segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Princípio da galileia.

Eu queria ter na vida, ou simplesmente, na falta dela, teus olhos verdes fazendo festa ao me ver.
Na varanda do mundo eu olho teus cabelos ao vento, já aceitei e sei que os dias vão correr, a morte virá e tudo bem, nossas almas são espelho, distante e sem reflexo, é uma moldura que separa duas realidades.

Mas o tempo passa e as pessoas piscam e somem como luz no céu, e não temos tempo para conversar, eu vou viver fingindo que esqueço que as coisas são tão duras, mas eu quero sorrir. Só me permito chorar algumas vezes que a lembrança e os sonhos rasgam a tarde quente, entrando doido pela janela, parando na minha frente, esquisito, sorrindo e dizendo "Agora não é tempo de ser feliz, só me abrace e se desgrace imaginando as coisas".

Veja que o que pediu foi realizado, mas espero que isso não faça  vida menos feliz. Alguma coisa me lembrou você, e isso é terrível, pois eu estava só, e sozinho pude crer que a chuva não é nada, senão nossas lágrimas.

Outra vez nós dois estamos falando de amor e saudade, para cada silêncio meu; uma poesia de final de ano.

E para que eu não chore, novamente, me despeço com a certeza que minhas palavras atravessam os céus e as montanhas, e de forma estranha, chegam aos teus ouvidos.

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