sábado, 25 de fevereiro de 2017

Antes último rendesse estranhos altares

Vou redigir meu tempo em breves notas curtas e noites claras. É preciso acalmar as amanhãs e esfriar as desilusões.
Estou sentado ao teu lado, sentido fraco o velho tremor de sua mão. Sinto abobado, que o coração abandonado sussurra solidão; todas as vinte quatro horas do dia pesam durante o fim da madrugada, o chão frio e o lençol quente te acariciam a alma: por que está com tanto medo?

Eu vou comprar uma blusa branca quando for viajar, te guardar em meus pensamentos, como o amante guarda uma flor, escrever em meu diário, ao fim de fevereiro, que durante o ano inteiro eu não sabia que rumo tomar.

Vou me despedir sem abraço, arrumar meu quarto e dormir de luz acesa. 

Não deixa os anos passarem, tudo me apavora, ainda mais quando eu não sei lidar com essa depressão.

Existem pessoas que sabe lidar com essa crise existencial, que tem medo do escuro, mas só conseguem dormir nele, que tem no medo da morte o maior impulso pra viver, mas eu não sou uma dessas pessoas.

Não é teu silêncio que me perturba, mas a tua vontade de falar.

O presente é ruim ou bom sempre e quando queremos ou não que ele se repita no futuro, nessa mesma lógica, o passado é assim quando no presente ele reclama alguma atenção.

Nunca entendi a diferença entre mar e oceano, chuva e tempestade, saudade e solidão. Sempre cometi erros que achei serem corretos, não sei até que ponto o tempo do bem, mas enquanto eu não tiver a resposta para tudo, vou me contentado com o resto do nada.


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