sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Espelhos e sorrisos

Há uma tempestade que me impede de sair de casa, há algo por vir que me impede de sorrir.
Há tudo na fala silenciosa, escandalosa da minha verdade; nunca foi dito isso, mas por tão pouco por menos se fez.
Já pensou na loucura de ser distância, nessa troca, nessa dança.
Tenho um peito apertado e inquieto, mas não vou atrapalhando ninguém, as pessoas e as coisas ficam nos lugares e eu; nunca devia ter saído do meu.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

dor

Só o coração sabe a dor que sente.
Ninguém nunca vai entender sua dor.
Melhor seguir só, que seguir sem fé.
Não aceite doer seu coração e ainda se sentir errado.
Com dor ou só. Melhor só.

sábado, 24 de novembro de 2018

um silêncio

Seria a saudade uma urgência? Pior como conseguiria ser assim, fria ou forte, se já não há amor, sinto o cheiro da chuva no chão.
Não é que há ou houve felicidade, mas achei que perto não ficaríamos longe, mas hoje sei que se acostumou com a distância, e se sente tranquila... 

Já não estou bem, já não sei o certo... Por isso, fico em silêncio, querendo gritar

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Tempo, desperdício e conclusão.

Já havia silêncio, um dia inteiro perdido e parado. Era um encontro desesperado entre a sede, o sono e a solidão.
Não cumpri minha promessa, na cumprida avenida de pedras, desabei em choro, chuva e saudade.
Eram tantas coisas ditas que a verdade ficou em segundo plano, e a história deu lugar ao futuro.
Pobre diabo de nós, corrente de pessoas sem sentimentos e vontade, interpretando a inércia como desmerecimento e esquecimento, fazendo falir o arrependimento como algo que não vale a pena, fazendo cena, toda hora, pra quem não quer sorrir.

Quando era barulho eu me espalhava, cobria e cortava o espaço, era dono e palhaço, até que o tempo me fez aquietar.
Fazia todo sentido, de lua a qualquer sol, eu podia brilhar e me sentir melhor, precisava disso para me suportar.
Hoje nem tanto, se é só de amargura que minhas palavras sobrevivem, me culpo e no outro dia sigo em frente, não me arrependo, mas não quer dizer que não aprendo, é só que a consciência gente só adquire depois, não bastava o sentimento, era muito melhor ter ego, a plateia sorria, mas sempre ia embora.

Só me sobrou gritar ao lado da construção, a tenda desmontada e eu exausto, com um último suspiro eu sobrevivi, me arrependi! MUITO e de fato, era melhor ter ficado calado, mas agora nem importa, se disse o que queria, e o que quero, nem me desespero, desprezo também é forma de mostrar amor.
Por isso absorvo com paciência e pensamento, para que, com o passar do tempo, eu possa saber me entender comigo lidar.

Aguardo o coração bater

Em pouco tempo o tempo acaba, avião sobrenome que criou asa, um cavalo alado que discorre o sonho e sono.
Já tem mandei minhas impressões: frases congeladas e medrosas, mas não importa, se é silêncio ou solidão, tudo isso é invenção... O homem não sabe viver só e antes disso não sabe nem viver.


Se for responder cuidado com nós, se for silenciar vivamos a sós,  mas se por qualquer noite ou dia quente, de repente lembrou da minha voz, ah por isso não se acanhe, arreganhe um sorriso, lembre que o amor é lindo, mas todo errado, saiba que as pessoas mudam e melhoram, que o passado é sonho que enfeita árvore de natal, de todos os anos que vamos viver juntos...


Mas se há sombra na noite nossa clara, se a lua cheia foi interrompida pela canção de uma nota só, eu imploro, me deixe chorar quieto, que devo melhorar em alguns dias, ou morrer vivendo escrevendo todo tipo de poesia.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A tristeza da madrugada

Um homem só, somente às 02:00 da manhã, a essa hora ele já tem medo da morte... E se lamenta da vida, um pesadelo sombrio e cinza acima de sua cabeça. O telhado não desaba como ele deseja e ele desiste.
Quanta amargura e choro, quanta dor e solidão, sólida e sorrateira. Se afogou no Rio que encheu balde por balde.
Quão triste e patético, chorando sozinho sentido pena de si mesmo.
Não acendeu uma fagulha de esperança, queria os pulsos vazios, igual ao coração.  E seus olhos, apagados e opacos, arremedo de gente e equilíbrio.
E quantos mais choram assim? Sabendo da contagem regressiva, chorando ao ver sorrir quem queria ali.
Aliás, quantos de nós pode dizer que é feliz, sem baixar a cabeça e repensar melhor.
A gente constrói um mundo que de tão pesado cai sobre nós.
Ah tempo, por que tão cruel, frio e sábio?

Ele já não aguenta mais, se amanhecer outra vez ele não vai mais querer sorrir...

medos e coragem

As palavras que marejam os olhos, folhas que se fossem destino seriam morada do passado; eterna idade que não passa e não precisa de explicação.
Não ouço o som da tua pele, já que preferi fugir para a cidade ao lado. Quantas canções do rádio me fizeram chorar sem querer, e mesmo quando quis, nem sabia o que fazer.

Há uma carta sem resposta no teu correio, mas havia tantas poesias escondidas. Incrível; eram só lembranças e bobagens do dia a dia, hoje, com disse: poesia!

Não há nada em teu pensamento que eu saiba, mas eu me joguei no mar, sem saber nadar, essa coisa louca de ser humano, de querer e preferir ter medo ou esconder debaixo do pano as coisas reais.

Uma lista enorme de pesadelos me acordam durante a noite. Faz tanto, mas tanto tempo, que quando quis ser outro alguém, fingindo dizer o que já estava dizendo, veja só, eu SORRI, me senti bem e feliz com as mentiras que inventei.

Já deveriam ter inventado a máquina do tempo.
Agora já haveria de ser. Seres desumanos e manhãs cegas.
Já passou da meia noite e a noite não passa, não que eu possa saber o que fazer, mas eu ainda imagino sua calçada e pés descalços.
Não é miragem, é um edifício real, em toda a América e suas onze estrelas.
Não orei para Santa Cruz em vão, mas vai ser difícil, mesmo que falte coragem.
Viver em silêncio ou cego, eu escolho a solidão. Ainda que não haja sinais eu deveria arriscar; rasgar os céus para ser ou não ter.
Queria só um sinal dos céus.

Já deveria ter inventado a máquina do tempo, ou desinventado o próprio tempo.



segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Mário Quintana

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Um




Dove sei e come stai, È difficile lo so lo sai
Fermo al rosso di un semaforo sei tu
Che cerco nella gente a piedi, in taxi o dentro gli autobus
Due occhi che ti guardano e poi via.
Come forti raffiche, perdersi nel traffico
e un claxon dopo l'altro chissà ?!
Dove sei come stai, cambierò, se cambierai
Due, perché siamo noi, due lottatori due reduci
Due canzoni d'amore comunque, io e te
Con le stesse parole seduti a un caffè
E vorrei solo dirti ora che te ne vai
se è amore, amore vedrai di un amore vivrai.

Ma stasera che cosa fai?!
Io che ti telefono, tu che non sei in casa:
"Lasciate un messaggio" ma è molto più veloce il nastro di me,
Che non so mai che dire e allora proverò ad uscire,
Stasera io ti trovo lo so !!!
Dove sei come stai, non ci sei ma dove vai!?
Io sono qui, come te con questa paura di amare
per due minuti, due ore o un'eternità
Duellanti nel mare, di questa città
Dove tutti han bisogno d'amore, proprio come noi due
Con le stesse parole seduti a un caffè
E vorrei solo dirti ora che te ne vai
Se è amore, amore vedrai di un amore vivrai
Dove sei come stai, due anche se non ci sei
Io e te sempre o mai, siamo noi, siamo in due
Io e te sempre o mai, siamo noi, siamo in due

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

O pensamento escreve canções.

Como vai você?
Eu preciso saber da sua vida
Peça alguém pra me contar sobre o seu dia
Anoiteceu e eu preciso só saber
Como vai você?
Que já modificou a minha vida
Razão de minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você
Vem que a sede de te amar me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz
Vem que o tempo pode afastar nos dois
Não deixe tanta vida pra depois
Eu só preciso saber
Como vai você?

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Se eu pudesse- Catedral

Se eu pudesse ouvir seus pensamentos
Sera que te amaria?
E se eu pudesse te entender profundamente,como seria?
A vida passa a gente nem se vê
Tudo depende de querer
E se eu pudesse ver você aqui será que te diria
O porquê
Se eu pudesse olhar o seu sorriso agora
Sera que eu riria?
E se eu pudesse te tocar sentindo o seu calor
Será que rolaria?
A vida é simples e por isso não
É muito fácil a solução
Se eu pudesse ver as sombras do caminho
Será que seguiria Você
Há uma ponte iluminada na estrada do horizonte
Onde o inicio e o final são pontos claros no olhar
Há uma estrela que me segue pelas ruas e avenidas
Me mostrando o caminho para te reencontrar
Eu não quero outro sorriso você é o que eu preciso
E por ti eu quero tudo, quero o mundo desvendar
Ser feliz é ser complexo e bem simples por querer
Que saudade louca de você

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Para toda Pessoa

Sou a Consciência em ódio ao inconsciente,
Sou um símbolo incarnado em dor e ódio,
Pedaço de alma de possível Deus
Arremessado para o mundo
Com a saudade pávida da pátria...


Ó sistema mentido do universo,
Estrelas nadas, sóis irreais,


Oh, com que ódio carnal e estonteante
Meu ser de desterrado vos odeia!
Eu sou o inferno. Sou o Cristo negro,
Pregado na cruz ígnea de mim mesmo.
Sou o saber que ignora,
Sou a insônia da dor e do pensar
Fernando Pessoa

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Câmaras Secretas

" O que nos faz diferentes são nossas escolhas; revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades" Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore.

DO ESPÍRITO




Sai de mim
Que eu não quero mais saber de você
Esse eu te quero já não me convence mais
E agora já nem me incomoda
Sai de mim
Não gosto de ser rejeitado
E agora não tem volta
Eu pego o bonde andando
Você pegou o bonde errado
Sua curiosidade é má
E a ignorância é vizinha da maldade
E só porque eu tenho não pense que é de mim
Que você vai ter e conseguir o que não tem
Só estou aberto a quem sempre foi do bem
E agora estou fechado pra você


Não, não, não venha pra cá
Que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá
Que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá
Que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá
Que eu não quero mais saber de você
Não me procura não
Você não vai me achar
Você não consegue entender
Não, não, não venha pra cá
Que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá
Que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá
Que eu não quero mais saber de você
Não me procura não
Você não vai me achar
Você não consegue entender

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Fim

Agradeço a todas as visitas desse blog nesses últimos anos. Mas essa é a última postagem desse blog. Não há mais sentido e vontade em continuar.

Que sejam todos feliz e se cuidem. Para quem gosta postei oito poesias que estavam nos rascunhos, por isso foram para as datas que foram feitas

Abraço


 Crescer é algo muito rápido. Um dia você usa fraldas e no outro você vai embora. Mas as memórias da infância permanecem com você. Lembro-me de um lugar, uma cidade, uma casa como várias outras casas, um quintal como vários outros quintais, em uma rua como várias outras ruas. E o fato é que, após todos estes anos, eu ainda olho para trás e penso: "foram anos incríveis".
Kevin Arnold - Anos Incríveis

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Das palavras quase ditas

Eu não me arrependi das palavras ditas, jamais faria isso. Na verdade, faria o mundo girar ao contrário para me encontrar de novo contigo, e isso provo a cada dia. Mas a gente sabe que nem tudo é como deveria, entendi que as flores não podem nascer em todo e qualquer jardim.


Se for assim, jogo a toalha, não há mais o que fazer, se de certo em seco, olhares e sorrisos, se dos meus erros me desconstruí malfeito; faria tudo diferente de hoje em diante... Mas não há mais praças para os amantes, nem as pistas que os homens voam alto, não há mais chuva que atrapalhe o retorno, nem o transtorno do farol alto a denunciar... Não se ouve o silêncio da casa à meia noite, para que o açoite do passar na porta não denuncie o que desconforta: homens e mulheres parados pela polícia em rua deserta, são e salvos por um pequeno pedaço de papel.
Quem pode encontrar cancela inexistente e outro lugar diferente para aventurar "nosso canto" sem voz e sem solidão, agora triste lá está, sob essa lua louca... São corpos e corporações, da página branca de teu avental, do fevereiro distante e sem carnaval, há um paro, que não reparo, qualquer feriado nacional.
 Você que já anoiteceu? Me perdi no caminho e voltei por onde vim, mas mesmo assim cheguei a lugar nenhum... Dei de cara com teus braços.. Sei mais que tudo que estou cansado, mas e daí? Você não sabe que aquela areia branca da praia ainda não está lá? Onde havia Jambo hoje nem ninguém, do brejo alto, a mãe de Deus, por debaixo dos lençóis quem de nós não ficaria calado?

Mas se as distâncias e as distorções fazem os homens cair, se tudo isso não te faz dormir, ainda há tempo, não para se arrepender das palavras, mas talvez dos gestos, pois sempre a um recomeço, e quando a fim, outra vez, quem sabe, um novo início.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Malha

Sigo atrasado e com você no pensamento. No chão as flores nascem em desordem, fora das cores e padrões que o vinho me mostrou.
O céu não é meu firmamento, não sinto a tua presença na poltrona ao lado.
De vez em quando repasso nas minhas memórias tuas visitas, passo a vista na revista velha e não sei qual ano estou. Uma voz vazia se desculpa e arranca preocupação e sorrisos sorridos do meu bolso.
Amanhã ainda não é dia, mas falta pouco pra te ver, ou passar a semana esperando saber onde está.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Fazia Frio na Terra das Flores

Hoje vi tua alma. Cartas espalhas pela cama e meu violão. Vi verde teu sorriso sem graça, o metal que escondia o pesado do céu.
Amanhã estarei ao teu lado, ainda que sob a forma de um pássaro, já que não me aguento em mim. Se falta sono ou sinceridade, por algumas folhas de papel e palavras sem fortaleza.
Menti, por muitas vezes, mas quem não. Errei tantas quantas podia, mas nem sempre fui um demônio, tive na poesia a promessa de juventude, mas que não param para ler mais.
Ninguém quer entender o sentido da sorte, por isso abandono as águas no mar, tanto que se mistura e o sangue latino escorrendo pelas minhas mãos...
 Fazia frio na terra das flores e lá seja o que fores, fariam de nós botões de rosa. Elas surgem e somem como o vento que desagrada o alto da montanha, que fecha a janela estúpida de uma casa que jamais porei meus pés novamente.
Como andam teu sorriso e tua voz? Quantas vezes cultuou o amor em nós quando nunca mais se dobrou de joelhos para orar.
Conselhos e carismas, qualquer coisa maior que o tempo e medo, já que não há relógio pra mostrar nos olhos a aflição  e nem aperto no peito que mostre o tempo passar.
Dorme calado, no muro da frente, um gato rajado, sem saber que distante dali alguém trama seu destino. Não faz sentido, mas faz parte de uma vida sem razão.
Continua frio na terra das flores, pois ninguém tem ao certo a razão, se quer os anos retornar, se o sul e o sal são tempestades no ar.
Quanto tempo tem que se foi, e para onde foi, mesmo sabendo busco a resposta, mesmo ela posta na mesa.
Limpo a poeira do violão e toco aquela canção que fala de saudade, quando não mais tenho forças, durmo ou sei lá.. acordo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Dores de um anúncio

Se hoje eu visse ou ouvisse do céu teu canto, seria meu dia menos pesado.
Já que o dia passou com as horas em branco, prefiro me coroar de cores do asfalto.

A carta que te fiz hoje foi entregue e devolvida, mas sigo ainda com meu coração alegre. Um dia te verei, ainda que não saiba disso..




Sem muita inspiração e vontade de escrever hoje. Perdão.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Conversas apavoradas

O mal dito que sai do meu silêncio, maldito som que sai do ar.
Teus olhares soltos que só podem me falar, falta ar sempre quando tento me concentrar.
As palavras de um tempo ruim, quando tem possível chance de lembrar; certas coisas, não tão certas, regime regional de paciência do meu coração.
Se tremo as mãos ou me falta força nos músculos, deito gelado ao lado da cama, consciência inquieta de que ás vezes é melhor não saber.
Poderia girar e gerir meu mundo, fazer assombro das coisas simples e espalhar rancor, mas ao invés disso, espero sem qualquer paciência o momento exato de olhar nos teus olhos cansados.
Pode ser que as palavras tenham força e nós fraquezas para ouvir, vai ver alguém esqueceu de gotejar sensatez na água da vida.
Eu realmente não entendo os sons das folhas e as borboletas, nem poderia, não tive tempo para ouvi-los, mas falo como se tivesse propriedade.
Reconheço sua luta e a rima que essa palavra traz, antecipo seus gestos e a torpeza que isso faz, dedico meus dias a observar atento os erros, errando como se isso não fosse errado.
Mas devidamente munido de egoísmo procuro sedento o momento que possa me calar de vez.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Silêncio

O que falta pra ser feliz?

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Meu filtro de realidade



Você não acredita no meu choro, mesmo ele sendo sincero. Espero que que algum lugar esteja a luz que ilumina meus passos, parcos e no escuro, respiro sem compasso esperando março acabar de vez com meu verão.
Vejo atrás da porta a sombra torta do que um dia foi a felicidade, não raro eu me descambo em lágrimas, sem qualquer pudor ou oscilação.
Tenho teus passos em outro alguém, tua cor, pele, e timbre, como se a voz e o ar fossem carimbados com tua presença.

Teoria híbrida de saber, já que quanto mais se vive menos se dá pra viver; eu queria saber de tudo que tu pensas para nunca mais pensar assim, mas se fosse acordar em setembro de uns trinta anos a frente, diria que de repente;

" máquina do tempo me leve de volta para o tempo dos atrasos e tropeços, lá conheço as pedras e os percalços, por onde andei descalço hoje corro descompassado, agora que sei de tudo, faria das pedras muro para os que me perseguiam, pularia os abismos e buracos que cavaram e eu boco caí, mas eu não sabia, não tinha como saber: meu pior inimigo era eu, sempre culpado e sabotador, por isso, máquina do tempo, se não me trouxer tudo que passou, nem mesmo a juventude, traga-me meu amor"


Tua casa ainda cheira a espelho mágico, sequer ela sabe dese fim trágico, comédia louca e insana, fez da gente cabana no alto de um monte.
Daria tudo para não ter nada, trocaria todas aquelas noites por uma manhã. E um mar inteiro por esse céu sem distância.

Iria gritar aos aldeões sem cuidado para acalentar sua busca exotérica. Onde se criam rosas não florescem América. que já os aplausos são fictícios e as palmeiras reais, não oro perdido na tua santa cruz, pois quem me induz a errar sou eu mesmo, por mais que só bates um aceno da tua mão para dizer que então, faria a pintura do teu sorriso.

Conte:

Garças;
Gritos;
Geleiras;
Gergelim;
Gráficos e;
Grafias;
Grosseira;
Graça;
Gargalhando;
Gardênias;
Germinadas.

Agora que sabe onde se encontrar:

Nada debaixo do céu faz sentido;
Já que a direção eram teus próprios passos.
Se de olhos fechados nada existe,
queria sentir que quero permanecer assim.

Desta vez, desta última vez
não ouve minhas palavras, só o silêncio
Tem teu significado fazendo todo sentido.

Te farei feliz enquanto não o fores
Ainda que teus olhos digam sim
Sem pedir para esqueça a realidade
Virei em teus sonhos.

Quando essa noite passar
Gostaria de estar ao teu lado
Justamente quando tudo se acabar
Sem lamentar a vida ou o passado



segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Letargia II

As palavras foram escritas pelas minha mãos geladas, meus olhos atentos que observam.
Queria gritar muita coisa, rasgar minha alma de vez e sem voz, cuspir em teu rosto, fazer de mim cama vazia de pensão.

Seu santo dormiu no ponto, mas eu quero ir embora antes da semana acabar, e que se acabem teus olhos sem qualquer puder, em qualquer marquise de baixa meretriz.

Minha grafia desafia meu coração, escrevi cartas que joguei no chão, mandei entregar e depois desisti.


Mas ai, falta sono e sensatez, por isso essa semana durará uma manhã e na noite o fim do mês.  Quando você vem?

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Carta de poeta em crise

Olha meu bem, a gente não se faz bem, mas enquanto tudo durar; o tempo, a chuva e as canções, durará também o fogo que arde nossos corações.
Terminou seu poema falho e humano, embebedado por rosas e enlouquecidos por espinho, sussurrou qualquer bobagem, deu-se conta do horário: partiu a mil, para onde ninguém viu, acovardado, rasgando o vento com as lágrimas poucas que lhe restaram.

Quanto confusão nessa cabeça, que dia sim, dia não esquece e lembra. Quanto tempo perdido em fotos e filmagens. Tens amor, antes que seja tarde, noite e manhã, antes que seja hora de fechar os olhos abertos.
Visitei teu espaço sideral, manhã de novembro ou fim de outubro, encontrei fechadas as janelas de lua, estava nu em tua rua, plena luz do dia, sem saber como voltava pra casa.
Teria os anéis de saturno me feito uma surpresa, quando vi teu prédio aparecer na janela do avião, olhando pro lado segurei minha mão; eu sim me fazia companhia.


Olha meu bem, eu não estou sofrendo, mas quando sorrio fico sem saber o motivo, quando desvio do caminho me sinto menos emotivo, engraçado, ou a vida vem me endurecendo ou eu vou, aos poucos, perdendo a fé no amor.


Quando mais tarde ouvir minha voz, ainda que eu esteja calado, não se pergunte o que deu errado no passado, nem lamente o futuro, pois o meu maior presente são os pensamentos que cada dia mais voam longe para tão perto.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Como irmãos.

A vida separa as pessoas de tal forma que ambas nunca mais voltam a caber no mesmo mundo. E o carro embalado na estrada de um pensamento furtivo, quase noite e o sol ainda se espreme. Todas as canções fazem sentido e me sinto ressentido, não é como o destino se desenrolou, mas como nunca acreditamos nele.


E por isso suas visitas noturnas são corporais, além disso, para além disso; a chuva fina no chão de pedra e a mesma praça.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Eu acordei, essa manhã chovendo e o frio sem explicar as coisas mais simples.
Tive sono durante o dia,

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Uma vez por semana

O cansaço das tuas pernas ninguém precisa saber, ainda mais que aliviei meu corpo em tuas estatuas estáticas na moldura do que há escondido.

Tens me buscando onde não estou, tens ido muito perto de saber que nada faz sentido. Realmente não faz, mas se posso te dar um conselho; pare de olhar tanto para o espelho.

Quando se finda a vida alguém disse: Eu não sei o que é viver. Todos nós somos poeira e eu querendo ser deserto.


Antes que tudo se acabe aceite um café, sente-se perto de mim e sem pressa ou pudores arrancaremos nossa roupa e nossa vergonha, já que o medo da medonha solidão é mais fraca do que vontade de juntar nossa alma.



segunda-feira, 20 de agosto de 2018

No meio de agosto

Andei sem prestar atenção nas coisas, com certa pressa e sem saber direito o que queria.
Claro que havia essa confusão em mim, mas não é como antes, ainda tenho paz e certa alegria.
Não aproveitei muitas chances que tive, e a vida não tem piedade, e eu sempre quis que todo o mundo soubesse que dele nada queria e nem esperava.
Estive com o coração em pedaços, sem querer saber o real motivo, inventando as mais diversas mentiras para maquiar as frases de um anjo sem chão.
Eu ainda sou pequeno e sei que tudo é sem sentido.
Eu ainda não me vejo sozinho, tampouco perdido.
Quase vejo o infinito quando tudo acaba, quando acabam as palavras e a gente não tem o que dizer.
Soube que chorou e isso me fez chorar também.
Mas a vida tem dessas coisas, e é por isso que a gente precisa tomar cuidado com nossa alma, para que cedo ou tarde entendamos que a vida não é fácil de entender.
E se havia um céu,melhor eram dois céus - Ceceu - que recebem mais um anjo, que talvez nem fosse a hora, mas meio que sem demora fez morada em uma nuvem, enquanto o sobrenatural está em festa, aqui, a gente discute 'como isso pôde acontecer?'. Não há qualquer palavra que possa haver ou dar consolo, o tempo passa e é cruel, mas sei que teus amores verão, em cada pedaço do céu teu sorriso brilhando.


Essa poesia é dedicada a uma pessoa que se foi, qual eu não tinha muito intimidade, mas sei que alguns tinham e saber que pessoas que você gosta estão sofrendo nos faz sofrer também.

A morte algo tão sem explicação que eu não sei escrever sobre ela.


segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Inconsolável

Quanto tempo tem?
O peso que essa frase traz, aliás, perguntar "Iai, quanto tempo faz?" um mundo de motivos para sequer pensar quais momentos cabem essas perguntas.

Quanto tempo tem que a gente se viu?
Quanto tempo faz que a gente não se vê mais?
Quanto tempo falta pra gente se encontrar?

Se a gente passar da letra do papel e olhar para o fundo, vai perceber que é uma pergunta cruel, as ruas mudam, as pessoas passam, os prédios e barbearias se modificam ou envelhecem, e há quatro ou cinco anos a gente podia ter estado ali, falando de bobagem e delírios, e como se em câmera acelerada vimos dia após dia aquele lugar se movimentar e de repente nos vemos só no meio de tanta gente, só olhando o espaço vazio que deixamos.

Se possível, hoje, não se pergunte quanto tempo tem... Diga  enquanto eu tenho vou valorizar o tempo.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Quando você se foi pra sempre.

Ninguém mais entra aqui, mas mesmo assim vou postar:


Estou feliz pelo cansaço de minhas pernas, do branco das paredes e de tanta coisa que fingo nem lembrar.
Estaria inconsolável se fosse outra manhã agitada perdida, lá no meio de maio.
Já que não temos tempo o suficiente para olhar o sorriso das pedras, eu fico parado, totalmente atordoado e constrangido, até com medo... triste.
Por vezes me pergunto se viveria do mesmo jeito sem você, se saberia esquecer.
Se afinal, você poderia ser tudo.
E dizem que quanto mais não queremos deixar algo mais isso fica no nosso pensamento, mas também dizem tanta coisa.
Começo a ver-te nos olhos dos outros, e o que você faz lá?
Termino por te procurar onde não está, e porque não estaria lá?

Havia muito mais para ser dito, mas a vida é tão cruel que me calou quando mais eu queria falar.

terça-feira, 10 de julho de 2018

As chuvas que perdi

Já consegui o tempo que queria para perder meu tempo. Mesmo teus pedidos e teus olhos marejados, olhando o caminho de poeira no ar.
Ainda eu querendo entender ou mudar tua alma, te incitar calma, para onde flores em teu colarinho branco no jardim de meio de fevereiro.
Quanto tempo vão durar esses anos? Quais planos que nos cobrem os polos e os panos da nossa cara? E quando mais tarde e quanto mais arde, mas a saudade faz parte dessa presença; ausência sombria.
Todo dia quando o sol desperta olho o horizonte em linha reta: aviões e carros confusos, frio e felicidade em raios difusos. Somos nós fingindo brincar e sorrir com as gotas de água refletindo os raios da manhã?
Diminuído o tamanho da culpa nossos sonhos adormecem, imploram os que esquecem; outro dia pra lembrar.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Som

Que me faz lembrar a rua, nua e nenhum de nós; eu estando a sós com meus medos e motivos, escrevendo e estando contigo todas as minhas inspirações.
Vou te atrasar o relógio do tempo, para tudo andar mais lento ao passo e compasso do teu caminhar, pois não sei contar as horas que demora da tua casa até a minha, só sei a nota da canção que faz teu pé no chão quando voa pra me abraçar.

sábado, 16 de junho de 2018

Lindo os únicos instantes sagrados escondidos.
Levando o universo inteiro sangrando empoeirado.
Lavei ondas, utopias, invernos, sóis e...
Lajeando, orquídeas úmidas, imas serenos eternos.
Longe ontem, usura interna sobre esteiras.
Leia-me o último incomum sorriso efêmero.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Quando ele se foi.




Quase o colorido da minha pele fez reflexo no retrato, quase me mato em teus braços essa semana cheia de falta. Do meio dia no caminho na tua casa, trama rasa, na farda branca do teu colégio, um santo remédio para a lembrança dos olhos de uma praça, que a chuva nos expulsa, que a noite nos avisa que um farol pode nos estremecer.

Tua língua estrangeira, fervendo em fevereiros ácidos e sem coerência não sabia da ausência ou mesmo da carência que faziam as história mal contadas de exatos dia, que meus amigos visitam e me vestem. Você vai lembrar dos anos vindouros e virados? do chão molhado e minha culpa, do frio e da escultura.

Agora é saudade, ontem medo, mas saber que o aperto do peito é solidão ou medo da certeza de nunca mais ver teus olhos. O céu não me responde tua prece, tua imagem aos poucos desaparece da minha mente, mas eu sinto tanto sua falta que finjo que nossa infância não existiu.

Mas se o alto da montanha te abandonou e se isolado, se o som das músicas são sem voz e sem sentido, eu prefiro perder uma poesia e algumas horas de viagem, das seis ás três, para quem sabe talvez, sem falar nada do passado te ver outra vez do meu lado.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Teu presente.

Tantas vezes eu chamei teu nome, mas ele some, amarga meu coração a lembrança dos becos e dos bosques, do frio forte que me feriu lá por abril.
Tantas vezes tive que aceitar, que quem fugiu de mim foi eu mesmo, mas que teu corpo e teu dia, às quatro da tarde, faria parte dos meus melhores dias.
Que mudanças independem de um desejo, e se eu sinto  falta de olhos fechados do teu beijo, feito algo que nunca vou esquecer.. e como isso dói.
Que às vezes é preciso caminhar, por entre as ruas, as casas e as praças, todos os lugares onde estivemos.
Tantas chances nós tivemos juntos, se reparar bem, muito bem, nem tantas assim, mas ainda assim, um tempo curto para aquilo que corresponde à vontade...
Tantos sonhos lindos para sonhar, mesmo quando não consigo dormir, ou mesmo não der para acordar... nestas noites que não tem fim.
Mas jogamos tudo fora, sem motivos, ou inventamos alguns deles, e onde foi parar toda aquela sensação?
Pelos simples fato de não perdoar, ou não entender, ou esquecer, talvez isso seja a maior dificuldade, mesmo sabendo que a vida acaba.
Hoje eu só penso no seu rosto e vou dizer, Como dói amar você
A distância me consome...
mesmo quando a gente some, senti da gente, sonhos e devaneios.
Hoje eu apenas gostaria de te ver, me entender, ou mesmo ouvir sua voz.
Pois confesso a você Minha felicidade tem seu nome, sua pronúncia e sua aura.
Quantas coisas foram sem sentido? ou não sentidas, sonhadas e perdidas?
Tantas frases, gestos e o amor ou seja lá o que for que une a gente.
Sei que não consigo sem o seu abrigo, pois nele preciso me esconder.
Sei que você é meu verdadeiro amor, ainda que houvessem em nós, mentiras.

domingo, 20 de maio de 2018

Navios e naves

Não veio nada, nem ninguém, no frio dos meus olhos, jazia o que bebia em teu vorpo nu as qustro da manhã. Onesciro e tua pele se confundia e eu fazia preces para que minhas cartas fossem lidas.
Todas as palavras ditas disseram meu erro, tempo ou desperdício, nada disso, dormir e acordar pensando em ti.
Agora viajarei quieto, parado e surdo, lembrando do chão frio e de teu corpo quente, rente, mais uma vez ao meu.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Se da raiva surgir o medo.





Sai dos poros do meu peito, da pontas do meu corpo as palavras que nada querem dizer, quando um tremor da minha mão borra minha caneta. Sou eu o erro, a face e a fila de espera, quando tudo desandou eu quem cavei a estrada. Será que errar querendo dar certo é erro?
Quando a morte for a melhor sorte que tiver no teu caminho, se precisar olhar pro céu, e a noite não deixar, me reencontre no fim da tarde, para que antes que seja tarde, a gente conheça o melhor de nós.

Sua mente ta perdida, minha alma ferida, mas isso não é culpa de ninguém, nem no final da prece quando disse amém, por mais que estranhe, essa dor e mágoa era, veja só, a nossa última chance.

E quando louca, com a voz rouca, gritar em plena madrugada, palavras insanas na janela do teu apartamento, por um momento, saiba que o céu pode ouvir e me contar, por um tempo, vai parecer besteira, mas em qualquer quarta feira de fim de maio, eu me distraio e posso te ligar.

Mas eu sou distante, estranho e carente, faço tudo para estar sempre, escutando meus defeitos para que os outros não precisem gritar.

Rodoviária central

Gostaria de te ver sorrindo, nas despedidas e encontros passar meu dia desistindo de encontrar solução e resposta, mas de nada adianta a gente saber das dores do mundo se mesmo em nós tudo nem faz tão sentido assim.
Como eu tinha de tido da outra vez; se todo ponto de luz na escuridão fosse esperança, a gente viveria olhando o céu como se tudo pudesse ficar bem, mas acabou a noite e quando amanheceu eu não pude me levantar da cama, eu queria ter esquecido meu nome, meu e-mail e meus problemas, já que não sei como resolver nada disso.

Quero um tempo, quero paz, quero distância e presença, quero toda a verdade que poderia existir, mas ainda assim queria saber e sentir, que os teus olhos escondem o que os meus não podem ver, mesmo que tenha certeza disso tudo, mais uma vez, não adianta saber das dores do mundo, se a gente não pode compreender.

domingo, 13 de maio de 2018

Por dentro...

Não vejo ardor nos teus olhos, teu sorriso é parabrisa e promete coisas impossíveis.
Imensa vontade de chorar e escrever que desanimam, não é raiva, saudade ou desdém, cansaço talvez, aquela fadiga de não levantar, a voz, de ser em nós sonhos, escombros e resistência.
Quanto mais das pessoas a gente se equilibra, mentiras que a vida escondeu na caixa do correio, quando a esperança errou nosso endereço, prometendo um vinho tinto a cada final de semana sem sair de casa.

Mas quanto mais atrasa a palavra em tua boca, mas a gente repensa na ideia tola, ora, então, talvez fosse essa a melhor saída, a única solução:


Acreditar menos nas pessoas e viver sorrindo pra não machucar o coração.

sábado, 5 de maio de 2018

O tempo e a espera


Não podia falar à tua lágrima, nem podia silenciar meu canto de amargura. Não sei dizer poesia pura, sem tecer espinho pra te afastar; era a rosa cinza que fazia mal ao tempo, todos os vários dias teus, perfeitos e sintéticos, tudo nas tuas mãos e aos teus pés, soletrando nada que podia te faltar.
Mas eis que sois entendida com a verdade do mundo, a veracidade do profundo, os seres e sais, dos piores incômodos que a vida descreve: Quatro minutos e nenhuma palavra sequer, mas se quer entender; saiba que nem tudo tem explicação.

É uma nebulosa, fraca e irreal, aquecida nos contatos dos ladrilhos do meu banheiro. Pincelando teu tempo de criança, acalorando tuas horas na escola. Pois é, os anjos e seus cadáveres prontos para despertar, todos eles terminando em "el", sabe-se lá o porquê.

O tempo e a espera, qualquer um se desespera, o acorde entre a distância e a saudade faz da gente seres sem rumo, sem prumo, olhando pra esquina esperando alguém dobrar.

O martelo que compõe e incomoda meus ouvidos, colabora para falta de ar e o peito apertado, mas eu queria ter o dom de traçar destinos, faria isso com todos os meninos, para que desde cedo soubessem o que dava pra ser, mas tenho poucas alternativas, vendo cair sobre a pista a chuva fina que molha cada pequena planta solitária de beira de estrada, cada pedra suja de ponta de asfalto, como dança coreografada, como orquestra de tambores ruídos, fazendo o barulho certo, no tempo certo, tudo isso é a vida que vai passando lentamente e a gente, poderia muito bem não precisar sofrer.


O tempo e a espera, qualquer um se desespera, o acorde entre a distância e a saudade faz da gente seres sem rumo, sem prumo, olhando pra esquina esperando alguém dobrar.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Sentido contrário

Eu não me alimento de dor, ela se alimenta de mim... Rói me estômago pequeno, dilacera meu coração, atravanca minha garganta e perturba minha alma.
O futuro frio e sem cores, fazendo horrores em círculos no meu olhar.
É o passado, toda essa desesperança, que a gente arranca suspiros e vontades, que tudo dê certo, e por mais perto que seja, distante ainda somos.
Vejo viagens nas retinas rústicas de um sol que se aproxima da noite, com cautela, sem pressa e divergindo.
Encontrei nas fotos velhas, e claro, terríveis, de nossos dias, semelhança entre o hoje e o amanhã, mas o ontem tem feridas pelo corpo, tem um olhar apático, torto e atávico, resfriando a poeria que cobria o nosso caminho.
Mas as palavras repetidas em sonhos e lembranças machucam ainda mais, não é que importem os papéis e as canetas, mas o coração em si precisa de cuidado, não importa como as pessoas se apresentem por fora, mas tudo que as distinguem por dentro...
O que os olhos não enxergam a gente sente em sonhos, e nunca vai saber como sei que as coisas acontecem exatamente do jeito que acontecem, os anjos me contam, durante a noite, que você não está bem e não faz bem, por isso meu bem, quem te vê de olhos puros não sabe quão imundo foi teu sono, quem percebe teu carisma, não sabe da cisma que a falsidade insiste em assombrar, portanto, e por tanto ser assim, que gestos e palavras postas no lugar certo nunca são caráter, pois se assim fosse, o poeta seria a melhor pessoa do mundo.
Já eu... estou aos poucos deixando de acreditar no amor e cumprindo minhas promessas.

domingo, 29 de abril de 2018

Faltando um minuto para o agora.

Que adianta um carinho verdadeiro de quem tem falsidade no olhar? Que adianta o dia inteiro para a noite sem luar?
Os leões famintos da alma, conservando a madrugada, totalmente silenciosa, como fonte de inspiração para redemoinhos e ventanias. Ah como soa bobo o suspiro de um coração apaixonado e sofrente de tanta saudade.
Tem gente que troca o corpo e pele, pelo pelo e seus sentimentos, dormir tranquilo qualquer hora do tempo, porque é um lobo selvagem que me devora, botando pra fora o que eu ainda tinha aqui dentro.
Não faço questão de anistia, podem me crucificar. Que eu não sirva de exemplo, para isso tenho muitos outros lamentos e disso saberá quando ler o que deixo escrito, no forro vão do meu pensamento.

A pergunta é se a carta chegou ao remetente, a dúvida é se ele entendeu.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

terça-feira, 17 de abril de 2018

Músicas para ouvir e pensar.

A sorte está lançada
Jogou a ancora prá nada
A gente acha que tudo
Se resolve de uma vez...
E de qualquer maneira
Seja num dado
Ou numa cartada
Quem a gente quer
Nem sempre se resolve
De uma vez...
Descobri que havia
Menos dois degraus na escada
E mais espaço no elevador
A bota já não está tão apertada
E da janela de casa
Vejo o sol se por...
Se não houver vento
Reme!
Se não houver lua
Uive!
Se estiver sem ar
Se inspire!
Mas nunca desista
Do seu amor
Se não houver chance
Crie!
Se houver silêncio
Grite!
Se não houver palavra
Escute!
Mas nunca desista
Do seu amor...

Já faz algum tempo
Que eu ouço tudo
O que você me diz
Nos demos chance de entender
O que você fez
E o que eu fiz
E de qualquer maneira
Seja num dado
Ou numa cartada
Quem a gente quer
Nem sempre se resolve
De uma vez...
Descobri que havia
Menos dois degraus na escada
E mais espaço no elevador
A bota já não está tão apertada
E da janela de casa
Vejo o sol se por...
Se não houver vento
Reme!
Se não houver lua
Uive!
Se estiver sem ar
Se inspire!
Mas nunca desista
Do seu amor
Se não houver chance
Crie!
Se houver silêncio
Grite!
Se não houver palavra
Escute!
Mas nunca desista
Do seu amor.
Ela de frente ao muro com uma marreta na mão, tentou o primeiro golpe, mas caiu ao chão, chorando e sem forças

sábado, 14 de abril de 2018

Silêncio de fim de tarde



(Algumas pessoas me perguntam o que me inspira, o que me move a escrever. E eu sempre digo, às vezes, uma imagem, um buraco na parede, uma lembrança, um amigo, um sentimento, uma saudade, QUALQUER COISA. E hoje, vou postar a foto que inspirou a poesia de agora. Uma foto tirada da janela do apartamento que estou passando uns dias, na cidade de Salvador!... Será que vocês vão sentir o sentimento da foto junto com a poesia? ME CONTEM!)

Como esta tarde vai acabar? E onde será que você está?
São perguntas que o horizonte não responde. O céu sóbrio sem sentido me faz sentir as coisas mais incompreensíveis da vida. O silêncio do passar das horas e das pessoas e uma solidão sem igual, que nos fazem senti pena das pedras e dos edifícios. E como é difícil compreender a marcha lenta das coisas.
E quase que descobri que meus passos foram até aqui errados, mas como ando errando, vejo que tudo isso me trouxe até aqui; bem ou mal é onde estou e para ou onde vou? Só saberei quando esta tarde acabar...

Não vai chover hoje, mas isso não faz diferença, queria saber do tempo dentro da tua alma, ou menos se observa a chuva fina e triste lá fora, com o rosto grudado no vidro da janela. Queria saber se quando ai chove fica tudo escuro?.

Quando estiver pisando firme nas pedras do calçamento ou quando estiver dispersa no olhar e nos sentimentos, queria que pensasse em mim, qualquer inesperado momento do teu dia, já que de mim sei tão pouco, de tu menos ainda... Mas se eu errei, se em algum momento eu só errei, bem ou mal, só queria ver essa tarde acabar e ou até... onde você está.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Tua casa me chama.

O ano passou e eu pesado, pensando que talvez não voltes.
E cada letra e poesia faz chover no meu dia, gotas de uma chuva chamada saudade.
Mas quando vamos nos ver de novo?
A essa da manhã a cidade estranha e silenciosa, coberta pela chuva que não cobre, e não me cobre sanidade ou saúde, queria tudo estar perto de tu.

Eu não vou suportar os aportes de minha alma, se isso me fizer menos feliz, que seja, mas amanhã espero que tenha tua carta no correio ou atrás da porta, pouco me importa se nada nela eu puder ler.

domingo, 8 de abril de 2018

Na cidade das flores baratas.

Um ponto cego na minha garganta, eu não sabia se devia reinar em meus pensamentos, músicas lentas e ritmos tranquilos, iria em toda parte se isso fizesse parte de mim.

Quais eram os seus medos? Quanto deles se perderam no contar das horas? A vida tem se curvado aos nossos pesadelos, por mais que não entenda; eu guardei tua rosa no quarto vazio.

Como se não bastasse o frio de tua rua, a madrugada e o asfalto fazem falta.
Como se fosse fácil acordar antes de o sol nascer para me despedir e seguir.
Como se eu quisesse fazer teu sorriso desaparecer nas nuvens, igual um avião.
Como se algo tivesse feito sentido quando eu queria te ver, tua luz em cascata.
Como se houvesse desistido de tentar, como se tua cidade longe me obrigaria a desistir.
Como podia entender que a busca incansável, não terminasse, só no teu coração.


Mas leia em silêncio, mesmo de longe posso sentir tua alma...já que a minha voa por ai...

terça-feira, 3 de abril de 2018

Seu João e a praça vazia

Hoje me lembrou ontem, tão sádico e cínico; Todos nós perdidos procurando uma solução.
Bem verdade que as trevas não se misturam com a luz, mas isso não induz os olhos verem o que há dentro de cada alma, calma.
Sentada sozinha, um vinho e falta de atenção, qualquer mesa escura perto de um aquário e os trovões dentro desse bar, era uma selva e eu não sabia.
Tão apressados ou tão espertos, não pagamos, e os sorriso de aventura, onde se perdeu a embriaguez da distância e do choro? Era pouco para nós toda aquela felicidade... Por fim, ela preferiu não falar desse assunto; tinha que estudar e viver sua vida até morrer com um peso enorme no peito.

Vai vir na mente o nós, que desata a chorar, vai vir na lembrança o pós, contras e depois, qual de nós dois que fez primeira morada em solidão.
Mas amanheceu mais forte, quando um rangido nobre, teu rosto suado fazendo neblina no espelho. E os gritos, as agonias, tudo isso fazia parte do meu dia, agora é só vertigem e poeira que esquenta o asfalto.
Por quase tão pouco eu mesmo me falto, colhendo as pedras do calçamento, fazendo ranger o silêncio outrora acabado pelos pássaros irritantes de tua janela. Mas eu iria te ver, qualquer sinal que fosse, sem palavras coisas assim, apenas um "pode vir" e eu já estaria aí, para que nada mais fosse, nem futuro nem passado, só o instante que os bancos da praça deixassem de chorar nossa ausência.
Por fim, o velho levantou-se fadigado, bateu a poeira em seu velho quepe de jornaleiro, deu meia volta, viu o mundo por inteiro, despediu-se da praça, disse que nunca mais retornava, mas baixinho disse "até logo".

quinta-feira, 8 de março de 2018

Do outro lado da oração


Como diz aquele ditado: vá aonde você é bem vindo e não tolerado.
Os homens e suas mentiras bem contadas, suas farpas que encravam em qualquer coração. Ah! Os homens e suas mentiras repetidas, quase que como uma oração. Deus não está nos escutando há muito tempo, perdeu a paciência, falando dessas vozes mudas que não tem essência. Os homens são aborígines de si próprio, estúpidos e corrompidos, cheios de si e de sua verdade que liberta, que nos fim das contas é uma mentira, uma merda.
Não sereis ouvido, por qualquer espírito, e tira esse sorriso falso da tua cara, ou melhor, deixa-o, combiná-lo-a com tuas palavras.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Andei sem pressa

Olho para dentro do meu corpo, vejo as transformações que minha alma precisa.
Ouço noticias e rumores, vindo de lugares distantes, profundos e inabitados, compreendo a marcha da vida, mas essa esquisita sensação, falta de tempo e de coragem.
Quando falta algo na corrente sanguínea do espírito, nos some das mãos a cor, deixando uma palidez úmida, sensação de que alguém nos paralisa no lugar.

Mudei de lado na cama e voltei a tentar dormir.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Pesadelos noturnos

Vou te contar uma história:

Ele me acordou ás 12:29, pediu para cantar uma música que eu já conhecia, mas que não gostaria de ouvir naquele momento, tive que repreendê-lo, afinal, notas velhas esquecidas num passado recente não são comumente entendidas pelos ouvidos dispostos ao novo.

Ele insistiu de novo, viu que o barulho dos meus lábios eram de perdão e continuou a insistir que eu deveria ouvir, apertando cada vez mais forte o ar dos meus pulmões, machucando meu coração, como se soubesse tudo de mim. Ele não tem compaixão, sabe que a chave do esquecimento é o esquecimento, ainda que forçado, ardido, urdido, necessitado, mas ao revés; encontra no meu olhar e medo fraqueza suficiente par estragar meu dia.

Como lutar contra esse ser humano tão ruim, baixo e miserável? Que me apavora a cada manhã, que a noite faz questão de me incomodar, com seu cigarro podre, sua bebida incômoda, arrastando os móveis da minha mente. Onde ponho minha mão, ele a faz tremer, onde descanso os olhos ele faz chover, onde repreendo malícias, ele grita delícias, nem sempre está comigo, pois dobro certas esquinas e ele se perde, mas quando me vejo em campo aberto, praça ou deserto, ele, esperto, está lá a sorrir para mim, me esperando de braços abertos. Eu, fadigado e sem forças pra fugir, me deito ali, chorando e pedindo consolo, mas ele a cada pouco enfia uma faca cega, e prega que a dor é a melhor saída para a solidão, que o vinho seco não é amargo, que essa vida é um trago em cigarro de menta, que se eu estrago é porque alguém tenta remediar meus pesadelos noturnos.

Ele é indiferente, mais forte e mais fraco, bizarro e insensível, invisível quando quer, mas tão real e presente, ele é a pessoa que mais me fere, que me destrói, me tira da luz e me deixa no breu, e o pior de tudo é que essa pessoa sou eu.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Princípio da galileia.

Eu queria ter na vida, ou simplesmente, na falta dela, teus olhos verdes fazendo festa ao me ver.
Na varanda do mundo eu olho teus cabelos ao vento, já aceitei e sei que os dias vão correr, a morte virá e tudo bem, nossas almas são espelho, distante e sem reflexo, é uma moldura que separa duas realidades.

Mas o tempo passa e as pessoas piscam e somem como luz no céu, e não temos tempo para conversar, eu vou viver fingindo que esqueço que as coisas são tão duras, mas eu quero sorrir. Só me permito chorar algumas vezes que a lembrança e os sonhos rasgam a tarde quente, entrando doido pela janela, parando na minha frente, esquisito, sorrindo e dizendo "Agora não é tempo de ser feliz, só me abrace e se desgrace imaginando as coisas".

Veja que o que pediu foi realizado, mas espero que isso não faça  vida menos feliz. Alguma coisa me lembrou você, e isso é terrível, pois eu estava só, e sozinho pude crer que a chuva não é nada, senão nossas lágrimas.

Outra vez nós dois estamos falando de amor e saudade, para cada silêncio meu; uma poesia de final de ano.

E para que eu não chore, novamente, me despeço com a certeza que minhas palavras atravessam os céus e as montanhas, e de forma estranha, chegam aos teus ouvidos.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Romeu e Romeu

Como posso encarar as pessoas e seus olhos profundos
E mirar nos dias as manhãs e as mortes, com pouca sorte eu apedrejo minha alma de vidro.
Rasguei a cortina da madrugada escura, como vento que vem rápido do norte, valei-me de todo os males é o gostar insano e solto, salivando pelos corredores frios do futuro inexistente.
Minha couraça é de alumínio, minha carapaça de titânio, passa por anos de meteoros e não rompe, mas se bates com pano, leve e seco, me arrebento, vermelho, atingindo só o que sinto. Já que o corpo está escondido debaixo dos escombros de tuas palavras "Ou te moldas ou te mostro que  nos anos que vem, maios modestos e melindrosos nunca farão florescer primavera"

Cortaram os pulsos de Romeu, com ele se perdeu o segredo do atraso, do raso e das razões, mentiram dizendo que tudo ficaria bem, que seria alguém que acabaria com a agonia, mas ainda viria as velhas folhas de papel em branco.

Julieta se despede com agradecimentos fartos, desenha liras com pedaço de pedra na areia solta do chão. As estrelas confessam paródias, argumentam que poderia ser, seria, só se assim fosse, mas ela não tem mais tempo...



Obrigado e adeus.