sexta-feira, 12 de julho de 2019

Retorno

Já não quero a cidade assim, ruas presas e pessoas com pressa, já não espero a possibilidade de a música parar. Já não quero pensar em velhice e final de vida se ainda não sei como estou.

 Não me vejo dobrando a esquina e com sol na ponta das árvores. O metal frio fere meus dedos, meus medos iguais me fundem com as pedras da calçada.
Meus ombros pacatos me apontam a cabeça para baixo, aguardo o dia acabar para acordar no dia seguinte, seguindo o sonho de estar vivo por fim.

Qual a medida e o meio dos erros? Se a gente aprende a como sobreviver, a gente vai querendo sentir e não sofrer.

Há tanto tempo deixei de ser,de estar, e do teu lado.
Fui, lágrimas e saudade.
Ainda que distante não estive constante, inconformado.
Acredite que quando fiz não havia vontade.
Se teu carinho me fizer caminho; por ele eu volto.
Nem todo tempo é infinito, alguns nunca passam.
Anoitece e amanhece no meu peito, sem qualquer por-do-sol bonito.
Está escuro e teus olhos abrem meu sentido.
E me guio basicamente pelo teu sorriso.
Coisas que se foram, que não se foram, do passado que não passa
Dói, mesmo sendo coisas alegres, isso é virtude de quem ama.
Não venci a solidão, nem encontrei teu abraço.
Não venci o espaço, nem nunca encontrei abrigo.
Mas te amo.

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