sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Romeu e Romeu

Como posso encarar as pessoas e seus olhos profundos
E mirar nos dias as manhãs e as mortes, com pouca sorte eu apedrejo minha alma de vidro.
Rasguei a cortina da madrugada escura, como vento que vem rápido do norte, valei-me de todo os males é o gostar insano e solto, salivando pelos corredores frios do futuro inexistente.
Minha couraça é de alumínio, minha carapaça de titânio, passa por anos de meteoros e não rompe, mas se bates com pano, leve e seco, me arrebento, vermelho, atingindo só o que sinto. Já que o corpo está escondido debaixo dos escombros de tuas palavras "Ou te moldas ou te mostro que  nos anos que vem, maios modestos e melindrosos nunca farão florescer primavera"

Cortaram os pulsos de Romeu, com ele se perdeu o segredo do atraso, do raso e das razões, mentiram dizendo que tudo ficaria bem, que seria alguém que acabaria com a agonia, mas ainda viria as velhas folhas de papel em branco.

Julieta se despede com agradecimentos fartos, desenha liras com pedaço de pedra na areia solta do chão. As estrelas confessam paródias, argumentam que poderia ser, seria, só se assim fosse, mas ela não tem mais tempo...



Obrigado e adeus.

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