terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Pizza

Tenho em mim o peso do mundo nas costas. Não consigo entender o sorriso sincero com o peito cheio de amargura.
E apenas deixar a vida acontecer, apenas aceitar o destino como se fosse um carimbo em cada testa, seria dizer que não estou vivo. Hoje talvez não seja o que esperava, amanhã nem espero, desta forma, teus problemas são meus, e eu, sem saber, sou problema e solução.
Entre os soluços silenciosos do teu choro eu crio poesias para criar coragem de desistir, quando, na verdade, isso era a ultima coisa que queria fazer.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Chakaia

Estou bem, ouvindo os pássaros em total silêncio.
Mas retiro o que disse, a paz e a tranquilidade incomoda muita gente.
E aos que tentam nos dominar a mente e mentem, um longo e caloroso
aperto de mão.

Já disse que estou bem?

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Astros, lampadas e planices.

Não venha me dizer que sentirá saudade, sendo que você quem quis partir.
Dizes, ainda que sem dizer, que todos estes dias estive ausente, que todos estes dias
teu presente era passado.
Mas mesmo o sol que também nasce todas as manhãs, não é tesouro de todos.
Sei que a qualquer momento desses pode me esquecer, como fez tantas outras vezes.
Mas se dessa partida, sumir dos teus olhos o horizonte que me encontro, nem as lembranças
farão a memória recobrar. Vez que amacia o tempo para ver quais nuvens darão certo,
 se o sol e a chuva irão finalmente se encontrar, e reapareço mágica.
Pois é, velha amiga, nunca fomos feitos de infância, nem daria certo tentar as brincadeiras de
acreditar e fingir. Mas valorize o que tem, ou toda essa falta do que teria, valorize o tempo que
não volta, a sobra do que faltou, valorize o pouco amor restante, os atos e errantes, pois se agora
guarda no baú apenas areia, é que esqueceu de fechar antes que tirassem a força os diamantes.
Não guardes nada de ruim e sinta saudades, mesmo sem escolha. Já que tudo decides só, paremos essa conversa por aqui, pode ir embora, e por favor, assim que puder... sinta saudades.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Cleopatra.

Você deixou a porta aberta, mas não me deixou entrar, não me convidou pra sentar e falar da vida com palavras soltas e lembranças arredias.
Tomando um café preto, no final de semana que escolheu pra ser solidão, quando liga desesperado e não atende desencantado, são os sonhos que ficaram mais difíceis de se realizar ou a gente que tem parado, aos poucos, de sonhar?
Cada dia que passa a gente menos se entende, mas como um silêncio que nos grita verdades, insistimos e tentamos tentar, mas sem coragem.
Quando éramos crianças tínhamos a vida inteira pela frente, hoje, passamos da vida apressados e outros cantam nossas canções, outros escrevem nossos poemas, outros deixam o cabelo crescer, outros tocam nossas guitarras, outros caras legais estão com nossas garotas, outros viajam para shows e acampamentos, outros transam a vida em Danúbio azul, outros cospem no capitalismo e lutam pela anarquia, e acredite, os outros somos nós.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Homeopatia

Enquanto uns querem fazer tudo certo outros fazem poesia e ouvem seu coração.
Que poderia ser eu o céu e as estrelas, poderia ser eu que faria o caminho iluminado,
mas faltava a escada para subir ao centro do mundo, faltava medo de perder para se ganhar para sempre.
Ora, quanto tempo dura esse minuto te ouvindo?
Qual eternidade vai guardar na sua bolsa dessa vez?
Ancoras, camaleões e caminhos nos fazem lembrança, mas também nos fazem distâncias.
Mas as pessoas são legais, todas elas são, nós é que temos em nós inferno, nos que sentimos calor no inverno, frio intenso em toda noite de verão, mas eles verão, o raiar do dia, loucos com sua alegria, e os perdidos, sem qualquer pretensão.
Ora, quanto dura o tempo dos que não ouvem conselhos?
-Às vezes, nem tem tempo para ouvir-
Guarda-chuvas em desertos não servem para nada, é o que acontece com alguns pensamentos...

terça-feira, 27 de outubro de 2015

o Som da tua voz

Estou sem as palavras certas para gerar em teu intimo, ínfimo preocupar com a vida.
Não o controlo o sentido dos olhares para que não sinta pesares dos difíceis e incompreendidos dias.
Errantes os irritados e os calmos, todos cambaleando entre as ruas desertas procurando um abraço perdido.
Essa distância grita por nossas atitudes, e eu, "transpirador" de arte me escondo nas mais concretas sensações, te escondo nas mais distraídas afimações, pois me falta coragem e a ti, ah! falta-te só vontade.
Mas me calarei, não tenho entendido bem o rumo da vida, quanto mais as notas desta canção...

domingo, 25 de outubro de 2015

Anacromico

Ela fecha os olhos e não consegue enxergar nada, pelos meios que lhe couberam, sobreviveu ao mundo, mesmo com todas as sequelas.
Tem no anjo olhar seus parcos sonhos ainda não interrompidos, mas despidos pelo ombro desumano e "desamigo"
Sem desanimo se cobre de sombra torta, em caminho torto, em pensamentos tortos e volumosos.
-Mas tenho sorriso, não sofro em vão. Me guiei para longe de mim, correndo do mal, na beira da estrada ou do penhasco, eu não sabia que estava perdida-
E quando acordava em delírios as flores, mais precisamente os lírios, infectavam seu caminho de esperança.
E teu coração tranquilo, me deixa inquieto, olhando fixo para o teto vejo brumas de sangue vermelho, intenso...
Acordei mais uma manhã sem dormir, sabendo que meu destino era escrito com letras enevoadas, quero envelhecer, ter filhos e ser feliz, mas enquanto isso não é possível, encho o copo com água e engulo outro antidepressivo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Soltando as horas

Estou completando mais um ano.

Despesas e despedidas, encontros e escombros.
Vou vivendo, entre trancos, barrancos e barricadas.
Os muito que me odeiam, se escondem na multidão dos poucos de amam.
Por isso, não me acalme  mar revolto, não me prenda nas paredes do teu quarto.
Que os dias venham e que eu nunca me deixe levar..

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Quadro branco

O fato e fardo dos buracos negros na minha parede, não revelam o quão profundo é o meu riso.
E de teus lábios não se fazem falta de compreensão, nem do teu riso, nem quando me dá as costas, ou olha pra mim.
Gostaria de rir junto com você, mas preciso sofrer para escrever.
Hoje o dia foi longo que passou tão depressa.
E vem a mente e ao olhar teu rosto cheio de espinhas e aquela vontade de voltar no tempo.
Não consigo me expressar, você não deixa.
Havia cantores que falavam do destino e do tempo, que cantavam de todo coração, mas que hoje ninguém sabe onde estão.
Por hora, terminarei meu café forte e quente, para que amanhã eu possa me conhecer melhor.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A sociedade secreta das rãs

Dia cinza amanheceu debaixo da minha porta
No céu escuro descansos semanais
De uma nuvem branca louca e toda torta
Faço deslumbro dos sábios racionais.

No que era jovem era sobra de tempo
Das mais inesquecíveis aventuras
Restando nesse dia só lomanento
O olhar cansado do velho e sua ternura.

Por fim, mantenho minha palavra
No calor de uma mais paixão
Fazendo o rumo de volta da estrada
Termino esse poema, sem rimar... assim como a vida.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Fiz aquela tua poesia

Esse sorriso de sol, estampado no estampido dos teus sonhares.
Preso nos teus encantos,nos símbolos dos teus olhares.
Arco-íris opaco e silencioso, mandante de todos os poemas,
me chame de beija-flor, me despede e despedace as pétalas relva
das imensas e horizontais distâncias.
Nada mais sublime que a soberba do teu caminhar perdido na chuva
olhando para o chão que não entende o caminho que significa.
Quero não me compreender e estender meus pensamentos ao teu lugar,
ouvir tua voz suave cantando as músicas do passado, afogar em dias
amargos as amarguras das piores terças-feiras do ano, arrancar agosto
desgostosos do calendário, fazer do teu imaginário meia-lua de meninos.
Porém, meu bem, mesmo se você não acreditar em uma palavra do que eu disser, eu
continuarei tentando...

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Do que merece

"Tem gente, muita gente que eu gosto
que eu quase aposto que não gosta de mim"
Oswaldo Montenegro

Começo essa poesia com a maravilhosa frase acima.

As noites invertidas estão quentes, os corações frios das gentes
No olhar que engana a tranquilidade dos desajustados.
São sombras do que deveria ser um afago,
e por mais que não se note, estamos nos destruindo
pouco a pouco, e quanto não ficamos todos loucos,
eu prefiro me calar.
E da próxima vez que alguém destruir teus sonhos,
teus sentimentos, constrói de novo, em silêncio.
Os ruins de alma não sabem ouvir a voz do coração.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Quando me fui querendo voltar (nunca ter ido)

Ataram a mão do poeta, não deixaram ele escrever, mesmo assim cravou palavras e sua voz se fez poesia.
Travou-lhe, em dado momento, a garganta de fria especulativa amargura, tiraram-lhe a voz.
Mas enquanto seu olhar contemplava, amordaçado, o céu azul e quente, de repente, fugiu uma lágrima e se deu poesia na sua retina, de sol e nuvens brancas, como se cintila esperança no verde que por aí há.
Fervorosos lhe deram escuridão, que não se fizesse fotossíntese jamais nas naus de suas íris, que de nada emanasse luz do breu que lhe afligia, mergulhando no sono dos conscientes.
Convém o cheiro, então, das rosas e brumas, máquinas e borrões de tinta, dentro unicamente de si mesmo, devastado por mil lembranças que invadiam seus poros e sentires, sabores e solidão.
Como um corte rápido de uma águia de pousa, também disso lhe privaram, agora era poeta sem sentido, confuso perguntava-se, se poeta era porque diziam, ou poeta era porque sabia?
Era, ele, poeta quando suas poesias inundavam os corações alheios ou quando seu coração transbordava dela?
Se era poeta pelo coração doutros- não era poeta- a poesia era deles, não passava de mero fio conduto.
Se era poeta pelo seu coração- egoísta, como não?- pois era fonte retentora de algo que jamais deveria lhe pertencer.

Não há resposta, não por não saber, talvez, mas por faltar-lhe tempo, cortaram-lhe a cabeça, se foi o poeta louco e arredio, sem completar seus planos... 

domingo, 27 de setembro de 2015

O atravessar da rua

Estou lúcido e fora de casa, atento aos sinais da sua voz.
Retoricamente silenciosa e preocupada, em não saber nada de nós.
E o poeta envenena tudo, ontem e hoje, mais presente a ausência.
Não vêm mensagens do mar, nem lembranças e sonhos.
E a velhice reserva saudade intensa da infância, de como era tão
legal saber das coisas sem precisar entendê-las, bastava a chuva...

Estou lúcido sem chão, desesperadamente consciente,
incompreensivelmente coerente, mas suas promessas e desculpas
ainda ecoam, no completo silêncio.

E eu tinha vários sonhos, mas a maioria esqueci ou era dificil de realizar,
alguns poucos, realizei, e  assim, já não são mais sonhos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Não MAN, Não flor

Meu santo forte que se abala, como toque renitente de um berimbau. Minha cabeça de sono batendo na parede de espinhos.

Algo sumiu, e se está bem, solte um sorriso, se minha roupa nova não era algo novo, se minha música e meu toque não eram suaves, queríamos acertar, mas não houve consenso entre o destino e o tempo.

 - Quais seus sonhos?-
- Ser famosa, cantora ou atriz famosa, ganhar muito dinheiro, viajar... Mas por enquanto to tentando me entender um pouco mais-

A inspiração está acabando, secaram com as lágrimas, não é felicidade, tampouco tristeza, fadiga talvez.

- E que está fazendo para realizar?-
- Até então... vivendo-

Não há mais um mundo de maravilhas, há vida real, e sua voz ao longe se desfaz, se afasta, queria entender o jeito que a vida, Deus, ou seja lá como chame, faz as coisas.

E ele, com lágrimas nos olhos, molhou o pergaminho:

"Fui longe te ver, fui perto me entender
Queria atrasar o relógio para a cidade
não se embaraçar, os vãos e os vinhos
os fortes e azuis marinhos, todos sozinhos
pois o mar não é revolto por si só, foi
o vento quem apareceu para incomodar,
então nada esta sozinho, tudo acontece
em conjunto, logo, toda essa tristeza e saudade
também é culpa sua"

domingo, 20 de setembro de 2015

Caleidoscópio.

Mais um tempo, mais mudanças, mas havia o travo de amargura.
Soldados sem armaduras, o sinal de solidão estampando nos olhos.
Vão ressurgir, o tempo vai passar, o tempo vem passando, mais uns
trinta anos e a lembrança ainda existirá.
Mas nada vai tirar você de mim, de dentro do meu coração, nas leis
humanas foi pouco tempo, mas sem qualquer adeus você se foi, ou não.
talvez eu tenha ido, sem sequer ter sentido, mas sinto, sim, sinto sua falta.
Queria sentar contigo, te dizer sermões e piadas, falar das coisas estranhas da vida,
de como era bom ver teu sorriso, dizer que cuidarei bem de tudo que ficou, não terei
mais essa oportunidade né? Se no divino ou no terreno. NÃO QUERO ADMITIR PARA
MIM MESMO QUE NUNCA MAIS TE VEREI DE NOVO...nunca mais.
Quando poesia é desabafo, nos setembros tenebrosos e de despedidas, quando
 o que acontece nos finais de domingo é imaginar como se seria você por aqui,
por ai, com suas brincadeiras e músicas, suas danças e tudo mais.
Desavenças e brigas, conosco um passado tão curto.
Como um camaleão que muda de cor, como uma pulseira de ancora e um colar, como um sonho,
igual a tatuagens que escondem as dores, da mesma forma que amores incompreesíveis,
do mesmo jeito das coisas mais simples da vida.
Tão fácil dizer da dor e pedir que não se sinta, mas isso é conversa pra clínica, aqui é vida real,
ou pelo menos deveria ser.
Por onde estiver, por mais que não lembra, sinta em cada brisa tudo que sinto ao lembrar de você, mesmo com todas as controvérsias do destino, o amor incondicional.


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Asfalto

Quando fomos embora, querendo ficar, despedimos e desperdiçamos o tempo em congelado sentimento.
Não temos, nem sabemos, viver, mas todos os dias gente se aproxima e se afasta, é natural.
Precisa ter coragem para sumir, precisa ser muito covarde para sumir. PRECISA SER.
Às vezes, precisamos perceber que o caminho que seguimos não é o que nos levará ao lugar certo, ou a lugar nenhum.

-Mas ela tem coração, tem sentimento, está carinhosa, não fez nada de errado. Ela mora e vive no meu coração, que é terra seca, deserto e pedras. Só que ela só quer ser feliz, talvez disso eu tenha que cuidar-
- Mas e ele? Se importa?-

Tenha fé e calma, perseverança, mesmo que a vida não faça sentido e que tudo pareça em vão, há sempre o motivo escondido, seja na alma ou nas entrelinhas do coração.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Senda

O que seria do barulho da chuva se não fosse o teto?
O que seria do mar e das ondas sem o vento?
O que seria da saudade se não fosse a distância?
Para onde iria o amor se não fosse olhar?
O que faria o poeta sem suas dores?
Que poderia ser feito da experiência sem a velhice e o tempo?

E afinal, o que seria de mim sem você.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

DItos

E seu eu gostar de chuva? Qual o problema...
Durmo tarde e amanhece em meu meu peito.
Seu signo é selvagem, descobre meu ser.
Estamos fora ritmo, passos lentos.
Encarando as coisas do meu dia.
Tendo fúria quando não devia.
Ouvindo coisas que não diria.
Sentindo dores que nunca sentia.
Perdendo a paciência com facilidade.
Mantendo a calma nos momentos errados.
Traria os efeitos do tempo para o meu passado.
Para meu futuro, levaria meus sonhos de criança.
E essa poesia, só quer falar das coisas da vida,
sem melancolia ou dor, apenas dizer, que estamos  vivos
vivendo e cada hora é uma vítória, até que chega a
hora da derrota.

domingo, 13 de setembro de 2015

A rainha e sua voz.

Não mais desperdiçarei meu tempo perdido, nem terei no intuito a cena repetida.
Se pudesse voltaria, daria outra chance aos desertos e arco-íris, mas sinto que sei que não saber é uma dádiva divina. Deus não nos deu o dom de saber de tudo, de ter dúvidas, sobretudo de duvidar, e melhor ainda, nunca ter a certeza estagnada das coisas.
Tudo muda a cada segundo, hoje o que se sente amanhã é sorte, hoje o que é dor, amanhã cólica, hoje oportunidade, amanhã casamento do seu melhor amigo.

Não, não tem fórmula certa para viver, nem atitudes coerentes em todas as horas do dia, só temos essa essência humana, controlada pelo caos que é cada um de nós.
Mas o que é pior é que a gente não sabe viver, nem poderia saber, tantos erros imperdoáveis já deixei para trás, tantos acertos fora do comum que não dei importância, tudo isso é besteira, passado.

Estava em uma ligação importante, a ligação caiu, esqueci do que falava e fui dormir...

sábado, 12 de setembro de 2015

Só a idade.

Saudade, palavra complicada de traduzir, de entender... Pergunte a quem tem como se sente.
Mas se eu fosse tentar explicar, diria:

Saudade de quem está perto dói, tem jeito, deixa aperto no peito do mesmo jeito.
Saudade de quem está longe, se volta dói, mas não corrói, se não volta, não nada em volta que console.
Saudade do que passou, nostalgia ou arrependimento, incomoda ao dormir e assombra durante o dia.
Saudade do que ainda está por vir, eis uma difícil de se encontrar, mas quando se encontra, faz arder angústia.
Saudade do que não aconteceu, do que poderia, é saudade também, não há por que não dar importância.

Há então saudade de amores, amizades, saudades de saudades, só não há, até agora, pelo menos para mim, solução.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Fases

Eu sou astro, estéreo e distante. Vejo amantes, poetas e cantores, medíocres seres humanos, tanto podendo amar e sentir o calor, mas não, melhor é a confusão da solidão, ou qualquer sentimento mesquinho.
Movimento os mares na noite, mas não posso por meus pés na maré, mas isso não me atormenta, queria ter flores todos os dias, as flores dos dias, teus olhos verdes incandescentes e fogo que arde dentro de você, igual fogueira de luau.
Queria sua voz, seu brilho e toda essa mortalidade, queria, na verdade, ser lua, no ouvido dizer "sou sua", mas enquanto não posso, te observo, sempre que posso, cada instante, nas noites em que não estou minguante.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Ana... que fugiu.

Ana disse que não conseguia mais viver, apressou-se para o fim, queria fugir de todos seus problemas, melhor sendo, fugiu de si mesma.
Errava tanto, que os acertos eram apenas para tentar reverter aqueles erros. Já não sabia amar, não sabia ser feliz.
Ana tinha sérios problemas, mas sempre que podia estava sorrindo, tinha lá seus objetivos de vida, suas metas, planos e sonhos, mas não se importava mais, achou, como disse, sua solução.
Ana gostava de fotografias e enfeites para cabelo, tinha olhos lindos, um jeito apaixonante, mas preferia viver só, e quando digo que preferia viver só, não era no sentido literal, suas atitudes que diziam isso por ela. QUERIA AMAR DESESPERADAMENTE, mas era tanto desespero quanto despreparo. Pobre Ana, achava que para não sofrer deveria fazer sofrer, mas não sabia que o mais bonito do amor é entregar-se, a essência está em, mesmo longe, querer estar perto, e não sentir no mundo insano e atrativo a sua volta, desejo ou afinco.
Hoje não sei por onde anda, até vejo com frequência, mas seus passos estão tão perdidos, ou talvez eu ache isso, o fato é que Ana tem em seus penares, temores internos, problemas seus que afetam os outros, e cumpriu sua promessa: REALMENTE SE MATOU, MAS CONTINUA VIVENDO.

Quantas despedidas.

Sabe aquela cisma de que algo está errado? Que o caminho até está certo, mas a gente anda a passos tortos? Pois é, tenho me sentido assim ultimamente.
A última vez que eu a vi, na madrugada, queria atenção, carinho, colo, gritos, qualquer coisa que demonstrasse calor humano, pois seu peito ardia no mais duro frio.
Entende aquele nosso medo de seguir em frente? Que de repente as mesmas coisas do passado vão ressurgir?
Então, quanta coisa desde criança a gente já viveu, e chegando o tempo, chega também esse medo estúpido da morte, da solidão e da velhice, quando caretice, a gente nem sabe viver o presente direito e fica ornamentando um futuro inconsolável.
Não sei decifrar o código da vida, talvez não seja pra decifrar, talvez nem tenha esse código, nem seja esse mistério todo, vai ver que é de uma simplicidade tamanha, que a gente se recusa a aceitar.
Pensando bem, pessoas, carros, casas, pássaros, banhos em hotéis, traições e paralelepipedos são coisas normais, banais, mas já, agora, só agora, eu entendo, que tudo de simples, banal, incompreensível e ridículo, tudo isso faz parte da vida.
A gente sempre tem duas opções: ou, por vontade própria, segue em frente ou, aos pontapés, alguém empurra a gente.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Embalos de uns dias e umas noites

Se tivesse uma noite de amor deitado em teu olhar cansado.
Se o amargo dos seus íntimos e em teus seios não me deixavam tontear.
Você tem aquela paz que faz a vida correr devagar, aquela lembrança que
dilacera os domingos urbanos e desertos.
Faria em teus cabelos morada eterna, eu teus devaneios e curvas imenso bálsamo para minha alma.
Daria louvores aos dias lentos e apáticos, dos mais loucos e simpáticos românticos, que manda e faz flores.
Mas nem tudo é sossego, e não deveria virar a poesia ao avesso, mudar o endereço que recebia as cartas.
Tolos os vazios, vasos e arranjos decorados, em teu orgasmo e tua libido, com ternura e loucura, como se quisesse rasgar minha pele com as mãos.
Incompreensão morena de arder as pontas dos dedos, da molhada sincronia de festejar os encontros mais inesperados.

Mas como não havia de ser, de tristeza não se pode fugir, pois nada é eterno, nem o vão momento terno, nem o nobre de terno ou desgraçado sem afeto, tudo há se findar, e antes que finde, termino eu, antes, essa poesia.

domingo, 6 de setembro de 2015

Sempre os mesmos erros

Anjos e quimeras, são palavras, nos levam ao céu e ao inferno. Assim são as coisas, assim é a vida, como um drogado em recaídas, como um bêbado que não larga de seu vício. Cortejo de cegos sem rumo... Se o mal que não queres não te desatas. Como posso ser eu banhado no lago da memória? Se já havias prometido o paraíso, e jamais pudeste cumprir...
Ninguém muda ninguém, as pessoas são e sempre serão aquilo que seus erros demonstram.
Quantos somos os loucos que corremos atrás dos nossos destinos, desesperados, despreparados, desorientados...
Mas a verdade é que, ás vezes, não dá, nem poderia, não se constrói confiança como os muros,mas mesmo assim gritam para que condenemos o passado, que acredite no futuro, quando no presente não fazem nada para mudar seu imundo ser.

Por isso Adeus, amores não são vendidos em supermercados, amor é planta, pode nascer por obra na natureza ou ser plantado, mas sempre precisa de cuidado para poder crescer, florescer, plantar amor em peitos desertos não vinga.

Sempre os mesmos erros e as mesmas desculpas, então:
O amor em si, não traz efeitos ruins , nunca, se algo não vai bem, a culpa é de sua atitude, não do amor.

sábado, 5 de setembro de 2015

O livro que te traduz

Gabriel não tem memória,
Gabriel não é triste.
Mas estava escrito no livro, não havia como não ser, se quem nasce para ser montanha jamais pode voar como passarinho.
Quem tem no sangue o dom de enganar e fazer sofrer jamais poderá dar amor.
Se o mesmo mal dos dias dominicais são sentidos, diz-se a qualquer um do amor, clama por mudança e novas teorias, mas está lá, preto no branco " esqueci de falar com você meu amor".
Ora, não me engane, não se enganes, você nasceu pra ser de Álvares de Azevedo, do Vinícius de morais, de todos os poetas, de todos os errados, principalmente do Gabriel Garcia Marques.

Por um minuto pensei que os ventos podiam mudar a direção das águas, mas a verdade incontestável é que o rio deságua no mar, e desse mar quero distância.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Marcelo sem direção

Eu só queria que teu coração fosse puro, que você se mostrasse sem egoísmo, mas a distância de estar ao teu lado não faz da fraqueza solidão. Exato é teu olhar perdido, e enquanto todos ouvem nossas dores, a gente não se escuta. Me olha, sempre fui uma ilha, sempre esperando naufrágio, mas estava vazio o oceano, pois de todas as minhas analogias você foi a maior decepção. Acredite no futuro e no que nos reserva um destino, ou felicidade eterna ou uma grande decepção. Virão os poetas ao relento, que nunca mais se encamtem com olhos verdes, pois ela tem em suas mãos o destino, mas não soube como usar, me usou como papel de seda, fumou seu melhor cigarro. E eu fui embora, como bêbado nas ruas, sem lembrar de nada, sem entender nada... Só sabendo, solidão

domingo, 30 de agosto de 2015

Anjos e animais domésticos

Quero dedicar essa poesia ao rapaz que me ligou restrito se declarando para mim, tenho minha opção sexual definida, sou heterossexual, mas isso não me impede de respeitar e perceber as formas de amor ao redor. Apesar de não poder retribuir o carinho, da forma que ele gostaria, achei o gesto dele algo muito sublime, que vai além do preconceito humano ou de gênero.

O amor em si não destrói ou cria muros, não quer ver sorrir, não quer ver chorar, quer existir, simples puro e sem contradição.
Alguns, aleatórios e desenfreados têm em suas mãos o destino, mas preferem trocar palavras com momentos oportunistas, preferem sentir prazer desuno em vãos momentos orgásmicos, como se isso fosse preencher um vazio chamado: solidão.
Outros poucos, que poderiam desculpar-se, voltar-se a si e procurar o seu interior, o meu interior, o nosso interior, se resguardam a ter razão, e afastam em vão o perdão que poderia vir na presença, na madrugada, no abraço de despedida, na neblina da embriaguez, poderia ter vindo em continuidade, em brilhos verdes dos espelhos da alma.
Mas não te fez esforço, torceu o pescoço e organizou a bagunça- tudo debaixo do tapete-  e agora vive, ou deve viver, sem lembrar do que sentiu, e mais vezes errará, sem saber que seu destino já estava traçado, seria, então, que não era... só.

Ela nem veio me ver.

Poderia dizer que está tudo bem, que você não me esqueceu, mas não há mais maravilhas neste país, por isso vamos entender os seres humanos como poucos esquecidos, como loucos condenados, sem sequer se dar conta do quão pequena é a vida, que nem cabe na frase 'estava morrendo de saudade'

sábado, 29 de agosto de 2015

Falta o banquete.

Vejo os teus olhos, reflexos no espelho, teu corpo nu que agora só me esforça na memória.
Queria tua presença todos os segundos, queria fazer parte do teu mundo, falta tanto tempo para o passado sumir.
Podendo te ver hoje me sorria o infinito, mas era desventura, teu bem querer está distante, e teu corpo, outrora nu e meu, agora se encolhe no frio do seu próprio ser, como um feto, sem afeto, mas poderia ter mais que nuvens no céu.

Seu sol e som, me diz o tom que canta tua voz, que qualquer lugar no mundo não é tão bom quanto nós...
E se ouvir Belchior é minha única saída, eu prefiro ficar preso nas lembranças que ele me traz de você.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Pelos amores perdidos.

Os que vão te perguntar o que não se deve, verão os versos feridos da falta de coragem.
Procuras dentro dos outros o que te falta, e se agarra aos sorrisos falsos e palavras soltas.
E amargurado, um abraço, seja qual e de quem for, para ver se a dor é dividida.

Faltam poucas horas para que o dia se acabe, mas alguns têm seu dia acabado nas primeiras horas da manhã.
E o poeta antigo, que canta sem sentido, fugiu.
E quem tem culpa, se esquiva para ter razão, quem tem pressa finge não contar o tempo e a distância, quem quis, atravessou oceanos, quiçá quilômetros, e cada ato inconsequente poderia ter seu minuto de glória.

Desde aquele domingo não houve abraços, e os dias foram ensaiados, mas nada de real aconteceu.
Parece que, às vezes, as coisas param no passado e o que se passa depois disso são aparências de dias e futuro, parece que nossa vida estagna em qualquer cosmos de tempo, e o envelhecimento é só maldade do destino.

Ah! O tempo,  menino travesso que atravessa nosso corpo, nossa alma, que lhes dão todos os deméritos.
Já paramos para pensar que as coisas ruins acontecem, porque tem que acontecer, mas as coisas boas só acontecem quando voltamos nossos faróis para a certeza do sorriso.
Tudo é queda e fracasso, sempre há e sempre faltará, algo a dizer, pois por mais que a gente diga todas as palavras do mundo, sempre restará algo a ser dito.

A noite

Suas letras e canções e despedidas, falhas e omissões, são poesias, ainda que veladas que fazem de você, incógnita e prejuízo para você mesma.
Talvez esse final de semana faltou você nesse frio, na sexta a noite, nos bares da cidade, aguardo sua chegada, que não acontecerá, aguardo você nos braços, como guardo as mágoas que tua presença podem fazer desaparecer.
Mas nós desaparecemos na neblina, na ires verde da retina embaçada de lágrimas.
Não que eu tenha medo de sofrer ou que precise de ajuda, mas o tempo não tem maldade, maldade é deixar ele passar sem se sentir.
Só que agora só há lembranças, e essa é a verdadeira maldade, deixar as lembranças infectadas pela dor, fazendo com que o amor seja apenas incômodo.
Por isso, de longe, ouça meu recado, se deite em meus braços, abertos no meu interior ou se preferir, me ligue qualquer madrugada dessas.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sem voz.

Quando teu passado me condena e a prisão do meu te liberta.
Quando pensei que em ti só havia desejos e vontades, estava certo, pois teu silêncio na madrugada era retorno das distâncias que não conheço.
Poderia haver um futuro, um descuido e algumas discussões banais.
Seu sorriso apenas abria quando a luz se apagava, por conta disso não me dei conta que não existia futuro nesse presente, mesmo tendo o passado atormentado minha presença.
 Você não via que a seu lado eu não sorria, pois tuas palavras displicentes condenavam minha agonia.
Até que entendo algo, e sua voz não não saindo, mas uma despedida em alto relevo, em alto mar.
Você se foi e não e não se despediu, ou até o que o fez, mas não era o que queríamos.
Quebraram o vidro, quebraram meu coração, quando tudo podia dar certo, algo deu errado.
Pois sei que tentei superar algumas coisas ruins, mas na primeira oportunidade... você foi embora.

É de Sonho e de Pó.

Alguns se encontram em um adeus, outros se despedem num abraço.
Se nunca fez sentido o sentir, assume em si a dor que nunca teve.
Acontece que as coisas poderiam não acontecer, e o fim, por várias vezes, vem no meio da frase.
Se da importância que sente a dor, dos penares que se desfaz. Em que passe o tempo, qual seus olhos, que fizeram tanto mal, mas que lacrimejaram como se de lá a dor partissem.
Mas demora de perceber, que desnuda de aparências, seria a alma o espelho dos olhos, porém não de lá que vem todo arrependimento.
Aperto os olhos ardendo, sem sono, e percebo que vem em vão esse destino.

Amor é como terra, mesmo que estranha, se bem cultivado, só faz crescer.

Cromas

A razão de ser da essência humana é viver em busca de sentimentos, seja ele qual for.
Quando o mundo desaba ao redor, mas só queremos dormir, quando dormir não é a solução para tudo, e, pior deveras, quando tudo está exatamente caminhando na sua perfeita ordem, porém nós, lá dentro, estamos em desordem, como se as coisas, ou nós, estivessem em câmera lenta.

E todas essas coisas cinzas, todos esses papeis, me fazem marejar os olhos.
Não é que nada esteja bem, nem que eu não consiga ver o lado bom das coisas, é que hoje, talvez só hoje, eu esteja predisposto a ficar sozinho.

Doentes da alma sem calmaria, que andam por ruas vazias, com o estômago embrulhado.
Catadores de esperanças que ficam parados esperando acontecer algo de ruim.


Mas madame, eu não estou aqui para discutir, talvez discuta, é que a dor domina e demonstra que as coisas não são tão simples, pois o errado já está feito, mas o que o erro fez, fará e está fazendo, cria em nós demônios, às vezes, impossíveis de expurgar.


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Grota.



Eu escutei atento as batidas do meu coração, ele disse 'cuidado pois vem vindo um furação'. Economizei nas palavras e exagerei no silêncio.  E o que eu queria de verdade? Que o ano passasse rápido como as boas lembranças.

Insista, não desista, pois o que queremos de toda vontade só acontece quando não abandonamos as metas.

Crês na retina do teu olhar, na cretina forma de se perdoa.
Grão vasto do pensamento, melodramas de inversão de culpa
A planície que rima com teu nome, dos loucos que somem
Não deveria contar as 29 notas da canção, segurar em sua mão.
Aludida dos teus sombreares irreais, nos tinteiros e fortes.
Calo-me, pois se fosse dizer algo, gritaria, mas não há ouvidos.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Quadro sinótico

Deitado em casa olho o teto, compro briga com o deserto, quisera apagar a fogueira no chão.
Você se esconde nas perguntas insensatas, nos teus planos mais endiabrados, nos cosmos de qualquer constelação.
Eu participo dos teus desencontros, pois sozinha você se perde mais e mais, e se afasta da beira da janela, e debruça no caos, olhando a vida torta, ouvi bater na porta, é medo que vai subir as escadas, abrir a porta do teu quarto e... Não te encontras mais lá...



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Ametista

Pedra ametista que dos brilhos sombrios fez morada no peito alheio.
Falsas luzes que cegam os olhos e fazem dos poetas loucos e insanos.
Cravei na pedra de mármore as distâncias que percorri e hoje sentando,
cansado, me pergunto qual meu erro, quais meus defeitos, se no leito
ou no peito me desfizer o sono, enquanto nunca posso dormir.
Você tem lamina nas pontas dos dedos, e nas tuas mãos o mal que
não precisa.
Cultive o bem, de forma que nada te condene, pois se SERVE, PRESERVE,
não queira por tudo a perder por meras bobagens desse mundo sem sentimento.
Por quem disse que dava pra ser livre, sem prender alguém, sabia ser feliz sem machucar ninguém.
Sabia não machucar um coração que queria só pulsar no tom das notas musicais do norte, mas por sorte, hoje não é um dia bom, por isso, poesia acalma a alma, por isso, poesia, ainda é a melhor forma de chorar.

domingo, 16 de agosto de 2015

O despertar do sorriso falso

Perdido na estrada são os faróis do tempo e da memória que afetam os timbres vocais das consoantes, conforme se consta no vocabulário do silêncio.

Que adianta o poema sem amor, a fé sem fervor, confessar e professar o bem das religiões se no peito há mil ferrões.

Não há palavras que explicam os pesadelos matutinos, pois por mais que toda explicação tente traduzir as dores, serão rancores no peito que cortarão os sorrisos, o desapontamento repentino que dilacera qualquer bom momento.
 
São frases. fotos. caminhos, descaminhos, ou mais que isso, são destinos 'destraçados' quando não destruídos, pelo ruído simplório do não querer ser.

Era bem mais simples cantar meio tom abaixo, ser sincero nos arredores, calar-se quieto no calafrio da noite perdida, mas não, quisera por semideuses em rota de fuga, onde estava confusa a situação.

Estava inerte, não haveria o que fazer, mesmo com a chuva caindo do céu você dizia o que o sol ardia, que a culpa era minha e o que os dias são azuis normais. Não há como lutar contra a noite que chega, virá mesmo sem querermos, mas o tempo e o acaso lhe dirá mais que seu travesseiro, pois não acreditar nas pessoas não é o problema, o problema é acreditar apesar de...

Apesar de ser mentira, de ser vertigem, de ser verdade, acreditar apesar dos pesares, dos penares dos ditados populares e dos palavrões, pois, meu bem, quem nasce para desfrutar do mundo jamais saberá o encanto que tem cada pessoa, pois, meu anjo, por mais que ache normal se agarrar a libido, a esposa chama seu marido, enquanto a solidão agarra os que passam sem notar o correr das horas.

Acredite nos seus erros, eles são fonte de sono e calmaria, pois se falas do teu único bem, sejas ou falas do mal, que não és bem, se fala que o algo de ruim lhe sucederá, ou que ele não sabe sequer se deitar, se dizes que és normal, que te tiram o brilho dos olhos, de costas e lhe mandam devaneios, cuidado, quando a dor te apagar o fogo, poucos irão querer se debruçar nas cinzas
  Mas depois que gastarem toda sua pele, nos mais longos dos anos, você irá perceber que nada lhe sobrou, e com tudo isso que falta, talvez olhe para trás e se arrependerá com amargo na boca ou talvez não, irá passar o resto da vida mais fazendo os outros do feliz do que sendo, dando sorrisos com muitos, mas chorando sozinha...
 
Porque muitos são os que nos desejam, mas poucos são os que nos  querem.

sábado, 8 de agosto de 2015

Qualquer lugar

Sozinho não tenho solidão, as árvores dançam, os passaram voam e eu, como não poderia deixar de ser, morrendo de saudades de você, queria te ver, ter em vão momento teu olhar perdido, mas ando eu perdido, me encontro perdido, discutindo as teorias improdutivas do meu coração. Nao tem outono que suporte o frio intenso dessa ausência, não tem aparência o vulto frio doa teus passos que se vão sem olhar para trás e os metais de tua boca, as tatuagens e cicatrizes que marcam mais tua alma que teu corpo me fazem pensar no rumo que tomei. Por onde vou eu que nunca soube por andar, o que direi eu quando o engasgo me fez calar, o que pensar se tudo nota tem som de lá maior, o que sentir se no meu peito só cabe saudade, mas as ruas estão vazias de você, meu peito, o mesmo que sente, a cidade está mórbida, as paredes sentem a chuva, qualquer lugar, qualquer qualquer lugar não tem você, não importa onde eu vá te procurar, aqui nessa cidade não tem você,  de tanto procurar, encontrei sua falta.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Migalhas de tempo

Não quero as migalhas do teu tempo, nem as tardes vazias e cheia de tanto nós.
Sombreio as distâncias com apliques de presença, e por mais que me acompanhem os indesejados, tenho na mente que as coisas são insolúveis.

Mas o erro existe e persiste em não ter lado, tanto certo que estou é a mesma proporção da sua certeza. Todos estão certos quando dizem que estamos errados, e nós, certamente temos razão.

Por isso, faço minhas contas em papel velho, amasso e coloco no bolso, pois podem até ler meus números, mas jamais saberão minha lógica.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Foda-se.

Não agradeceram o poeta pelo silêncio, nem as palavras pela falta de sentido.
Não encontraram o cancioneiro na esquina de costume, era corpo estranho em península fria.
Não era sonho, nem símbolo era conversão, eram números estranhos no quadro do tempo.
Sim, somos surpresas na caixinha da vida, de tão impreciso é o destino, que tudo acontece depois que deveria acontecer.
Dizem por ai que cada um acredita no que lhe faz bem, mas também, dizem tanto...
Pode até ser que as estrelas sejam as mesmas em qualquer lugar do mundo, mas o mundo nunca é qualquer lugar, nem nós vemos com os mesmos olhos, nem há tantas luzes por aqui, que me impedem de ver brilhar meu céu, pobre Heráclito, o rio nunca foi o mesmo depois que ele se foi...
E quando você pensou que eu me afastava, lá estava você, indo embora, com um sorriso no rosto.
E tudo que queria dizer, tudo que queria ouvir, era tudo que não disse e nem ouvi.
-Pois não, eis meu número, ligue quando puder, quando quiser-
Algumas coisas a gente decora, outras anota no papel.

domingo, 28 de junho de 2015

Andorinhas de verão

Quando penso em te deixar assim nada me conforta, duro entender as incoerências da vida, mas acaba o meio dia e a gente decorre de flautas doces, recorre às loucuras para se compreender. Qual nosso erro injustificável? Por que não poderia ser nós? Em.momento algum estivemos a sós e de frase em.frase, fotos em fotos nos despedimos com.uma vontade imensa de nos encontrar. Que viagem linda essa de sair por aí, que bom dividir o dia todo com você. Sinto sua falta e se isso te consolar, eu realmente sinto por tudo que fiz.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Ausência.

Vou me acostumar com as esquinas vazias, com o silêncio cheio de intenções.
Com a casa calada, com a fala sumida, com a chuva fora de época, até com
o frio escaldante, mas jamais, jamais me acostumarei com tua ausência.

domingo, 21 de junho de 2015

A liz certeza das flores.

Não consigo entender porque veio assim e o porquê do frio não me deixar dormir, estranho foram os sorrisos as certezas, distantes foram os pensamentos e as palavras, pois se era incompreensível gostar sem se ver, mais ainda é partir sem tê-lo feito.

Quanto tempo se passou desde o último sorriso e como tanta vontade foi embora de repente?
Que horas são agora? Por que eu acordei tão tarde?

Quando o que eu queria, ao entardecer era te mostrar meu céu cinza, enquanto ouvia sua voz melódica, esse foi meu erro, te mostrar todo o meu mundo, desde aquele céu até o meu inferno, te dizer todas as palavras bonitas que sabia e querer ser diferente, mas inconsequente não vi que teu coração batia em outro compasso. QUE ÓDIO TENHO, QUE RAIVA ME DÁ, das coisas mais simples da vida que eu não posso controlar, pois o tempo e acaso sobrevém sobre todas essas coisas.
E se deitado, dedilhando violão, ouço o bater dos pingos de chuva no teto daqui de casa, miro longe o som cego de ter a certeza que nada é mais distante, nem a nossa distância, do que o teu adeus.

Coelhos e contrastes

Conto as horas do dia, e sua voz fria, faz ele durar mais de uma semana, conto estrelas deitado na cama, sob o teto escuro, pinto de verde o muro sem reboco, conto histórias de um rei louco que não fazia nada certo.
Condenados ao suplício de viver os dias abandonados, vagando sem rumo ou direção, encontrando em cada sorriso motivo para distração, sendo fiel aos sonhos perdidos e incertos, acreditando nas mais belas palavras de amor, fugindo, como se quer, o tempo todo do temor de temer o dia, após dia.
E quando as borboletas acordarem nessa manhã, me verei em um jardim desconhecido, com milhares de flores e roupas brancas no varal, me sentirei bem melhor que ontem, mesmo não sabendo onde estou, se no paraíso ou sonhando sob o teto escuro da outra noite.

terça-feira, 16 de junho de 2015

No interior do país das maravilhas



Eu vi bailarinas no teu olhar, silenciosas e sinceras, contudo tudo que via era incerteza e mistério. E o sorriso sério, sentido nos acrílicos instantes em que não tinha  tua atenção.
O silêncio fazia pausa para ouvir sua voz cantar, quando sem perceber, até cantava junto com você, pois você fazia a tristeza chorar de alegria, e os mágicos timbres que trazia tua paz interior, escalava as mais altas notas canção.
Não me contenta o penar, dos dias e das distancias contidas nas pedras de asfalto, nem o feltro fino pálido dos escombros do teu destino. Seu passado é controle remoto de televisão fora da tomada, teu presente é cobiça do gosto que tem tua companhia, mas teu futuro, ah! teu futuro, é pedra solta descendo a montanha, é rio quieto no fim da estrada, é mesa de centro nos motéis da florida, é janela de torre de castelo, teu futuro é tão intocável que, se por algum momento, algum louco momento, pudesse adivinhar, diria que ele é igual aos teus olhos, lindos, mas incompreensível.

sábado, 6 de junho de 2015

Aleia.

Não verei novamente o brilho dourado crescer, errar meu nome e ter consciência das palavras.
Não serei estritamente errante, pois o entardecer nunca soube das providências divinas.
Também não mostrarei fraqueza, pois o olhar sereno  é o esconderijo dos pensamentos angustiantes.
Olhe, como parece ser terra, pedra e granizo, perceba como o reflexo dá as costas sem olhar para trás.
Segure nas minhas mãos, se cure dessa inquietação, não me protejo do frio quando sinto que por dentro deveria ter mais poesia que inspiração.
Não terei certamente a certeza de que tudo pode ser transferidos ao papel, por isso controlo as luzes e as marquises, infantis perdedores de perolas e pergaminhos, que te alucinam os olhos e fazem mudar o contentamento.
E quando adormecido, rodeado por anjos, nos últimos penares, nos derradeiros olhares, o cheiro forte de urina e fezes, ferirem meu corpo, farei promessas e promessas, pedirei perdidos e pedidos, aquietem-se, eu não sou desse meio, pois quando chegaria ao 'gran finale', com a frase que marcaria minha vida, eu simplesmente fechei os olhos e me fui...  

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Adrio

Ele vai acabar com seus passos, pois perdeu o a si mesmo nos dias após os dias.
Quase se preocupou em estar-se bem, que mova o mundo, que se vá a vida, tardes azaléias e escuras, torres de concretos escondidos.
Ele era religioso, mas sabia qual deus seguiria, e mesmo destruído panfletos faziam as capas coloridas em asfaltos. Corro qualquer distância que ainda estarei perto.
Ele era destino e deu tudo errado, mas pouco importa, já aprendeu que equilibrio e tristeza são vinhos envelhecidos.
E quando ele lembrar só tempo que passou sentirá surgir desconfiança, pois tudo há de seguir adiante.

sábado, 16 de maio de 2015

Onde você foi morar?

Nem todos os jorges são amados e eternos.
Meu ódio vem da falta de amor.
Ás vezes as pessoas não entendem que algo inacabado não é a mesma coisa que algo mal acabado.
A noite, já tomando todas, a gente faz qualquer besteira, fala demais, e até que não se arrepende.
E os anjos nos abençoam com palavras bonitas e frases de efeitos, anjos mulheres que nos conhecem por inteiro, que estão com a gente até o fim, fim que nunca chega.
Os anos podem mudar o tom da voz, mas jamais a harmonia do olhar, a gente pode até aprender a melhor interpretar, mas difícil esconder o coração acelerar.

Nasce outro dia no meu peito,
Não tem jeito, a vida segue
E não negue, sei que tudo muda
mas certas coisas nunca vão mudar.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Quem me dera você

Quem era você que sorria displicente, que me olhava diferente, de repente rompeu junho, falta pouco para que nada fosse muito. Passa o tempo por debaixo da porta, cartas e carinhos que não tem mais volta, são livros sem remetentes e a lembrança abraçada com a saudade, me fez rir em tempestade num copo d'água.
Acordei no equilíbrio sombrio de não lhe ter, mas tenho planos e projetos de vida, e a despedida se fez marca de tempo, sem alento ou forma definida, com o passar dos anos, tudo ficou estranho até aquela magoa, deságua na lagoa da memória, e nem sei mais que era você, se quem eu tinha, ou resto da lembrança que em mim ficou.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Ópio

Olhai as escadas dessa vida, tortas e atropelantes, cada vez mais aleatórias e inflamadas.
Quem tem um porto segura não usa âncora, quem quer ir mais longe não baixa as velas.
Mas alguma coisa desde domingo me incomoda, talvez seja só impressão.
Olhei para trás vendo minha vida inteira, quantos sorrisos sinceros outros não.
Engasguei a garganta os prantos sem sentido, aqueci as pontas do corpo que denunciam a instabilidade.
Quanta falta faz o tempo que se foi... Que sei que era sendo todo esse dissabor, ouço o falar mais alto das tardes de entardecer, auroras e pores do sol, meus dias de adolescência, meus medos e fraquezas, até então era só saudade.
O sol me aquece nas manhãs, calor que acolhe, que me faz saber que estou vivo e sentindo entrar nas narinas o ar rarefeito.

São pontos de luz que conectam as noites e refutam os loucos e insanos irreais.
Agora não escolho o destino, escolho as camisas negras que fazem suas nesses dias malucos que vivemos.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Tentando

Aderiu a ideia errada, mas no momento certo, certamente queria ser outra pessoa.
Olha como estamos loucos, acelerados e incoerentes, a gente pede atenção quando quer ficar sozinho
e fica sozinho, quando o correto era sair pra conversar.
Não existe um manual do mundo, não existe um jeito certo de esquecer, de dizer adeus, de amar, de deixar de amar, na verdade tudo depende, do que depende? Bom, depende.

Quero flores coloridas, mas sem cheiro, admiro a beleza de longe, não li o executivo e o monge, não assisti  a culpa é das estrelas, estava muito ocupado criticando.

Mas o passado avia, e se foi, passou depressa e fechou os olhos, cerrou o punho, rangeu os dentes e fez cara de mau, veja bem, olhe todas essas coisas comuns, não procure cinco ou dez anos atrás, o tempo não é cruel, o tempo nem é, se olhar pra frente e ver apenas um espelho sem seu reflexo, verá o que está atrás de você, mas quão louco é, você não está lá.

"Inquieto gritei desnudo: Oh! anaquila meus medos, mas do pior mantenho o amor no peito"
E ao gritar no vazio das colinas, faltavam pouco mais de 159 dias para o fim do ano, isso ja era 1:04 da manhã.

Agora, meu café acabou e eu estou tentando ser poeta.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Somos todos saudade.

A vida é cheia de encontros e papeis timbrados, alcaloides e outras coisas sem significado. Alguns se encontram em um adeus outros se despedem em abraços, mas o que importa é o que a gente sente, o que pensa e o que guarda no peito, e quando a saudade vem sem jeito, daquele jeito que não dá pra aguentar, eu fico calado, ouço uma música bonita e continuo a caminhar.

terça-feira, 7 de abril de 2015

avante

Hoje o dia aflora, a demência congela e lembro de alguns que se foram com o tempo, mas que, de alguma forma, ainda estão aqui. Hoje o dia apressado e quente foi insuficiente para me acalmar, ouvir canções tranquilas e beber metade da tequila do copo, outra vazio, igual minha mente, que hoje nem sente, só sentiu...

segunda-feira, 30 de março de 2015

Voltarei

Eu estava pensando em ser profundo, contando estrelas. Qual seu sentimento favorito? seu vestido de domingo? seu receio escondido! e se era pra ser menino ou menina?
Algumas respostas prontas a vida leva na poeira das ruas vazias, de quem espera o São João chegar e sentir a saudade queimando, olhar turvo, na fogueira na porta de casa.
Era o amor, tenho certeza, ele sempre culpado de todas as dores e saudades que sentimos, era o azul, do céu escuro que pintava o muro das minhas lembranças.  E VOCÊ NUNCA ESCONDEU QUE O FUTURO TE TRAZIA MEDO, se não você, imagina eu, que não tinha o que dizer, fazer, só prometer que nada vai mudar, mas a frase da carta que hoje deve estar perdida:

"Será que daqui a 30 anos essa lua que vemos hoje, veremos juntos?"

Eu ( ou você, não sei ou não lembro) dizia com um sorriso sem pretensão, esperando só aliviar a tensão do momento dizia: Talvez não juntos, talvez não separados, talvez nem, talvez sem, mas com certeza a lua estará lá.

E inventava essa música:

"A lua é testemunha, calada e solene, guardando o segredo de tanta gente, quem sabe feliz por tudo ver, quem sabe triste por também querer, mas se a lua tem suas tristezas e alegrais, também nos a temos, por isso, ou não, sinto saudade de tanta coisa que nem cheguei a conhecer."



domingo, 15 de março de 2015

Há dias

Eu tive saudade, que é aquilo que a gente sente quando não queria se sentir, eu tive tristeza, que é aquilo que a gente sente quando mais nada nos faz sentir melhor, nem nos pode sorrir. Plantei flores em terras que não eram minhas, passei cercas em dias fulgidos, mas não soube explicar quando me viram cantar, nem soube com clareza explicar a poesia que saiu em salto, sempre que eu vejo essas pedras e calçadas eu fico desesperado para que o dia seja mais rápido que meus pensamentos, e as memórias me possam levar para um lugar melhor, ou, ao menos, me deixar de vez.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Acabando

Aos que querem manter uma postura postada, irrigado de convicções e demonstração de impenetrabilidade, soluços e risos sem sentido.
Imponentes envaidecidos, sei o que pensar, mas não sei o que dizer, se eu fosse o sabedor de tudo direita um pouco de cada coisa, mas só sei do que sei, do resto sei não.  E contrariando o grande filosofo, só sei aquilo que sei mesmo, pois o resto, sei não.

Mas eu queria lhe ver essa semana, pra dizer como gosto de chuva, eu queria lhe ver no carnaval, pra dizer o quanto odeio folia, queria lhe ver no mês de maio, mas o porquê não sei dizer, vontade não falta de lhe abraçar em junho, sentir o cheiro terrível da bombas de são joão que são contra todo e qualquer perfume, em julho até passo ai pra lhe ver, em agosto nem demoro, setembro tem vaquejada por essas bandas, mas umas bandas que não valem muito a pena, outubro é sua obrigação vir me ver, e você sabe por que, novembro é um mês triste, mas arrisque uma mensagem de texto, mas não faça pretexto, nem falte, dezembro é muita coisa, janeiro é renovação, rasgo metade dos poemas, pois fevereiro vem/está aqui, e todo poema antigo é motivo pra mais emoção.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Chamado de sonho

Não estou buscando entender, tampouco consigo esquecer.
Adormecido acordo em sonhos que não me deixam mais dormir.
E a sensação de que poderia seguir em frente, ficar de frente. ENFRENTAR!
Já não deu certo antes, por que agora daria?
Faria tudo para não fazer certas coisas, ou não sei o que faria para refazer tudo de errado.
Esses erros me deram consciência e nada mais.
Não sei como estás agora, sinceramente não quero saber, mas se soubesse, de alguma forma, ficaria um pouco feliz.
Ser forte não é necessariamente ser forte, é suportar e não voltar atrás.
Por isso Deus, sábio, fez com que ninguém soubesse o que se passa em nossa mente.
Pode ser que, talvez, debaixo de um rosto de metal, derretam-se lágrimas, mas veja bem, eu disse, pode ser que, talvez... E a última pergunta é se quando a gente sonha, e não fica nada bem no dia seguinte, se isso ainda pode ser chamado de sonho.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Embriagado

Teus joelhos não choram mais, teu sono pede socorro, mas alguns pedem tem silêncio, não o silêncio que queres. O apertado coração pede em desespero que saia a noite, que contente-se, vire-se e durma, acorde amanhã com menos lembranças, como sempre. E aquele olhar de que nada aconteceu é estampa colorida nos retalhos da cortina que da pra colina, mas como eu queria que essa noite passasse tão rápido, igual as ideias.

Mas ela triste, ou fingindo estar, se pendura em atenção, se enforca em conversas inúteis, por algum motivo qualquer, por qualquer motivo, mas o pior é que tem sempre alguém para ouvir.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Bela e a Fera se foram.

Era um rapaz comum, de tão comum que era, chegava a ser esquisito.
Era uma menina linda, de tão linda que era, chegava a ser comum.
Dois destinos separados pelas circunstancias, quase tudo planejado.
Ele tinha fobia de elevadores, tomava remédios para diminuir as contrações musculares.
Ela fazia academia as terças e quintas, mas na verdade as quintas saia com seu paquera.
Todos os planos que tinham, em igual, só mesmo ser normal, viver dia após dia, tanto faz.
Fazia das suas obrigações lições intermináveis de bom senso.
Fazia das lições de moral que recebia dos pais pouco caso.
Mas um dia se esbarraram na fila para comprar comidas rápidas.
Ele pediu desculpas afoito.
Ela gritou que dele sentia nojo.
E os dois sumiram, nunca mais se viram. E essa história é uma lição para você, para que entenda que a vida nem sempre é uma história estranha e bonita, onde no final tudo se resolve.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Flores de Carvalho

Nem sei se tenho tanto tempo para sorrir assim, amanhã acorda cedo meus sonhos e minhas viagens para longe me distanciam de tanta coisa que queria por perto. Não somos o que esperamos, e as divindades que cultuamos nos fazem sorrir, às vezes, sem pressa e pressionando forte o peito sem lembrança certa. Minhas tantas perguntas, arrumo as flores juntas, influenciam o que vai pensar de mim. Que seja, certeza, copos coloridos na ponta da mesa, a beleza, incerta, calafrios dos teus cílios, desminta o arrepio que sentiu ao ver.

Essa semana que passou senti sua falta, estranho, pois bem, nem entendo. São tantos pássaros soltos descansando nas sacadas dos apartamentos, que me perdi no tempo, tempo que nem sei se tenho, por isso, me permita; uma poesia fora hora, um abraço sem pretensão, um olhar descuidado, e um algo a mais, que só saberei quando voltar.