terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Crise

Marquei hora com pressa, escondi meu tempo e meus olhos da poeira.
Empenhei meu rosto fadigado para a velhice e teu mistério.
Enquanto você se desespera todas as noites, todas as segundas-feira.
Martelando no juízo em qual paraíso se encontra teu hemisfério.

Desapontado e arredio, fez sombra por trás do seu jornal.
Comparou os bancos da praça e achou tudo aquilo normal.
Se despediu, despedaçou e encarou mais uma solidão.
Pessoas apressadas me olhando torto sem saber para onde vão.

Nem quis terminar a poesia, porque esperei nascer outro dia.
Não me atentei para a rima certa, a métrica e o bom senso.
Porque eu sei que amanhã eu penso em tudo e sinto agonia.
E quanto mais eu lembro menos quero lembrar... que contrassenso. 

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Antes último rendesse estranhos altares

Vou redigir meu tempo em breves notas curtas e noites claras. É preciso acalmar as amanhãs e esfriar as desilusões.
Estou sentado ao teu lado, sentido fraco o velho tremor de sua mão. Sinto abobado, que o coração abandonado sussurra solidão; todas as vinte quatro horas do dia pesam durante o fim da madrugada, o chão frio e o lençol quente te acariciam a alma: por que está com tanto medo?

Eu vou comprar uma blusa branca quando for viajar, te guardar em meus pensamentos, como o amante guarda uma flor, escrever em meu diário, ao fim de fevereiro, que durante o ano inteiro eu não sabia que rumo tomar.

Vou me despedir sem abraço, arrumar meu quarto e dormir de luz acesa. 

Não deixa os anos passarem, tudo me apavora, ainda mais quando eu não sei lidar com essa depressão.

Existem pessoas que sabe lidar com essa crise existencial, que tem medo do escuro, mas só conseguem dormir nele, que tem no medo da morte o maior impulso pra viver, mas eu não sou uma dessas pessoas.

Não é teu silêncio que me perturba, mas a tua vontade de falar.

O presente é ruim ou bom sempre e quando queremos ou não que ele se repita no futuro, nessa mesma lógica, o passado é assim quando no presente ele reclama alguma atenção.

Nunca entendi a diferença entre mar e oceano, chuva e tempestade, saudade e solidão. Sempre cometi erros que achei serem corretos, não sei até que ponto o tempo do bem, mas enquanto eu não tiver a resposta para tudo, vou me contentado com o resto do nada.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

São Miguel Arcanjo

Estarei em silêncio sem noticias, arrancando desse dia um pouco mais de distração.
Queria estar onde o sol nunca se põe, onde o frio é sentindo no chão, onde então, eu jamais deveria te encontrar.
As pessoas vão embora das nossas vidas e o luto é de quem vai e por quem fica, e isso não significa que a gente tem sempre que chorar por isso.
Vai fazer sentido, um dia...eu sei, mas parece que por agora nada é... Ah! Nada! Deixa pra lá, sinta meu abraço, onde estiver, se é que está precisando dele.

Voltem os meninos aos colégios e a meninas às bonecas, só assim que saberão ser felizes.
Olha quando tempo eu demorei para perceber que muita coisa é perda de tempo, bobagem.
Naquele tempo que a gente chegava suado do colégio, jogava as coisas pelo chão por ai, toda preocupação era essa, ligava a televisão... amanhã tudo de novo. Só de lembrar dói, dói porque não doía, mas hoje dói.

Mas hoje a vida é tão complicada, a gente sem caderno de desenho não pode desenhar o sol sorrindo.
E a gente hoje quase que nada, nem ninguém, mesmo que tudo e todas as coisas, tudo é desconexo demais.
A agenda do ano está lotada e a vida num vazio tão grande...
Porém vamos com calma, os anos vão passar e tanta coisa a gente nem vai se lembrar ou pode até virar lembrança de menino...

Injusto ter minhas palavras no diário secreto que todo mundo sabe onde fica, quando qualquer noticia que no reino encantando, na terra da rainha, você chora sozinha, vendo as fadas subindo a montanha de bonde, pra ver onde se esconde os tuneis de papel. Na roda gigante, a gente num instante faz a praça se encher de gente, de repente, todos ali estão sorrindo, anjos e bordões por toda parte, aqui não faz calor, e você me esperou com um sorriso largo, e o príncipe desiludido, desencantado, adora tomar sorvete de café, adora ficar de pé na porta do teu quarto, sujando o chão, com a toalha na mão...

E ela terminou de ler o poema infantil, chorou enquanto sorriu, abraçou a foto e cantou:

Imagine que no futuro as pessoas
Vão ler sobre nós
E vão se admirar do jeito que a gente arrumou
Pra não deixar de se amar"

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Volunta

Vou te ouvir no teu silêncio, compreender teus piores momentos, mesmo eu distante até mesmo daquelas horas mais incomodas.

Passa um rio nas tuas costas, passa as cenas opostas, do céu de promessas não cumpridas.
Você deveria acordar mais cedo para ver o sol se por, ou se por no meu lugar.

Queria saber como andam teus olhos, como começam teus abraços, como lacrimeja teu corpo, que desmancha molhado nos rodas gigantes tão pequenas no meu olhar.

Gozamos a vida no mesmo tempo que apertam nossos corações com preocupações tão infantis, e o suor dos teus olhos pareciam lágrimas sinceras.

Vou eu contar os contos com finais sem o menor sentido, vou cantar a quimera louca e descabelada que me fala do tempo que a gente era adulto.


Por um minuto vi o vulto do passado que era só tarde e turmalina, era a coisa mais linda não ver o tempo passar,

Por um breve instante solto e empoeirado na estante os standards da nossa vida; saudade, amor e remorso, disso exatamente que vivemos.

Por mais que o tempo passe e da gente restasse uma foto amarelada, eu ainda consigo cantar as mesmas canções, totalmente fora do tom, do tanto que eu gosto do som dos meus lábios a te falar: que foi bom te ver, nessa saudade e surpresa, de que teu abraço de final de ano faz todo o sentido agora.

Vivo no luto de que não morreu, me disse ela ao som de coração selvagem, e eu? Ora meu amigo?

QUE FAÇO EU DE MIM?  se nada me contenta e me distrai? me destrói dela nada fazer para que ela veja que de nós eu gostaria de fazer a mais bela poesia desse ano.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Desejos

Não vejo a hora de te dizer tudo que me apequena a alma, que me apodrece o espírito.
Fazem de mim fonte de sorriso e eu declamo amargura... Se reclamo, me costuro,.

Volta, é tudo que te peço

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Sonhei tulipas



Vamos conhecendo as pessoas e o mundo, vamos descobrindo a ingratidão e a clara-boia dos coração obscuros e mais profundos.
Braços armados, que já teve teu abraço; afago e compreensão.. atira em teu peito silêncio e distância, mais um pouco de indiferença, pois agora não pode sugar todo teu sorriso e preocupação.
Cuidado com os anjos das manhãs, com suas asas de frio e latim, cuidado com as fontes das praças, construções e neves, cuidado com o frio do meio dia, com o chão gelado e os pingos de urina pelo chão, te levarão para o mais distante dos calabouços: A PIOR DAS ARMADILHAS, estão todos os farpões dentro do seu coração.
Só sabe quanto é pouco o que recebe quem muito deu.
E não me venha agora com suas coisas, pois eu não cochilei quando mais você precisou de mim, pois eu não me fiz ausente, quando de repente era melhor fingir falta de tempo, do que dar atenção para algo que jamais queria sequer saber.

Mas e quantas vezes eu parei meu mundo, só para ouvir teus problemas, mesmo eu não tendo nenhuma solução?

E teus problemas são tão grandes que de cima deles você jamais observou quem de lá de baixo gritava: "Ei, vai ficar tudo bem! Pula que eu te seguro".

Amanhã vai acordar e qualquer coisa a gente se concentra e procura pensar um pouco mais na vida.