As cartas para o céu

As noites ficaram para os encontros e os dias para os desencontros, pelas portas, pelos corredores, por quem chora e se esconde, mas também pela paz no sereno rosto de quem vai para outros planos, eis que some.
Domingo arde e preocupa, e a gente reeduca nossos pensamentos, com a cabeça cheia e coração vazio.
Não sei quando chegará minha carta no céu, nem se você um dia vai responder, talvez nem existe piloto pra esse avião, mas eu tenho um jeito louco e bobo de resolver as coisas, ou calado ou na solidão.

Ontem faltou luz e você não estava lá, amanhã faltará você pra sempre, ainda que haja luz.

A nuvem amarela

"A gente se incomoda no sono e vigia o futuro com olhos de piedade
Criamos estrelas nos jardins das nossas distâncias e dele fizemos verdade
Somos meninos que demoram de crescer e adultos com medo da solidão
De vinhos e versos compus a minha vida, que agora é melodia sem canção
Amanhã, ontem ou depois, sem anseios ou idade, sem medo ou ilusão
Relembre desses dias, que por mais que não dê sorrisos, sabemos; não foi em vão"