terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Das dívidas que perdoei.

 Sou muito apegado aos laços e despedidas. Perdão por algo que tenha feito no calor dos meus erros.

Não haverá valor nos dedos tremidos de minha mão. Não tem contato ou contas a pagar, não quando há coisas mais importantes em jogo, essa dor, esse fogo, essa mágoa profunda e esse sensação estranha, acariciada com a vontade de chorar.

Como sei que não estarás para sempre nas folhas e papel, como tenho certeza que a fonte de todo sofrimento é o pensamento.


Uma insistência e um assunto encerrado, olhos e mãos que não se tocam há muito; na mente uma sensação de que tudo não valeu a pena, que era uma cena: Somados os sonhos, o que restou foi uma desilusão.

Um primeiro poema que desbancou o dia, gritou desesperado: 

"PORRA, NÃO ME DEIXE IR, sou fraco e estou cansado, tenho medo e estou apavorado. Tenho andando errado e todos notam, eu percebo, porém ninguém pegou minha mão no momento mais difícil. Os julgados, inválidos e imperfeitos não são estúpidos, são e sabem disso."

Mas não te aguarda e te liberta, o rio tem correnteza forte e não há um adeus sem lembranças, não há um dia sequer de paz e sossego. Ora, me julgue, se me falta calor e companhia, me condene se à luz do dia eu descumpro minhas promessas: O ato de ser falho não é virtude, nem se acovarda na sinceridade, não faço dela única virtude, tampouco escudo e desculpa.

Eu já prefiro, de fato, não ter razão e andar sem rumo, já não quero acertar e reviver meus erros. Se chorar sempre foi opção, tudo bem, desmaio em lágrimas e você as julga. 

Eu tenho medo de morrer, meu bem, e isso é sério.

Eu tenho medo de viver, meu amor, e isso me destrói.

Quantas vezes as flores e as frases acabaram com teu dia?

Já não sei quem eu sou e nunca duvidei de quem você é. Acredite, se eu pudesse escolher, teria errado bem menos, teria sofrido e feito sofrer ainda menos. Mas olha a vida: nos presenteia com dias e momentos de soltar sorriso, nos brinda com domingos em família, com festas e fantasias, mas algo (que não é a vida) dentro de nós, nos consome, pouco a pouco, dia após dia...

Mas e daí? Estamos todos vivos até que...


Hoje o dia amanheceu cinza, a comida não tem gosto, setembro não vem depois de agosto, domingo é o dia menos melancólico, e os seres humanos, mais preocupados com suas dores, convivem...

Hoje a noite não tem estrelas e o céu é furta-cor, eu, idiota e arrependido, finjo ser feliz acreditando da merda do amor.

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