O MENOR SENTIDO-
É o que tenho sentido, solidão e marasmo, agora indiferença e cansaço; de tanto tentar fazer tudo mudar, desisti, serei o mesmo de outra vez.

É natural, sabíamos que isso iria acontecer, é como o tempo, ruas e moinhos, por algum motivo inexplicável, todos ficam diferentes a cada ano que passa.


Para terminar, me entrego aos meus erros, mais que aos meus acertos, e sabendo, claro que teu medo era que saísse pela porta que você deixou aberta.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Escudo





No meio da canção eu não me ouço, sequer repouso no olhar, nos pensamentos que mais incomodam mu coração do que os dias que virão. Penso inquieto e indiferente que se eu olhar de repente para porta, sairei em dia de abril, como se tua garganta não gritasse os males e as grades da prisão que fazem na varanda solidão e sombra no teu quintal, de tua casa e de tua semana vejo horizonte e distância, mas estou aqui, ao teu lado mesmo quando não se entende, mas sou eu, quem sem saber nada o que dizer farei do silêncio minha melhor palavra, do abraço mais que apertado o maior refúgio que teu desespero vai encontrar. Mas não se apressa, tenha nessa, ou em todas, as lembranças a certeza que os campos e as colinas são paisagens que só teus olhos podem ver, veja nos ombros dos mais velhos o seu tempo decorrente, sinta no sol ardente do meio dia qualquer besteira ou vã alegria, e quando entardecer domingo, vou te ver sorrindo, sem chuva ou nublado, mesmo que há chegado novembro, que sentando nas árvores ou na praça, estarei sem graça, olhando e pensando que o sol correndo tímido pelo chão, se escondendo para noite, é relógio invisível, eis que passe o tempo que passar ainda assim, estarei pronto para te encontrar.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Cartas ao remetente.

O dia que não choro com tua lembrança me sinto mais leve.

Agora que tudo se acalma, é melhor o silêncio.
Hoje um dia tenso, angustiante, em que a noite, descanso, melhor é contemplar como sobrevivi a toda essa tormenta.
Agora tudo se acalma, eu percebo que ainda sinto arritmia, e vontade de não ter vontade.
Sempre some na noite nossas virtudes e esperanças, até que a gente cai no sono e vai viver outro dia como outro qualquer.
A gente tem nossos problemas e isso é como se fosse o fim do mundo todo fim de semana, pensa que as vezes não tem saída, que a tempestade num copo d'água, uns dizem, não é nada, mas já pensou se o copo d'água for tudo que a pessoa tem? Pois bem, tem gente que não sabe lidar muito bem com os transtornos, e faz do retorno ao silêncio noturno, ao menos, fuga sem saber. Alguns, até, em seus afazeres diários, do nada, se pegam pensando no que não gostariam de pensar, fazer o que, a mente da gente é meio assim boba.
E no final da carta tinha escrito: Te vejo por ai.