segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Das horas que estão longe

As máquinas, as mentiras e os medos não me fazem companhia. Uma nuvem no céu trás seu rosto, do passado leve desgosto...
Eu estou sem chance, sem chão, os olhos lembranças de um futuro pequeno, pois todas as canções não são  suficientes.
Eu quero dizer o que o meu coração não diz, quero saber de tudo o que fiz ...
Há os presos nos seus orgulhos, ouvindo em silêncio seus barulhos, brados que eu canto calado, estendendo minhas vestes em sopros, afoitos e constrangidos. 
Eu estou angustiado, meu coração apertado, minha garganta  seca, já vejo meus dias assim, observo o passar das pessoas e recuo nas minhas convicções... já  não tenho a certeza  de estar certo, nem que fiz a coisa certa.
Se me arrependo? Não tenho tempo, teoria ou testemunho... 
Se todos os seres  humanos, rodeados de amor ou não, estão sozinhos, se de nós  buscam e querem  sempre o melhor, quem, então, vai nos deixar ser filhos, fracos e sem ânimo?

Por entre meus dedos suados e descalços, bordo poesia de libertação e por ironia, percebo que estou presos nas palavras.

Se teu sorriso falso ou feroz for sincero, se meu medo e  meus loucos pensamentos  são  só devaneios... deixo passar a hora, sem fome ou ficção..  pois hoje, só  hoje, para nada busco explicação 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

O dia da estrada

Um dia no presente eu penso no  amanhã  do futuro, bobo com o sol  e a lua, tua face nua, sem flores ou fingimentos. O andar do dia te engole, teu livro não abre, tua cria não parte, você ainda faz parte dos sonhos e solidões que tive.


Por volta do meio dia eu descubro o cansaço de uma vida toda, com sono por ter dormido mal a adolescência  inteira e o medo de uma vida  quase inteira  pela frente.

Entre as coisas que pus sobre a mesa, estão  meus tratos, meus trapos  e meus lamentos. Todos organizados de modo a não ocupar espaço, a não fazer barulho. Estou preparado para deixar esta casa e viver escondido nas entranhas do universo. 


Amanhã, quando o futuro  descobre que não existe, eu recordo de meus sonhos de meninos ( eu e eles tivemos que crescer). Meus olhos escuros viram coisas e cosias que já  não lembro.

Lembro do caminha da escola, da primeira namorada, com ideias na cabeça, do tamanho do que eu achava o que era o mundo.

Estrada da vida, da morte e do mais for ou será.

( parte inspirada na música "Estrada da vida" de Ronnie Von)

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Das dívidas que perdoei.

 Sou muito apegado aos laços e despedidas. Perdão por algo que tenha feito no calor dos meus erros.

Não haverá valor nos dedos tremidos de minha mão. Não tem contato ou contas a pagar, não quando há coisas mais importantes em jogo, essa dor, esse fogo, essa mágoa profunda e esse sensação estranha, acariciada com a vontade de chorar.

Como sei que não estarás para sempre nas folhas e papel, como tenho certeza que a fonte de todo sofrimento é o pensamento.


Uma insistência e um assunto encerrado, olhos e mãos que não se tocam há muito; na mente uma sensação de que tudo não valeu a pena, que era uma cena: Somados os sonhos, o que restou foi uma desilusão.

Um primeiro poema que desbancou o dia, gritou desesperado: 

"PORRA, NÃO ME DEIXE IR, sou fraco e estou cansado, tenho medo e estou apavorado. Tenho andando errado e todos notam, eu percebo, porém ninguém pegou minha mão no momento mais difícil. Os julgados, inválidos e imperfeitos não são estúpidos, são e sabem disso."

Mas não te aguarda e te liberta, o rio tem correnteza forte e não há um adeus sem lembranças, não há um dia sequer de paz e sossego. Ora, me julgue, se me falta calor e companhia, me condene se à luz do dia eu descumpro minhas promessas: O ato de ser falho não é virtude, nem se acovarda na sinceridade, não faço dela única virtude, tampouco escudo e desculpa.

Eu já prefiro, de fato, não ter razão e andar sem rumo, já não quero acertar e reviver meus erros. Se chorar sempre foi opção, tudo bem, desmaio em lágrimas e você as julga. 

Eu tenho medo de morrer, meu bem, e isso é sério.

Eu tenho medo de viver, meu amor, e isso me destrói.

Quantas vezes as flores e as frases acabaram com teu dia?

Já não sei quem eu sou e nunca duvidei de quem você é. Acredite, se eu pudesse escolher, teria errado bem menos, teria sofrido e feito sofrer ainda menos. Mas olha a vida: nos presenteia com dias e momentos de soltar sorriso, nos brinda com domingos em família, com festas e fantasias, mas algo (que não é a vida) dentro de nós, nos consome, pouco a pouco, dia após dia...

Mas e daí? Estamos todos vivos até que...


Hoje o dia amanheceu cinza, a comida não tem gosto, setembro não vem depois de agosto, domingo é o dia menos melancólico, e os seres humanos, mais preocupados com suas dores, convivem...

Hoje a noite não tem estrelas e o céu é furta-cor, eu, idiota e arrependido, finjo ser feliz acreditando da merda do amor.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Um ponto

Há  uma flor invertida em teus braços, no seu sorriso, sarcasmo; a alma e as águas caindo ao teu redor.
Um anjo escondido no ventre, dentre os mais iluminados e especiais.
Não me contaram histórias, não herdaram meus propósitos, quem podia achou outro caminho  que ninguém esperava.
Eu já sei que já  nem quero, admito que o que me incomoda, me incomoda... Não  sou de explicar, prefiro ir embora, e claro que se não estou bem, não luto além, estando em casa os monstros lá fora não me enchem os medos.

O silêncio  solto e sacro é  só mais um modo  de dizer.

Orei ofendido aos cães da rua, o vinho seco e tua foto empoeirada renderam-se aos desolados da cidade.
Perfeita simetria entre o descaso e a sinceridade, num pacto pobre, podre, de igual, mútuo incomodo, se como todos ali soubessem do cheiro.

O sono é  o que me impede de dormir.
A felicidade de sorir.
A vontade de ficar de ir.
A certeza de volta de partir.
A mesma hora de me despedir.
O teu ser de ti.

Agora era hora de ter paz, mas eu ainda sou humano escravo: meus desejo, romances e certezas me impedem de ser racional.


sábado, 5 de dezembro de 2020

Uma hora depois

 Não  dispute com a prole e o etil, não sou sutil e sumo nos arredores. 

Sou facilmente  reconhecido  pelo sorriso bobo e as ideias sem sentido, pelo sorriso fácil  e a palavra fora de hora.

Se estou  bêbado surrado no canto, tenho valor para o dono do bar, se não pago a conta, fico por conta dos que entendem  meu penar, não me admira  que ninguém sinta pena, pois entre uma dose e outra perco minha humildade, pois sei que nenhuma bebida no mundo alivia minha saudade 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Futuro do meu passado

 É  comum ser incapaz, porque se para alguns tanto faz, para mim ainda mais.

Se estou vivendo e tua lembrança  persiste, em cada um de nós existe, certeza e sombra de não ter.

Olhando ao redor, conto nos dedos as cidades e as pessoas, onze e quando me perco, apenas um.

Qualquer  um de nós tem no peito escombros escondidos  de algo que passou, de algo que desmoronou, não é preciso, provável  ou possível  reconstruir, jogamos uma cortina, fingimos que nunca existiu  ou que sempre esteve ali, sempre foi assim... nada aconteceu, isso não é  meu...olho pro lado, acendo um cigarro: mais um dia que virá  no futuro do meu passado.

domingo, 29 de novembro de 2020

Os astros

 Embriagado  me dou conta da solidão, qualquer  música  atiça  e atormenta a minha saudade de você.

Será que agora sorri? Está  feliz? Não importa.  Me diz onde está. 

Eu não quero imaginar o que imagina, qual tua sede e tua sina, pois sou o causador da dor e dos momentos infelizes. 

Estive pronto para ser minha imitação do colégio  ao fim da vida, um monte de emaranhado de palavras, soltas, vazias, arremedo de poesia.

Me perdi e esqueci como viver de verdade, essa escoltada por diversas mentiras.

Hoje encaro a distância  como uma dádiva, e prefiro pensar que é  melhor assim, preciso pensar que por mim tudo demandaria  que os teus astros merecem se alinhar.

Portanto, e por  tanto querer, fico calado e apático, rezando  para que o dia que virá tenha sol e calmaria

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Águas no tempo de solidão

E já  se foram as águas e os tempos de solidão, se foram os homens e suas imensas incertezas, dádivas vindas e esperadas de um dia sem explicação. 

Já  estou fora de casa e das coisas que me entristecem, já fiz minha prece e parei na contra mão... ainda tenho tempo para brincar com os animais,  rodar a mais que mais do mundo que me rodeia.

Sou de onde não tem paciência, me ignoro e prefiro a paz, tenho o tamanho de um gigante e alma de um peregrino. Sou Deus e menino, marchando para o infinito.

Tenho nome de anjo e por vezes reclamo, já que vivo só, desato todo nó  do desgosto  que insisto em contar.

No que me altera, torço para que as nuvens não desabem. No céu  das flores não existem pergaminhos, e se observo o moinho; tampouco vejo minha vida passar.

E enquanto viajo o mundo  e faço de toda esquina minha casa, não sou menina rasa, dependo mais do meu coração  do que da minha alma, mas calma... quando foi que disseram que o amor não tem sensatez? Por acaso alguém vez me viu sorrir sem amar? Só  peço, mais uma vez, não me defina quando me vir chorar, ainda tinha e tenho história pra contar.

Me procuro nos detalhes da passagem das horas, o pouco que aqui demora já  me serve pra lembrar; o poeta não ama sua poesia, admira e adora os olhos de quem as lê,  tentando, loucamente advinhar  o que fez despertar.

Mas eu te quero feliz, não preciso ver, te quero feliz, só preciso sentir.

E se tu disser que tudo isso foi em vão, que todas as coisas são em vão...

Respondo que por agora, preciso ir embora, junto com as águas e o tempo da solidão.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Hoje não tem poesia

 Qual dia amanheceu  primeiro? Se todas as dores fazem a luz dos teus olhos castanhos brilhar.

Vem do céu o sonho e o tempo, vem do vento do sul esse meio termo, da vida e das verdades, das piadas e promessas sem graça.


A angústia profunda me impede de raciocinar, por isso termino por aqui, sem rima ou final feliz.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Alvorada dos livres

Eu errei no tempo, mas para cá  não  volto mais. Se deixar o espaço faz esquecer  o vazio, se meu corpo sente arrepio; o calor e a distância  não me farão  bem ou falta.

Você tem a chance e sorte, poderia ser feliz.  Passei verniz na porta de saída,  arrumei os móveis e pintei a sala, minha despedida  entre quatro paredes. Com os olhos cheios de lágrimas e coração repleto de alegria, a canção completa do meu dia, me fez acertar; uma saudade serena e um adeus contido, já que abraços são eternos, me despeço  sem sequer olhar pra trás.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

MANUal

 Não  havia tempo para sonhar, sonhamos  porque não havia outro jeito. Já que levaram de nós  o sono, e meu corpo transmite esse peso, esse pesar. Me disse que a tristeza invadiu teu peito só  pela presença  e proximidade  da minha alma.

Olha a janela, a noite escura, o silêncio que faz lá fora, incompreensível.. onde estão todos?

Já  por hoje ninguém tem sono, ninguém tem tempo, eu não tenho paciência e inspiração.

As palavras se encerram... vai vir... chegará... irremediável  e sem medo, as dores e dúvidas...os dias contados e as estrelas contam; o dia que me perdi, faz tanto tempo... e assim é  a vida; um vai e vem... um vai a outra vem.

Quem está  aí? Desculpe... ninguém. 

domingo, 1 de novembro de 2020

Mia

Não acordei com os olhos  abertos e os sonhos incertos, chorei com a chuva e o sol  me conteve. Mas nas preces  tecidas eu terminei meu canto, de pronto fiz o pranto calmo me  fortalecer. 

Mas se todos choram nas frases feitas, e a gente rejeita um abraço e um carinho.

Estando perto da partida você me engana e consome, e nada some, nem teu cheiro nem teu olhar.

Aqui é  o fim do caminho, quando teu sorriso descobriu sozinho outro lugar.

Nesse rio passam as pedras e repouso ao que distante não é  mais meu, mesmo no pouco tempo que tua presença me fez alegria, hoje longe, não sei teu destino, como instinto canino, clamo por não saber.

As lágrimas sobre o pó  a maquiagem que desbota, por hora  choramos nós, mesmo nunca sós, mas sempre a sentir falta.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Coisas do Cotidiano

 O que é essa angustia invadindo teu peito? Que medo é esse que atrapalha até teu sorriso?

Encare, menina, essas horas difíceis e essas quimeras, a vida não tem pressa, mas de tão rápida nos arrasta sem notar. Se são sim, coisas do cotidiano; a alegria incomparável e o pavor (de repente), a gente se encolhe e se acostuma. Tudo que é vivo perece, seja o pátio frio das incertezas, seja teu peito quente (quiçá amargurado).

Se hoje acordou com vontade de sorrir e achou capaz de sonhos, preciso que saiba que nenhuma felicidade é fácil, quantas pedras carregamos para ver os castelos prontos e ainda assim o vento pode derrubar.

Não que eu faça da certeza morte a apatia de viver, essa tônica de deixar à própria sorte, esperando o que for acontecer, não é estilo de vida nem parâmetro, mas conta muito ser e saber limitado. Na vida nem tudo tem um recomeço, se pensarmos que a chuva passou e a nuvem branca (da cidade do interior) está enfeitando o céu, ainda assim as praças abandonadas estarão para o eterno como nós estamos para o que passa nos nossos corações.

Eu sinto tua presença, mais ainda (e não ria) sinta teu pensamento, forte e focado; nos momentos em que a mente esquece toda essa imundice mundana, toda essa humanidade que nos acoberta e desaba sob nós. 

Quando o dia-a-dia se tornou tão normal, que até aquela pontada de saudade passa despercebida sem importância? 

Sendo assim, se puder, sempre esteja em contato com o amor, seja a forma que ele tomar. Sempre que possível, ouça a voz e o silêncio do que te acalma. Se aproxime e não desgrude do que não é rude e te arranca os mais sinceros sorrisos (mas nada é perfeito e os defeitos fazem chorar. Nunca te prometi plenitude, mas instantes raros). E se não puder nada disso; olhe onde está e vejo o que vale/valeu à pena... Lembre-se: uma poesia não salva a alma, nem conforma o coração, a poesia é só uma dose de dor e saudade que parece acalentar, mas lá no fundo a poesia é maneira com que eternizamos o sofrimento da alma.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Crônicas de um problema

 O que arde no meu peito não é defeito... Pus o frio, mas sem convicção, te contei meus derradeiros medos e fui desconversando ao logo do tempo.

Quero saber se o calor de tua casa te faz lembrar do meu rosto. Quero saber se ainda moço terei as lembranças que um dia a idade me trará. Preciso saber se quando passa pela praça lembra dos dias de chuva e de fumaça.

Eu não pude prever que sentiria tanta falta da paz e da tranquilidade. E você? Certeza que vai escrever um poema:

"O mundo que eu tive, não me reconheci.

Todas as palavras me chegaram, mas nenhuma delas dei importância.

Fui pela minha estrada, que era minha só porque estava à minha frente; Nunca questionei.

Não sabia se isso era o desejo da minha mente ou do meu coração.

Para os demais, não sei se causei interesse. 

Na verdade, talvez, tudo que fiz foi por força do acaso, nada decidi, sempre fui covarde.

Pensando bem, acho que nada pus fogo, tampouco pus água.

Se o não existir do sentimento não é amor ou ódio, deixando bem claro, vivi em meu mundo transparente.

Não fiz diferença aos outros e pior, pra mim"


Encerrou o e-mail, sorriu, sentiu-se aliviada da saudade e foi ser infeliz.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Egípcio.

 Eu não vejo mais fim, pois sei que sempre esteve aqui.

Por isso eu vou continuar, eu sei que nunca me deixou.


O processo criativo é curioso, muitas vezes me forcei a fazer algo e que não saia bom (aos meus olhos), contudo outras pessoas gostavam, outras odiavam. Na verdade qualquer coisa que escrevamos, SEMPRE, terá alguém que se identifique, mas a quem escreve, tarefa ingrata, é traduzir um sentimento que tem.

Muitas vezes escrevi que sentimentos que não tinha, às vezes, roubei sentimentos de outros e coloquei nas minhas frases. Também já senti algo MUITO forte e tentei esconder, em metáforas e paráfrases. 

A exemplo, sonho com algo específico, estar com alguma pessoa em um determinado lugar... uso, de toda força imaginativa, para esconder a pessoa e o lugar, mas lá no íntimo, busco mesmo que essa pessoa reconheça-se e reconheça o lugar. Mais ou menos assim:

Se sonho com minha mãe em uma estação de trem, minha fase ficaria:

"A quem me trouxe a este mundo, peço que não me deixe partir, pois onde estou é onde não posso estar por muito tempo".

Com toda essa baboseira, só quis dizer "Estou com minha mãe em uma estação de trem". Claro que o processo de criação é só divagação, e confesso que a parte mais divertida é "esconder" as intenções. Proporcionalmente ruim é a parte de não saber se as mensagens chegaram aos destinatários.


Escrever é uma arte solitária em que você sempre quer companhia e eu estou longe de ser um artista.

Quem lê com frequência o blog vai encontrar sempre "saudade", "tristeza" sentimentos de perda e de solidão, e claro, tudo sob o manto do "amor". Afinal, corações que sofrem buscar alento. Imagine, se eu escrevesse aqui só coisas alegres, ninguém viria aqui. Quem está feliz não busca tristeza. Então você quer dizer que quem tá triste procura mais tristeza? NÃO.

Eu quero dizer que quem está triste busca alguém/algo pra se reconhecer, pra entender essa "dor" e o blog, reconheço traz coisas desse estilo. Pense comigo. Você está com saudade de alguém (ou com vontade de ver/ter algo ou alguém). Então você tem um amor que, por qualquer motivo, não está contigo, você quer ler:

"Hoje estou feliz como se não fosse caber em mim, o sol brilha e as nuvens estão me chamando para uma bela caminhada".

Ou preferiria ler:

"Por mais que ande, em todo canto, vejo teu rosto. Os dias quentes não me aquecem, e minha caminhada começa por onde quer partir"

Eu respeito e entendo as pessoas que, diariamente, vem aqui. ÓBVIO que devem ter alguma ligação comigo, seja amizade, amor, raiva e etc. Já me disseram "Por que escreve no blog? Só tem coisa triste... para com isso". E eu sempre me perguntava o real motivo e mentia pra mim mesmo. E era tão claro:

É porque eu TAMBÉM ME RECONHEÇO nas minhas palavras, eu também quero encontrar tristeza quando estou triste, quero ler coisas que façam meu coração pensar "existem gente igual a mim" ainda que essa pessoa seja eu mesmo.

Mas preciso passar por um processo de 'repensar' as coisas. Então, caros leitores, estarei, gradualmente, deixando de postar. Não to dizendo que não vou postar nunca mais, mas com o tempo irei parar, aos poucos, com calma, sem traumas.

Para não perder o costume vai uma (tentem adivinhar para quem e onde e o que?):


"O tom do sol na pele sentada na cama, uma trama que trai minhas melhores lembranças. Eu preciso ser forte e suficiente, ainda que não aguente mais um dia com esse incomodo.

Eu sempre tive medo de tudo e fingindo forte, fui superando isso. Mas quero e me permito ser fraco, pois por onde eu passo ouço risos, risadas e abraços, tudo bem, mais um cara do bem, mas não é sempre assim. 

Olhei revoltado meu passado híbrido, lutando para ser o que todos acham que sou, sendo exatamente o que todos esperavam, mas meu bem, pelo amor de Deus, seja orgulho ou solidão, saudade ou sorte, lógica ou precipício, mande teu melhor abraço para os cantos de cá.

Eu sinto meu corpo vulcão, tua presença furação, mas de hoje em diante me espera melhor a solidão que o abandono. Já que nunca mudamos, teus planos são os mesmos. Viva a vida sem pressa que eu, sem remorso, vou remando contra minha maré"



segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A terra das pedras

É como se faltasse algo. Me dói demais, estar no tempo e no espaço,  perdido e querendo teu abraço.  Mas sei que quer e me quer  fora dessa via láctea.

 

Esse desgosto e inquietude, há anos que isso nunca acontecia, mas hoje é um dia diferente; tenho preso na garganta um choro que sequer tenho coragem de soltar, a sensação de que agora é de vez e pra sempre. Quanto medo, meu Deus, eu tenho da vida... E preciso chorar, e enquanto penso em ter lágrimas, já tenho meu rosto molhado.

 

Feito criança penso em teu rosto (distante, mas nem tanto) balanço a cabeça e me inclino a ir, mas não vou. A vontade imensa de perder-me, de saber-me e sei lá...

 

Mas já é passada a hora, e agora queria saber o que passa na tua cabeça, se sabe ou soube, para todos os efeitos colaterais.

 

Oh Deus, de onde estiveres, mande a resposta, um sinal, aliás, se não for por mal, manda aquele sorriso ou me manda embora.

Mas por que o céu não tem nuvens? Se o senhor me prometeu paz depois da tempestade.

 

Vejo que teu rosto é uma criança, mas meu bem, perdoe-me por ser um completo alucinado, sem juízo e complicado. 

 

Sei que ao poeta lhe restam suas palavras, mentirosas e desimportantes, e eu que nunca fui poeta, me restam as palavras e todas as mentiras, quando muito me resta algo, mas hoje as palavras também me faltam e as mentiras, ditas e impensadas, agora me revelam a tua falta... 

Pobre diabo, todo ser humano condenado a ser sozinho.

Quanto de tristeza cabe num peito arrependido e condenado a viver de hoje em diante? Nada é interessante, pouco importante, diante da saudade dos domingos, dos dias quentes na sala de estar, da praça e dos momentos que esqueci.

Não lembro das minhas promessas, foram tantas, algumas nunca cumpridas e se agora pareço melancólico, tenho meus motivos.

 

Mas se eu te fiz chorar, preciso que me diga que também te fiz sorrir, pois o fim da vida é certo e eu não consigo carregar o peso dos meus erros. Se teu desejo, e intenção, é que eu morra só e não seja nunca melhor, por favor, não faça isso em oração, meu coração está perdido e não tem ideia de como seguir.

 

Se sentir nas minhas palavras, alguma verdade, de verdade, dê um jeito de me avisar. Não é que a distância seja a pior coisa do mundo, penso eu que a solidão dos pensamentos, a demoníaca solidão de estar dentro de si, isso sim, para mim é o fim. Não pior que a agonia de querer fugir de tudo que te habita.

 

Por isso mande uma carta, para mim ou meu passado, escreva no papel o que tua alma não diria nem ao céu. Olhe pra mim, diga que se importa e dessa vez bata a minha porta, só dessa vez, seria e será a última!

 

 

Peço desculpa por escrever tão sem métrica, tão sem rima, tão sem ritmo, as batidas do meu coração descompassado ditam o rumo da escrita, hora acerta, hora palpita, daí, por isso, que no meio da rima eu me preocupo com o sentido da frase, e quando a frase fica sem sentido, rimo para compensar. Estou falando de sentimentos, confusos e obscuros, imenso medo e amor, de viver assim, desse jeito ou do jeito que for.


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Já que a vida segue.

 Olho o vento daqui da minha janela, sem pressa peço perdão por tudo. Sem coincidência prefiro me esconder em minhas incertezas. 

O problema está em mim, em nunca ter que ter para si o sonho de viver a realidade. Assisto meu tempo e meu propósito, mantenho ao meu redor essa aura de indecisão. Mas se há fogo no chão, também respira o céu a fumaça, daí porque, de hoje em diante, serei sereno.

Queria no adeus ter paz, queria saber que a distância e o silêncio não querem dizer e não são nada. 

Mas não dá, teu coração é pequeno e eu sou incerto. 


A verdade é que ninguém quer dizer adeus, diz porque não tem outro jeito, sinceramente adeus não deveria ser dito, cada um deveria virar pro lado e seguir seu caminho. O adeus é um ponto de interrogação que fica no exato momento e lugar onde tudo deu errado... Como se o espírito deixasse uma mensagem para os corações sensíveis:


"Olhai a mais os medos e as mentiras, poucas promessas que pairavam por sobre nós. Ilusão certa, coração abobado, firme na esperança de qualquer sorriso te fazer feliz. Ah! pendulo maldito que habita o oráculo do destino, é infame e intolerante, não dá a direção e cobra plenitude. Se fez serenata na luz pouca da lua, arruinando os passos do velho e do cansado, corroendo os palpites da pobre moça na janela. As ruas de pedras formigam fantasias, passou mais um carnaval, fez frio na tua casa. 

E não te esqueces, não te apreces, findo novembro ou iniciado fevereiro, todos esses sentimentos, ainda derradeiros, farão nenhum sentido na corda bamba da existência. Falando em promessas, aguardo meu bonde, embriagado e desconsolado, vi todos cantarem e eu mesmo não cantei... mesmo sabendo a letra de cor eu preferi prestar atenção nos que passavam e para pior, eu quem não passei."

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

O Deus e o menino

 Estranhamente estou postando  nas primeiras horas do dia 07. Novidade nenhuma; meu aniversário.

Hoje faço 30 anos. Não lembro onde estava há  10 e nem há  20 anos. Sei onde estou agora, e com certeza  os meus "eus" de anos atrás também não adivinhariam. Onde estou física e psicologicamente. 

Nunca passei meu dia longe da família e dos amigos, exceto 2019 e 2020, dois anos atípicos. Em 2019, estava na academia nacional de policia em Brasília,  passei numa terça feira como outra  qualquer  ( naquele inferno de calor inigualável  que é  a secura de Brasília) na sexta, como de costume, disseram meu nome como aniversariante  do mês. Na sala bateram Palmas. Assim como 2019, neste ano, também por causa da PF, estou longe,  mais precisamente  Imperatriz /MA, longe de ser o lugar ideal para comemorar meu niver. Pois bem, mesmo longe, foram dias felizes, será um dia feliz. Pois estou realizado, profissionalmente. 

Tenho amigos do trabalho e a Internet  para me aproximar dos meus. Embora esse dia sete ficarei um pouco incomunicável.  Já imagino o povo me ligando  e eu não podendo atender  ( lembrar de por o celular no vibra, para tocar a música do chaves no meio do serviço).

Mesmo nessa escuridão, tendo que acordar cedo, eu me sinto feliz, honrado por Deus ter me posto onde estou. Mas claro, 2020 não foi um ano fácil, longe disso. Arrisco que o melhor e o pior ano da minha vida.

Tive problemas horríveis, perdas imensas, fora toda essa distância.  Que ano!

Mas também construí  e consegui tantas outras.

E tudo no meio do covid.

Mas sem lágrimas e até sem sorriso, digo, repito, sou feliz, apesar de tudo, tenho muito a agradecer.

Ja recebi presente, já (agora) recebi o primeiro parabéns ( sim, alguém ficou até meia noite esperando parar dar os parabéns)

Que Deus conserve minha jornada, para que no fim da vida eu não lembra dos 10,20,30,40 ( como hj não lembro) mas que não  importa a idade eu possa dizer FORAM ANOS INCRÍVEIS.



Vou tentar escrever alguma coisa... deve sair uma merda, pq to sem inspiração 


O Deus do tempo tem sono e pressa, levou minhas preces consigo; colheu dos meninos e das árvores tudo que precisava. Há em mim calor cotidiano, do tipo que espera sem pressa a chuva passar. Daqueles que nos dias de sol, senta na calçada admirando o nada acontecer.

Alguém subiu a escada, quem disse que queria silêncio e distância, bate hoje à  porta, explica-se remançoso, aceita e acata suas dúvidas,  promete esperar nascer o sol para dizer o que irá fazer do dia, porém sem agonia agita e cogita não atrapalhar minha vida, nem buscar meu nome nas cartas.

Prometeu chegar cedo e escolher as palavras certas, quis saber quando voltaria, pois podia voltar atrás, já que o carteiro  não mora aqui, nunca iria entregar... Eu já conformado, com esse amor de invenção, calei o som do meu coração 'se for para casar com a moça furacão, faço todo gosto' ja tenho  consciência, já sou bom homem, com  experiência, não falta amor, falta paciência.

Mas o Deus não é bobo, corre solto pelos campos da nossa vida, mais rápido e mais destemido, quando acorda  solta um gemido. 'Hora de ir embora' e a gente vai sem querer  ter partido.


O Deus  sou eu.

domingo, 4 de outubro de 2020

Derrota

 Orquídeas e promessa, na fonte prata dos primeiros momentos. Quando vi o sonho partindo e a vela acesa em tuas mãos. Sei que o vinho diverte e desvia, que a morte é senil e sábia.  Sei que a idade não tem sentido  e as coisas, a lógica das coisas, são qualquer coisa sem explicação. 

Se sempre quis um sorriso e por isso precisou chorar, se sempre me disse adeus e percebeu que sempre quis ficar. Viu a vida torta fazer voltas, nos levando para o mesmo lugar. Com teus olhos cheios de lágrimas eu me desconcerto, busco entender o universo, sem saber, sequer, me explicar.

Hoje tenho certeza que estar só e ter solidão  é  a pior coisa da vida.

Mas é  que na vida não temos certeza de nada.

sábado, 3 de outubro de 2020

Em frente ao meu rosto

 Vai ficar tudo bem, já conheço essa tristeza que sempre me acompanha. Sei que vai ficar tudo bem, basta eu ficar quieto, por uma música e olhar fotos antigas.

Não vejo as notícias ruins, não vejo se lá  fora chove, se aí faz calor.

Mas queria falar contigo, muito e mais que tudo, mas me encontro mudo, mudado e sem chão, queria ter coragem e compaixão, de mim mesmo.


Eu queria  muito não ser eu mesmo. Sequer existir. Queria muito não ter fraquezas, mas também nenhuma força, queria ser o vento, ir e vir sem ser notado.

Mas que fardo pesado é  existir. 

Última ligação da noite

 Toda lágrima tem seu motivo. Teus olhos não são vazios; se saudade, remorso ou frustração.  Sei que tudo passará e eu ainda estarei  aqui.

Mas o sorriso vem cortado, falido ou faminto, das lembranças, do porto seguro, e do futuro  que havia planejado, vem na mente as mesas dos bares, os jantares e os prazeres.

Mas a chuva  aperta, e a gente aperta o passo, não era só garoa e não vai passar tão cedo, procuramos abrigo  na sacada do prédio  ao lado, batem os pingos nas poças  que se formaram  no chão,  cada gota um pensamento, cada pensamento uma solidão,  a água escura pela noite faz a gente ter medo, o frio  transpira a certeza... hoje só queria  estar deitado na minha cama.

Não vai amanhecer ainda, e quanto mais tempo eu levo para entender, mais difícil  se torna; a vida é  assim, uns vão e outros chegam, mas e você? Pra onde vai ?

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Pata.

 Preciso pensar, pois pereço petrificado para posteridade. Paisagens perenes, permanecem perdidas, pondo peças pequenas por pontos paranoicos.

Por pedir, pedimos pressa, preces, prantos...promessas. Pacatos pobres perdedores, priorizam pompas, perecem pensando possuir poderes.

Presos prodígios perseguem plágios, proliferando paraísos patéticos. Posso pretender plenitude, porém passo perseguições, planos, pontes... poeiras.

Palácios, palacetes, penumbras posições perfeitas para ponderar perdão; parentes, próximos, perseguidores, políticos, padres, pintores, policiais, psicopatas, perfilados pela própria poesia, potenciais profetas presos por prazer.

Pertencer planaltos, pavimentações, portais, pradarias, planícies, previsíveis problemas praticados para patrocinar politicagem.

Para por ponto; prego poemas para potencializar: AMOR.

domingo, 27 de setembro de 2020

O sol da minha rua



Olho os passos que faço ao contrário, tenho em teu sorriso uma saudade.
Ontem sonhei contigo, acordei com a sensação  que a vida é  tão estranha e amargurada.
Mas sigo com seus olhos no peito, sem esse defeito de ter tanto medo de amanhã acordar e esquecer da noite que passou.
Nossa história não tem fim, não dentro de mim, mas as coisas são assim, sem sentido algum.
Por isso, me manda uma carta, não que faça falta, não precisa falar de amor, só fala  de ti, de como essa semana passou.

Já que eu não sei ser feliz, me ajude a ver meu passado sem tanta mágoa.

sábado, 19 de setembro de 2020

A Inglaterra precisa de uma princesa

Ela disse eu te amo, mas também disse adeus.

Hoje , quando dei por mim, percebi que não lembrei de ti, e isso me fez chorar. À noite, quando  quieto, sem sono, desperto, me veio à tona teu nome na lembrança.
Será que os dias estão me engolindo ? Será que já me misturo à multidão  como um qualquer?
Já  estou entre os esquecidos e lunáticos? Quando acabar o mês  inteiro, estarei lúcido  à  tua porta?
E de ti? Que saem do pensamento? Já  está  conformada? Apressou o passo na estrada errada do destino? Já quis saber que hoje é  como ontem? E amanhã.. "pobre diabo infeliz, me tenho isso e disso faço de tudo pra mim"
Pois eu sei que tens sono, mas teu  corpo não tr deixa dormir.
Hoje estou só,  só a tua espera, até que ela venha, e você possa vir. Mesmo não sendo mais possível,  queria teu sorriso de novo, queria eu ser luz e lua, pra acalmar teu mar revolto e sozinho  iluminar  teu caminho. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

De lá do mundo perfeito

A menina dos teus olhos é bailarina, se cerca de todo bem querer, vendo por vezes, diamantes na retina.
Teu sorriso solar, semeia e sonda meu coração de soldado de chumbo, criando vertigem como o andar do mundo.
Veja que de vinhos e versos compus a minha vida, uma canção inacabada com pouca rima, mas a canção não ficou como eu queria... Não ficou! Ai de mim que não sou poeta, nem compositor.
Quando as velas do teu olhar iluminar o caminho,  tentarei ser breve e pacato, mesmo que o dia, na imensidão do tempo, sinta-se abandonado, sussurando que talvez exista um "nós" apreciando os detalhes de tua voz.
E quando no maior medo da imensidão, teus pés não encontrarem o chão, queria te dizer que o precípicio também é céu para quem sabe voar.

Fazei de mim delírios precoces ou preces interrompidas, mas não me corte o coração de águas-marinhas, pois sei que ainda tinha que fechar aquela janela antes de saber que o meu olhar, ansioso, te aguarda e te espera, mesmo que a louca fera da insanidade faça valer menos nossa idade e juventude, e nisso tudo, sei que pude, ter em tua calma-em você por perto- a certeza que estava no lugar certo.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Príncipe da ilha

Quando foi em casa, eu estava em outro plano, mal acabado, aeroplanos sem asa.
Sei que me buscou e eu procurava me perder. Já fora das portas e do tempo frio, você me viu...sorriu, e não pude acreditar, eu mesmo só pude chorar.
Tive sua pena em dias escuros, dias confusos. Hoje falo de sonhos e sinceridade, de escolhas e trajetos, mas que bom ter você por perto, quando eu, vago, peno por qualquer lugar.

É que o sorriso não me deixa de pé, é que nunca estive pronto para o que der e vier... A solidão faz morada em qualquer canto do país, onde você estiver.

Não vem me dizer o que fazer com meus sonhos e minhas dores, não venha dizer que a vida nos dá escolhas nem que o tempo pode esperar. Hoje não tenho paciência para infelicidade e principalmente a espera. Não espero melhorar o dia para sair na chuva, não quero fazer curvas enquanto o braço monstruoso do tempo me carrega solto.

Não quero saber de teus defeitos indecisões, pois está claro como o fio nobre da madrugada, que enquanto teus erros não foram julgados, ainda esteve sorrindo e sentindo o trono da falta de ilusão.
Mas o destino cobra, e mesmo porque ninguém diga, teus ouvidos ouvirão, ainda que todos se calem, tua lágrima gritará.

Oh! O que tens, se tudo se perdeu tão rápido? E ainda que o gosto amargo seja pela "pacatês" da vida que escolheu, você sabe que não tem o que temer... Quando o suspiro acaba e a realidade grita mais que as paredes da casa, quando o medo tomou conta da vizinhança e você se dobrou de joelhos apavorada, quando tudo isso não for e fizer sentido, talvez, aí sim, muito talvez, você encontre a resposta que nunca quis procurar:

Se eu não  vivo o agora, o depois será vivido por outra pessoa. Se aqui ele se demora é porque queria ficar, por mais que isso doa.

Então, não há mistério, se da boca sai o desejo, se de lá te contam os segredos, NÃO importa o que seria da casa, das visitas e da realidade. Não e nunca, me preocupou o "como seria" nem o "já pensou se." nunca me acovardei às dores, delas fiz amigas e, principalmente, poesia. Mas se uns constroem pontes, outros, as derrubam e gritam "não posso passar".

Há quem carrega sua cruz, outros preferem pregar-se a elas.


segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Hoje tá foda.








Mais uma tentativa de "inovar" segue uma poesia auditiva.


Não tem dia que a gente acorda assim? reclamando de tudo, preocupado, ansioso, angustiado.
Claro, não é sempre. Tem dia que a gente acorda super bem e que nada pode nos abalar, mas quando é o contrário... ai é foda!


Tenho pensando em desistir do blog, melhor, pensado em não mais deixar ele aberto. Alguns anônimos expressam sua opinião, ainda que de forma respeitosa, como se fosse uma verdade absoluta.

Não estou dizendo que nunca errei, nem que não vou errar; ao contrário... Sou ser humano, com falhas (muitas) mas tenho os meus acertos e virtudes.

Muita coisa do passado já foi mudada, e outras venho mudando, evidente que algumas coisas ruins ainda permanecem ou sequer eu noto como defeito, mas isso é o processo da vida: APRENDER.

Contudo não é justo que julguemos (eternamente) as pessoas pelo que fizeram no passado, tenho o DIREITO ao esquecimento e a superar isso. Se você me conheceu há anos atrás e eu fiz algo que não gostou, te convido a me conhecer hoje e se eu ainda estiver como tu me conheceu: TENS TODO DIREITO DE FALAR MAL.

Mas vamos dar oportunidade às pessoas, às mudanças. Não só a mim, mas a você mesmo. De ver o novo, de poder testar as coisas novas, de saber se alguém é o que era, ou não...

Pensamento muito pequeno de se agarrar na tranquilidade de coisas definidas e que já se foram há tempos. Precisamos, urgentemente, amar as pessoas como se não houvesse amanhã e isso é justamente saber que ONTEM já foi, amanhã não há? e o presente é o que podemos medir.

Não estou me desculpando, nem justificando meus erros, tenho todo direito de errar e aprender com eles. Claro machucar as pessoas não é legal, mas é um processo e machucar também me machuca, mas a vida é muito mais que rancor.

Hoje sou uma pessoa BEM diferente que antes, ainda errante, mas outra pessoa...

Para resumir: nos próximos dias provavelmente eu vá tornar o blog privado, ou seja, não será mais aberto a ninguém, só a mim claro. (rrs)

Enfim, fica ai a poesia auditiva, se puderem, me falem se ficou legal o formato.

domingo, 23 de agosto de 2020

Carta aos arrependidos

Hoje resolvi te escrever, já tinha em mente que o passado estaria resolvido, afinal não te vejo há tanto tempo.
Por onde você andou ? Sozinho? Triste ? Quantas vezes você chorou?
Me preocupa muito todas as vezes que se arrependeu na vida, isso são angustias que não tem como superar. Ouvi dizer que começou a tomar o rumo das coisas, pois é, já não era sem tempo.
Sei que seu coração  aperta quando lembra de mim, sei também que quando por um segundo, quando lembra de tudo que passou, parece que bem a ti toda dor do mundo.
Tenho certeza que essa tristeza  profunda não é  da dor que teve, mas da felicidade  que perdeu. Como eu sei disso? Sinto a mesma coisa.
Como viver assim ? Ora, não me pergunte  se eu fosse o sabedor das coisas  não estaria  te escrevendo  agora. Te daria conselhos  melhores e diria que tudo passa.
Então, para que minha dor encontre alento, me escreva também  e conte como tem passado.
Para terminar, peço que não demore, sei que  a vida anda louca, muita coisa e muito tempo, mas que sejam quatro linhas, já ficarei satisfeito.
Até  breve.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Teu nome na porta de saída.

Vou deixar onde tudo que ficou. Não quero ter que esperar toda segunda feira, vir as palavras e as verdades, carregadas, escoltadas e aprisionada por medos.

O amor tem poder para curar dores. 

E vi você chorando, tremendo a boca, feito criança, me abraçou no pleno escuro, se largou em desespero para que suas lágrimas molhassem meus ombros.

"Tenho tanto medo do futuro, de como será e como serei"

"Hei, tudo bem, o medo é a chama da mudança, mas sei que te falta pouca esperança. Verdade que os dias não te foram generosos. Concordo que quando pensa no que virá, algo te paralisa, congela tua alma, gela tua espinha, mas ninguém mais pode enfrentar isso; exceto você"

Quando temos as palavras certas, mas mesmo assim as atitudes estão longes da verdade, quando estamos presos em nós e esperando sós, o que brilha no céu podem ser estrelas, mas a luz que vem de qualquer lugar não tem tanta força.

Sei que não tem sido nada fácil, sei que à noite, às vezes, para dormir é complicado. E sempre aquele instante 'e se tudo fosse como antes'. Construir um jardim não quer dizer que sempre as rosas florescerão.

"Mas eu sei que devo seguir, sei que devo tentar, mas algo em mim me segura, me lembra, me aprisiona e tenho que sempre escolher, mas nunca escolho"

"Bobagem, antes de qualquer coisa, de qualquer dúvida ou temor: Teu coração já escolheu."
"Mas o que fazer?"
"Aquietar a alma! Aceitar e arriscar, a vida é um sopro, e a gente não está disposto a arriscar. A vida é chuva de setembro, um instante, que passa e não deixa rastro. Falta em nós é garra pra pagar pra ver, sentir essa chuva, ainda que seja só no entardecer."

É na angústia da espera que a gente raciocina, mas não há como prever o futuro, nem viver ele antes de acabar o agora. A gente sofre, ri, chora, mas do nada quer entender o tecer do destino, num campo de ideias e suposições.
Não tem como, somos limitados, nos resta o amor. Amar em plenitude, aceitar que tudo pode dar errado, aceitar que o segundo seguinte é terra de ninguém e ninguém sabe saber.

Só resta amar com os olhos e com as palavras, tocar às mãos suadas e sorrir...

 O amor está no café quente no hotel, no exercício à beira do lago, o amor está ficar deitado sem nada pra fazer, mas também está em correr no parque, claro, também, em dirigir pela cidade, errado, fazer compras no supermercado... comer comida nova e estranha, assistir o homem aranha, ou Harry Potter, talvez uma série qualquer, The Crown, Game of Thrones.
Veja, o amor está em mentir para ir para outra cidade, a contra gosto, passar no posto, pedir dinheiro emprestado. Amor está bem ali, no abraço sincero, no pior momento querer xingar, mas sorrir e dizer "estou ao seu lado", muito fácil identificar o amor no silêncio do momento terrível, no aconchego esquisito e mesmo sabendo que não dizer que 'tudo vai ficar bem'.
É claro que o amor está na frase inesperada, daquele momento indesejado, tá no afoito e no calmo, no vinho, na pipoca e na batalha naval, no ano novo na praia distante, e até no carnaval.
Na casa com piscina e no apartamento fechado, no carro sem bateria e nas plantas murchas.
No passar mal de noite e correndo pro hospital, dormir de mão dadas enquanto toma soro, no medo e no apavoro de uma seringa enorme, na sorte de ter quem diga "Nada demais".
O amor é peça de quebra cabeça que nunca falta, é sorvete como desculpa pra encontrar, é fumaça que encobre a praça e queima de santos no altar.
É despedida sem jeito, é dor que dói no peito é pipa solta pra menino brincar.
Amor, que não dá pra resistir, é usar a mesma senha, é curtir a resenha: é querer mesmo sem poder: insistir: ser Princesa da Inglaterra ou Agente do FBI.
Ah o amor, coisa tosca e sem preparo, inventa música, poema, carta e melodia, faz nascer o dia e escurecer o jantar... Amor não correspondido não existe: existe amor, por si só e sozinho, se sustenta igual equilibrista, na corda e pronto: Amor existe ainda que um já tenha ido para eternidade, não é amor só de gênero, nem comporta maldade; é um folego na brincadeira, é sorrir a manhã inteira, porque recebeu um elogio sem esperar.



O Amor nada mais é que a vida: simples e acontecendo. E assim como a vida: O AMOR É INSTANTE.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Terças e esperas



(livro: Quem me roubou de mim. Autor: Pe. Fábio de Melo)


Acabou a estação e começa um novo ciclo.

Sei o quanto espera e espero igual, mas os sonhos estão cada vez mais distantes e me pego pensando em tanta coisa... Tanta coisa.

O sons e a vida tem feito pouco sentido, sei também que seus dias têm passado lentamente e sem propósito. Há sim dias estranhos, com nuvens carregadas e uma sensação no ar, de que nada parece fazer sentido.

Queria ouvir tua voz, saber que ainda se importa e que sempre se importará. E se der vontade de chorar, tudo bem, já que dizem que chorar faz bem, faz de tuas lágrimas o escape para as dores.

Seu medo e sofrimento, com o passar do tempo, virará acomodação, a dor insuportável é velha amiga, como quando a gente se acostuma com barulho da obra ao lado.

Tuas coisas foram dadas, doadas e vendidas, mas certas coisas nunca passarão. Olha como a vida é frágil, como os encontros e as despedidas são inúteis: Poderia ser tudo diferente, mas nunca será, nunca foi, aliás, nunca é nunca e sem qualquer convicção eu me vou na certeza que nada disso é correto.

E se der vontade de chorar?

Arranco as pétalas do tempo, nesse mau e bem-me-quer, sem querer, na verdade, ver o tempo passar. As relações humanas e seus fios de incertezas, como não disseres adeus olhando nos olhos, permanece em mim a profunda certeza que poderia ter dito algo mais.

Já não vale a pena sofrer, nem ter desencanto, se sozinho no seu quarto ou perdido na multidão, se te arrancam sorrisos forçados ou se teus olhos denunciam o cansaço. Pare! Nós podemos ser frágeis, essa capa se acaba e não vale nada. O amanhã é um país distante e nem sempre tem voo disponível.

Mas se realmente der vontade de chorar, então, qual problema? Chora teu dilema, dilacera teu pensamento e dilata teu coração, o choro é estranho e o sofrimento esquisito, mas é o que nos deram os deuses de alento, quando não mais couber isso tudo; Eis a única solução.

Se prostrado na frente da tua cama, uma prece ou oração (esquecida) fizer mais sentido que isso, não há problema.

"Joana era casada há 10 anos com Miguel. Casal perfeito, viajavam juntos, faziam compras juntos. Ele a via como a mulher da sua vida e, se possível, da outra vida também. Se conheceram no colégio, namoravam desde os 14. Ele nunca conheceu outra mulher, por isso idolatrava Joana como a uma deusa, também pudera  ela era "como cheiro de primavera, férias de colégio, um sorriso que matava qualquer dor, um abraço que sufocava qualquer saudade. Um cheio que é impossível descrever... Tudo nela é perfeito, seus cabelos escuros, sua pele de seda," nas palavras dele. Para Miguel, sua vida está completa, tem a mulher que ama, um trabalho que lhe sustenta e agora quer ter um filho, só faltava escrever um livro e plantar árvore.
A idolatria de Miguel era tão grande que Joana, a seus olhos, não tinha defeito, o amor era perfeito e sem poréns. Claro, ele tinha aquela sensação de completude, acordar e olhar nos olhos de sua amada, beijá-la, mesmo ela reclamando que tá com bafo... Para ele, isso era maravilhoso. No sexo, não importa a ordem das coisas, ela lhe dava prazer imenso. Agradecia a Deus todo dia por aquele sonho.

Joana, coitada, já não aguentava mais ter que ir a todo lugar com Miguel, "Porra, até no supermercado" esbravejava ela. Queria um tempo para ela, queria sentir algo a mais, enfim, nem ela sabia explicar. Mas não sabia se conseguiria viver a vida toda com ele, como, tipo, uma obrigação, como se fosse uma imposição dada pelos outros e até por ela mesmo. Ela conheceu outro homem, e parece que este sim pode ser o amor de sua vida, ou não, é só o cara que ela queria estar agora.
Miguel não é uma pessoa ruim, mas é que Joana, quando olha pra ele, não vê mais o que via. A vida foi passando e ela se acostumou, mas agora se deu conta que queria ter um tempo pra ela mesmo.
E essa mania dele de beijar de manhã ainda com bafo, nossa, acaba de verdade com o dia da Joana.
E no sexo... ela sente invadida, ultrajada, torcendo para acabar logo... Não é que Miguel não seja um bom homem, um bom amante, na verdade é que Miguel não é o outro, só isso. 

O retrato da vida deles não é uma moldura perfeita, veio com milhões de problemas e expectativas de todas as partes... Joana segue infeliz, Miguel radiante... E a vida vai passando.

Certo dia Joana foi encontrar o outro, mas esqueceu que estava com o celular de Miguel, que tentou ligar e não conseguiu, mas como precisava muito; deu um jeito de encontrar a localização e foi buscar onde estava. Era uma casa estranha, de ninguém conhecido de ambos.
Foi bater na porta, mas algo gritou dentro dele "Entra, tá aberto" era Deus ou o diabo, não importa. Miguel tomado por um medo repentino, começou a tremer desmedidamente, começou a suar frio... sua boca estava seca, sabia o que algo estava estranho, mas em um ato de sabe se lá o que pediu a Deus para não ser o que imaginava, por um momento sentiu vergonha de pensar isso da Joana.

Já que estava ali, já que havia entrado na casa de alguém sem permissão, iria até o fim. Andou com cuidado para não esbarrar em nada, passos lentos e sem qualquer confiança. Parou por um momento segurando com uma das mãos na fria cadeira de metal. Baixou a cabeça, respirou, ou tentou respirar. 

O barulho que vinha do quarto ficava maior (e pior). A porta estava entreaberta, roupas pelo chão, era como se não tivessem tempo de pensar em mais nada e quando avistou sua amada se entregando a outro, de forma louca e selvagem, como nunca mais fizera com ele. Suas vistas escureceram, o mundo começou a não fazer sentido, paralisado só podia ouvir seu coração batendo em um ritmo alucinante. Em uma fração de segundo imaginou toda sua vida com Joana, toda sua história, todo o futuro que viria em quantas vezes ouviu "eu te amo" da boca que agora gemia para outro. 
Sentiu-se um lixo, um humano incompleto. As perguntas de costume "o que eu fiz de errado" e etc.

Agora começou a raciocinar, esqueço isso e continua com seu grande amor, ou deixa seu orgulho de homem falar mais alto e confronta... "  (continua... Ou não) 





sexta-feira, 7 de agosto de 2020

11:50

Não é real. Toda essa situação é um sonho pintado no século passado por um pintor esquecido e insensível.
Quando o abraço vai nos fechar os pulmões? Desviar o olhar daqueles dias sob um sol forte.
 Forte? Éramos nós, mas isso nunca impediu ninguém de chorar.
Por que não diz teu nome em voz alta? Por que não me pede resposta? E vem assim, por teus meios insanos, mandando  a mais trazer lembranças.
Que falta à coragem? Acreditar no medo ou se perder em vão.
Que tem de sóbrio na rejeição? Se um "oi" ou um "adeus" vale menos que a indecisão.
Pouco importa o mecanismo das coisas, a razão pálida das escolhas. Se tudo está escrito, tudo deve acontecer. Mas se ninguém ler o que está escrito, como então vamos saber?

-Sentado, ele chorou lembrando das coisas que disse e sentiu, lembrou de sua terra e de sua amada. Lembrou do centro da cidade, da cidade central, resort, do lago e do parque... se calou por um momento.-

-Já sem forças lembrou do desespero que sofreu, sem muita calma ficou atordoado e pediu para sair.-

Para onde vai o mesmo vento que mexe as árvores à noite? Se teu corpo sofre e se modifica, e ainda assim sua cabeça ainda é do corpo de uma criança.

Os sentimentos são pontes e parágrafos, frases inacabadas, sem verbo ou sintaxe, promete explicar a existência humana, justificar o futuro e sufocar o passado. São os sentimentos a força que move o mundo, que organiza a humanidade e nos empurra adiante... Mas os sentimentos (pequenas agonias presas no peito) não tem NENHUM SENTIDO.

Olhe aquele homem ali sentado; tem tudo e nada lhe falta, sabe de si, sabe ser e sonhar, que mal há de lhe vir? Mas olhe melhor... Por que ele chora? Não devia. então... Chora por tudo aquilo que teus olhos jamais poderão ver, e pior, por tudo aquilo que suas palavras jamais poderão explicar...

Só quem sente é que sabe.

Hoje buscou minha poesia e encontrou as portas abertas, entrou devagar e se sentou sem expressão.
 E agora já tens costume com essa angústia, que já projeta o futuro menos sombrio. Quais os planos para ser feliz? 
Já parou para pensar no peso que é saber que a vida acaba e que todos os amores se vão?
A quem vai entregar tua velhice e tua companhia?... Ele diz que faz por cuidado, mas com ego ferido se imita e chora em meus braços... Pede que minhas poesias sejam suas, totalmente perdido me dá respostas vazias, mas eu também não estou tão bem assim.

E quando subo aos andares de cima, tomo um café, falo de livros e saudades. Diz ela que também não entende o porquê disso, fala de vergonha, saudade e paciência. Mas não acredita muito no que diz, nem no sorriso futuro. Pede que tudo dê certo, mas deseja sorte e "siga em frente".

Mas eu não sou tão forte assim, tenho cacos empilhados no coração e você não sabe que eu só queria ficar quieto.

Alguém deixou um porto embriagado, fez de brincadeira ou de propósito... Sabia da história e das lembranças, aproveitou um descuido e conseguiu fazer uma lágrima cair. Há milhas distantes, sem saber o porquê... Tomou um vinho deixado em sua sala, cada gole mais apontava tristeza que diversão, é como se o gosto da uva fosse qualquer coisa de angústia, como se, veja só, ao terminar essa garrafa, vá terminar o dia também.

Ora, que sorriso foi que te denunciou? que ponta de esperança é essa que aceita o fim achando que qualquer dia virá o recomeço? 
Como tem tanta certeza que o costume e panos sujos não te farão esquecer que o coração arde, louca e desvairadamente... 
Como se o céu, selvagem e constante, fosse rasgado pelo grito e o desejo, dando a entender que os humanos podem realizar tudo que pedem.

Teus olhos estão cansados, ainda que ninguém perceba, por isso, essa mistura de alegria e tristeza faz a todos enganar, mas daqui eu vejo, ainda sinto... Quando desenhava nas costas, com tua língua,frases... LINDO. Talvez nem se lembre disso, mas o que importa...

Quase meia noite e mais uma taça se acaba, no fundo dela o amor e o vinho... e eu tenho espírito de criança: Amanhã eu acordo e mais uma vez, de todo jeito, volto a sorrir.

A vida é arquitetada de quases e empilhada em porquês 



terça-feira, 4 de agosto de 2020

Deus vai suprir teu coração


Se teu coração tá apertado no peito
Se  na tua  visão a vida não tem mais jeito
Então entregue a tua dor a quem sabe o que é amor.
E nada no mundo vai te abalar e quando a tristeza te pegar
Então entregue a sua dor a quem sabe o que é amor
Deus vai suprir teu coração
Deus vai afastar a solidão
Deus vai te ajudar.


Música autoral

domingo, 2 de agosto de 2020

Autoral.

Se esse lugar ainda existe e a gente resiste em querer se encontrar

Se o silêncio faz morada nessa rua tão parada um passo pra te abraçar

Enquanto for uma promessa, a paciência e a espera da hora  certa de chegar

Se é amor ou indecisão aumenta tua dor, quando o mundo não for só solidão

eu vou fazer de tudo e mais um pouco quase sendo  louco so pra estar

Num pedacinho do céu, num brilhante carrossel de mil estrelas a brilhar

Cartas Esquecidas

Estava escrito nas cartas, todas elas destruídas... Ela é uma moça que conhece o mundo, já viveu os sorrisos e as dores de qualquer lugar.

Tem em si o desejo de viver feliz, acorda e toma seu elixir, resistir a uma vida que mudou e muda a cada instante. Quantas igual a você vivem espalhadas pelo mundo? Se ciganas ou sereias, empresarias e estudantes. Depois de um longe tempo:



"Amiga, minha adorável amiga, escrevo para dizer que andei errando, pensei que a vida iria se ajeitar com o passar do tempo e quanto mais o tempo passava, mais eu não acreditava que tudo poderia ficar melhor e engraçado que nunca ficou. Vivendo um dia por vez eu deixei de viver todos esses dias.
 Pois bem, amiga, eu reconheço que tive meus erros, defeitos e virtudes, e por favor, não pense (nem sorria aquele seu sorriso) achando que estou me lamentando, não estou. 

Uma pausa: como estão seus sobrinhos? E seu afilhado? Ainda esperneia para não comer brócolis? Sua irmã ainda diz que qualquer coisa pode mudar a vida dela?.

Pronto, agora voltando às minhas lamentações, alias, não é lamentação (eu sei que você sorriu agora). Não te contei, mas mudei de casa, estou morando naquela avenida enorme que fica atrás do cemitério, aquele que a gente passava correndo de medo, mas depois te conto melhor. Então, sei que há muito não te escrevo, e tenho cá meus motivos, meu marido me deixou há bom tempo e eu sinto vergonha de ser tão infeliz assim.

Não quero falar disso, mas para matar sua curiosidade; ele foi fazer um serviço na capital, passou uma semana lá, conheceu uma garota, sei lá... Brenda, Suzane, qualquer nome desses. Veio em casa sem falar nada, pegou as roupas e foi embora. Só disse "depois te ligo"... até hoje nunca ligou, não disse nada... tempos difíceis. Pouco tempo depois a própria me ligou e pediu desculpas e disse que não sabia de nada.

Ixe! Esquece, nem gosto de lembrar. Daí, amiga, eu estava sozinha, sem ninguém pra conversar, meu pequeno chorando sem parar e eu ficando a cada dia que passa mais triste (nem te contei dos problemas com dinheiro). 

Por isso hoje me dei conta o quão estou triste e levei minha vida para o lado ruim, pois eu lembro quando você dizia "Não casa com ele, tu não vai ser feliz" e eu sempre dizia que depois terminava, que depois decidia, não é que tu tava certa (como sempre) a vida foi passando e as coisas acontecendo e olha eu aqui, cara de pau, mandando essa carta.

Não queria conselho, até porque eu sei que nunca fui boa em ouvi-los, mas agradecer por sempre se preocupar comigo, mesmo distante, sei que estou nas suas orações. Espero te ouvir em breve..."



O silêncio é poderoso. As palavras são as fraquezas do silêncio.
Pois, para a maioria, o que mais a gente queria, era voltar no tempo, fazer diferente, diminuir distância, desfazer erros, marcar e na hora certa chegar, dizer chega pra alguém parar, dizer vai para quem precisa de incentivo. Como a gente queria mudar um segundo ou o sentido das coisas. Nada mal seria poder arrancar a dor como se fosse uma peça de brinquedo, substituir os olhos vermelhos de choro (durante toda noite) por aquele sorriso totalmente despretensioso do almoço de domingo com os amigos.
Acredite e entenda  A VIDA PASSA, você feliz ou não. E a resposta, não demorou:



"Quanto tempo faz hein!? Verdade que dei risadas boas lendo sua carta, lembrei de você se lamentando e o drama que faz com tudo, adora falar difícil e ter frases prontas. Eu sou mais prática. Fico triste por ele ter te abandonado, mas muito feliz por ele ter ido de vez. Homem arruma outro, maior e melhor.  Ele disse que te ligaria e não ligou e qual a surpresa? Quando foi que ele fez algo que prometeu?

No começo tudo são flores, depois se revela. Nunca me enganou. Lembra quando disse pra ficar com aquele rapaz que morava na casa verde da rua de cima e você "Ai amiga, mas ele é estranho". Hoje ele trabalha no Banco do Brasil, tem três filhos lindos e a mulher dele é arriada por ele e ele trata ela como rainha.

Lembrei da gente correndo na rua do cemitério e você jurando que viu uma alma (muitas risadas). Eu tinha medo, exceto quando era pra ficar com o Lucas lá atrás (risos).
Para com teu drama de vida ruim e etc, levanta a cabeça e bola pra frente. Se é o que você tem hoje é isso mesmo e pronto, chorar as pitangas não vai resolver nada. 
Meus sobrinhos e meu afilhado estão pior que nunca, mas me obedecem, quer dizer, não quando o assunto é brócolis. Isso é inegociável. Mas com certeza é mais fácil cuidar deles do que da Thaís, que continua achando que tudo pode mudar a vida dela. Hoje tá nessa história de marketing digital...tomara que dê certo.

Você sempre estará nas minhas orações e para com isso de vida triste e etc. Enquanto há vida, há esperança, você pode HOJE ser feliz, pode dar a volta por cima, mas essa porcaria do teu signo não te deixa tomar decisão NUNCA, tu parece que prefere ficar ai se lamentando. E seu pequeno? Nem deve estar tão pequeno assim mais né.

Se cuida tá? Não esquece que pode falar comigo a qualquer hora, sério. Sei que brigamos por causa daquela garrafa de vinho do porto (que coisa mais idiota né?), mas hoje eu espero que você fale mais comigo! FALE COMIGO, ouviu? (risos)."


A vida é simples e nós complicados, ou ao contrário, o fato é que uma palavra certa, em qualquer momento, faz mudar o rumo das estrelas e açoitar o destino: NADA ESTÁ PREDETERMINADO, quando temos nos olhos o fogo de ser feliz.

"Se teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz."

sexta-feira, 31 de julho de 2020

A Partida e o Norte - Estevão Queiroga


Quando eu parti partiu-se em mim meu coração
Meus pés tremeram ao pisar em outro chão
Eu disse adeus e a Deus eu disse sem razão
Que a minha companhia era a solidão
O fogo me queimou, mas me aqueceu
A luz que me cegou, me fez ver Deus
Minh'alma se fartou sem água e pão
A mãe da esperança é a provação
Por sobre a estrada anoiteceu e amanheceu
E eu vi que os dias mais sombrios também são teus
O homem que eu parti de casa se perdeu
E a caminhada fabricou um novo eu
O fogo me queimou, mas me aqueceu
A luz que me cegou, me fez ver Deus
Minh'alma se fartou sem água e pão
A mãe da esperança é a provação
"O caminho muda, e muda o caminhante
É um caminho incerto, não o caminho errado.
Eu, caminhante, quero o trajeto terminado
Mas no caminho, mais importa o durante.
Deixei pegadas lá no vale da morte
Um solo infértil aos meus muitos defeitos
Minha vida alargou-se em caminhos estreitos
E eu vi você
A partida
E o norte"
O fogo me queimou, mas me aqueceu
A luz que me cegou, me fez ver Deus
Minh'alma se fartou sem água e pão
A mãe da esperança é a provação
Fonte: Musixmatch

Compositores: Jayme Alves / Estevão Queiroga

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Minha felicidade tem seu nome - Kim








Tantas vezes eu chamei seu nome

Tantas vezes tive que aceitar

Que mudanças independem de um desejo
Que às vezes é preciso caminhar
Tantas chances nós tivemos juntos
Tantos sonhos lindos para sonhar
Mas jogamos tudo fora, sem motivos
Pelos simples fato de não perdoar
Hoje eu só penso no seu rosto e vou dizer
Como dói amar você
A distância me consome
Hoje eu apenas gostaria de te ver
Pois confesso a você
Minha felicidade tem seu nome
Quantas coisas foram sem sentido?
Tantas frases, gestos e o amor
Sei que não consigo sem o seu abrigo
Sei que você é meu verdadeiro amor
Fonte: Musixmatch
Compositores: Joaquim Cezar Motta / Julio Cezar Motta

Por favor (se alguém assistir, é claro) deixem nos 
comentários o que acharam dessa nova "versão" do blog, ou
 acham mais legal do jeito antigo. 
(pode deixar comentário anônimo).

domingo, 26 de julho de 2020

Quatro Estações - Kleber Lucas

QUATRO ESTAÇÕES
Flores de maio, sol de verão
A primavera está chegando
É o fim da solidão
O pardal encontrou casa
E a andorinha ninho para si
E eu os Teus altares
Nuvens e raios sobre o sertão
Avisa lá que está chovendo
É o fim da sequidão
Diz ainda que a gente
Conseguiu sobreviver à dor
E Deus mandou a chuva
Primavera e verão no outono
Ou inverno, então
O Senhor é o meu Pastor
Na alegria e na dor
Eu confio em Ti, Senhor
Nada vai me separar do Teu amor
Fonte: LyricFind
Compositores: Kleber Lucas

Letra de Quatro Estações © MK Music