sábado, 27 de julho de 2019

Voar

Amanheceu, o sol está sozinho, o céu está vazio, meu coração adormeceu, e o dia convida meu corpo a queimar nas horas as coisas a fazer. Vou sair para andar pelas plantas, ver um pouco a vida la fora.
Você quer estar sozinha e isso não é defeito, seu corpo imóvel na cama quer mover-se dali, quer estar longe, mas perto onde tudo te faz bem.

Não tenho seu bom dia, não tenho bons dias. As pessoas e suas orações, os contornos dos teus olhos que não  choram, quanto tempo não  visita minhas palavras? Será  que um dia, algum  tempo, no futuro  e antes  da morte,você  pode, enfim  me perdoar.

Já  que o amor  é  ponte, meu rio  está  seco, já  que o sonho  é  fogo, meu ar secou, pois se tudo é  estranho, tenho hoje mais um dia  normal.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Andorinhas e verões




Havia um verde no céu, que confundiu o dia, eram teus olhos que sorriam.

Quem gere não sabe, mas vamos por caminhos estranhos e em época estranha, lugar estranho, camas estranhas e um calor que chega a dar frio.

Andar por andares e andorinhas, jaquetas e fábricas desconhecidas, correios e carros que não conhecemos. Milhos e milhares de sorrisos, sábado em interior, não desgruda de mim...
No meio do dia havia na mesa meditações e tranquilidade, estamos no tempo do ócio e de não pensar NUNCA no que virá.
Vai cair a noite, antes que a gente caia no sono, a calha e as telhas, com pingos de chuva nos convidam para não sair.
Não sei onde mora o som, na praça ou na ponte, não sei qual a fonte das chuvas e dessa terra molhada.
Ao encontrar a fila, banheiros não haviam, e o salto alto não faz sentido nesse meio de gente.
Alguém cantou Belchior e as coisas boas permaneceram. A fome não atrapalhava o palco e as pernas cansadas.
Cachorro-quente, qualquer coisa pra beber:
 baladas de uma saudade, fazem Helena ser de troia, quando encontrei ela e castelo, não era do meu querer dar tchau. Mesmo que eu olhasse além do espelho, do 15º andar, amanhã, sem amnésia, e em outras estações eu sei que amo mais você do que eu.



No meio da estrada o telefone fez falta, esquecido em algum lugar, perdido ou não achado, mas por algum acaso, ele chegou... o correio que era desconhecido, dessa vez; foi amigo.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Retorno

Já não quero a cidade assim, ruas presas e pessoas com pressa, já não espero a possibilidade de a música parar. Já não quero pensar em velhice e final de vida se ainda não sei como estou.

 Não me vejo dobrando a esquina e com sol na ponta das árvores. O metal frio fere meus dedos, meus medos iguais me fundem com as pedras da calçada.
Meus ombros pacatos me apontam a cabeça para baixo, aguardo o dia acabar para acordar no dia seguinte, seguindo o sonho de estar vivo por fim.

Qual a medida e o meio dos erros? Se a gente aprende a como sobreviver, a gente vai querendo sentir e não sofrer.

Há tanto tempo deixei de ser,de estar, e do teu lado.
Fui, lágrimas e saudade.
Ainda que distante não estive constante, inconformado.
Acredite que quando fiz não havia vontade.
Se teu carinho me fizer caminho; por ele eu volto.
Nem todo tempo é infinito, alguns nunca passam.
Anoitece e amanhece no meu peito, sem qualquer por-do-sol bonito.
Está escuro e teus olhos abrem meu sentido.
E me guio basicamente pelo teu sorriso.
Coisas que se foram, que não se foram, do passado que não passa
Dói, mesmo sendo coisas alegres, isso é virtude de quem ama.
Não venci a solidão, nem encontrei teu abraço.
Não venci o espaço, nem nunca encontrei abrigo.
Mas te amo.

domingo, 7 de julho de 2019

Já que você não está aqui

Hoje o frio é  maior, e a sensação  que a vida perdeu o rumo  e o sentido.  Ferros e as feridas já  não  tem qualquer  ligação, a gente  aproveita pra pedir mais tempo na cama, seja pra chorar  ou pra dormir. Com esse aperto no peito um defeito  da máquina  que eu nunca quis ser, me confundo e me defendo fingindo não  ser saudade essa vontade  de estar pensando em ti.
Meu caminho está  mal iluminado, mas sempre escuro enquanto estou de olhos  fechados, procurando o certo no quanto  fiz de errado.
Mas meu signo e sonhos  estão  só  nas estrelas, pois os papéis  e as semanas  são  mais reais.
Passei esses dias somente com você  no pensamento, mas por um momento eu podia sentir você  aqui

terça-feira, 2 de julho de 2019

E quem venceu?

Olhos para os lados e não me vejo. Vi que existiam memórias e derrotas amontoadas no sofá.
É cedo e faz frio, em mim ou lá fora. Sei que nada fiz de errado, mas de tanto tentar acabei errando. O amor é mesmo sem explicação, aliás, os olhos humanos não podem enxergar isso. Por isso os que preferem não sentir, se sentem muito melhor... mas nem sempre.


Os dias e as idas, lidas e lutas são rudos, com ruído e raivosos, inexplicáveis e insuportáveis, chorar não é a última opção, estar sozinho não é decepção; quando queria gritar que não há nada de errado, eu preferi ser surdo aos meus próprios medos.


Talvez o talvez tenha menos indecisão que essa certeza de que tudo muda, todo momento e toda semana. Saber que o calor da cama nos aquecia há pouco e agora não há.


As horas são mais demoradas desse lado do hemisfério. E esse mistério de nunca ter a oração decorada, faz parte dos segredos que nunca tive e guardei.
Estou mais velho, nem por isso mais calmo, já não fico tá mal, mas nem tão bem. Prefiro focar a mente em coisas banais, esperar o sono para dormir e aguentar o sono ao acordar, viver cada minuto sem esperar o próximo, pensando bem, ando desligado e impaciente.


"Mas em uma tarde quente eu vou me embora de Brasília num submarino no lago Paranoá. Quer ser estrela lá no Rio de Janeiro. Qualquer dia mãe você vai  ter uma surpresa, vendo na TV meu peito quase arrebentar"

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Sem norte






"Eu disse adeus e a Deus eu disse sem razão; que a minha companhia era a solidão"