sábado, 20 de fevereiro de 2021

No segundo dia

Não há parede ou escuridão se minha mente é refúgio, muito embora não haja luz e janelas também.

Se de tudo que eu fiz e planejei não é  argumento dos meus sentimentos; nenhuma palavra ou gesto o será.

Tenho teu perdão e uma saudade, um retrato exposto expondo solidão. 

Mal de quem ama e se cala, também de quem não tem explicação; se perde a fala ou afaga o coração, tua dor não é pra mim indiferente.

Talvez as coisas estejam fora de lugar, talvez eu esteja sufocado e sem ar, pois o suor e apatia me corroem como menino esperando a hora de chegar a hora.

Já fui errado, e tenho aceito meu destino, reconheço meu pesar e isso é suficiente, pois fico a cargo do destino fico sem medo do futuro, ainda que na dor haja desatino, de verdade ainda fico reticente. 

Na sentença malagouro de quem não quer aquilo, aceito e acato o ultimato das minhas próprias escusas. 

Guardei  as lágrimas para os dias de tristeza, e hoje não sei qual seria o dia.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

De um dia que nos fomos

 Sei que serei lembrança, nas tardes em que a chuva bater na janela. Sei que  serei esperança  do encontro e das risadas inesperadas. 

Nas frases prontas e nas palavras não pensadas, no ímpeto e impiedade da saudade; vibrei e viverei no nosso pensamento, na canção que a gente insistiu em mudar a letra pra ser melhor pra cantar.

Não sei o que será de mim, o que será enfim, de quando a amargura se apresentar e não tiver um sorriso, um sotaque ou um "te vira". 

Se de escombros e conversar construímos essa ponte, fonte que não seca e fere agora que há  de partir.

O que será do tempo quando não mais pudermos reclamar? O que será deste lugar, quando não mais a gente aqui estiver.

Sei que serei lembrança, mas isso não quer dizer que não estarei sempre aqui.