segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Poeira

Não tem do que pedir desculpas, nem das palavras, que agora já não adiantam mais, pois o tempo não vai curar nada.
 A gente sabe sempre o rumo e quando desconfia da direção para de repente, olha ao redor e só se tranquiliza com quem está do lado, mas, por vezes, não há ninguém.

Mas com toda verdade vem, com toda vaidade tem, efeitos e defeitos de nós, seres humanos sozinhos e mal acabados.
O céu está mentindo pra mim, ele não é sempre azul e estrela, e não tinha um dia que não chorava, mas quando a gente gosta do infinito todo canto o é.
Meu coração pede para se acalmar, para terminar de contemplar o por do sol, mas não conseguia, algo me distraia, preocupado com o fim de tarde, esqueci do por do sol.
Nada é em vão, nos vãos da escada e nos vem das calçadas... tudo incoerente assim.
E se eu for embora? Pela rio ou estada de ferro... Para qualquer cidadezinha, qualquer paraíso e me sentar em praças vazias?
Lamento, todos temos nossos caminhos, todos são solitários, a gente nem sempre chega e vai por querer, pois uns fazem seu caminho, outros já acham pronto.

E por fim, ele disse que não te deixou, só foi tentar viver, mesmo que isso seja muito estranho.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Quero o melhor título do mundo.

Vou te confessar: Não há limite para a lua e a neblina da noite.
E por mais que eu tente ser coerente, de repente me bate uma saudade imensa.
Como estará teu sorriso e teus abraços?
Como farei quando um dia o vento cruzar teu perfume... mesmo aquele de faces controvertidas.
Não, não, não é saudosismo- Que é isso, chorar? Claro que não! Só estou meio conciso e calado-
Tudo bem, hão de perceber certo momento.
Iria procurar o caminho correto, mas encontrei pelo caminho pedras de descanso, e mesmo não estando cansado, desisti.
-Não é remorso, falta de amor ou de vontade... quem sabe vergonha, é sentir pena de si mesmo... é... de verdade? É tanta saudade que eu nem sei por onde começar-

Pronto, e no fim dessa frase veio a lágrima, o choro, o sentimento preso na garganta. E assim lá vai se vai mais uma semana...e que eu nem sei pra onde

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Subúrbio de Passáros.

Há passado esses dias sem passar as madrugadas.
Quão fores em meu íntimo sombreado de teus tons.
Fazei de mim seus delírios precoces, e as preces interrompidas.
Não me tires o sono e o abandono dos sonhos infalíveis.
Nem me cortes o coração de águas marinhas, que preciso de alento.
Mas se souberes que estou à deriva em céu aberto, faria disso loucura.
Digas que não sente nisso eternidade, nem que já desejou ser distante.
Assim, jamais iria perder a esperança de encontrar-te em bares de subúrbio.
Já que morastes em outros timbres menos coerentes com os teus.


Que fostes terna e eterna quiçá sempre minha, mas assim que passar o inverno
ou a revoada dos quero-quero, saiba, que se bem-te-vi eu, sim, te quero!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Esconde

Lutando único incansável, Zaratrusta anti-herói.


Quero te ver sorrindo, sabendo que isso não irá me desconcertar. quero ouvir teus dilemas sem precisar o passo apertar. Pois hoje, especialmente hoje, senti sua falta como nunca havia sentido.


Na tua fala simples e cotidiana, aprendi a me esquecer dos medos e toda aquela coisa boba que travava a garganta, essa insegurança em tocar teu rosto. Sei que tua alma mora longe, sei que em teus sonhos esconde a claridade que cobre, que mais cedo ou mais tarde, em gesto nobre, se despedirá e ficar ao dispor, mas que, no momento, prefere viver intensamente qualquer coisa, menos um amor de verdade.


Que não existe! Que não encontro! Amores de verdades são como o vento, nos tocam, nos trazem sensações, mas de vez em quando a gente duvida que exista.

Por fim, tenho todo o tempo do mundo para apreciar a vista dos teus olhos.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Você

Não vou poder segurar sua mão, não vou poder dizer que tudo está bem, poderia dizer que as palavras que diríamos no plural são o que sobrou dos poemas empoeirados.
Cada dia é uma demência lenta, as cores vão perdendo, pouco a pouco, a cor, as ruas- pobre delas- não estão mais noturnas e salientes. Falta você, melhor, falta nós.

Não no teu rosto ou tua voz algo mais indistinto que o sonar sonhar dos teus delírios de uma vida feliz e poética. Há nisso tudo um desconcerto sem qualquer explicação. Não é má vontade, não é coração ruim, apenas desgosto e descontento- não se iluda, dessa vida que sempre e sempre acaba, me entrego ao melhor sol do dia, sabendo que a noite, cedo ou tarde virá- prometo não cair, de novo, em meus devaneios, me comprometo a jamais repetir os erros que me fazem e me constroem.

Sei bem o que me espera e me espanta, sei dos versos e desta esperança, amarga e fria de que um dia, eu ainda volte -consiga- te encontrar.


"Quando vieres a minha casa, não precisa despir os pés, entre devagarinho, olhe o tapete vinho que nunca saiu do lugar, a mesa que nunca é 'desposta', pelas sete da manhã, tudo quieto e inquieto...me perceba dormindo, me abrace, acaricie e me dê um beijo... Saia como entrou, sem deixar vestígios, mas deixe uma lembrança sua... seu cheiro, que quando acordar me agarrarei intimamente à ideia de que não era só um sonho"

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Angela, e a busca do sonho

Nada existe, sim, mesmo em meio a tudo, nada existe.
Quando for melhor atribuir ao futuro tudo de melhor
Se é que é possível não ter o que se tem ou o que precise
Você tem na suas mãos esperar ou não.. buscar o pior

Estrago e estranho, falta o rancor que te tirou o sono
Mas não esqueça, talvez quando desabrochar flor
E todos os sentidos e senhores pede e perdem seu dono
Farei letargia dos espaços em aberto, e não mais irei onde for

E agora o desabafo não é critica; é só reação
Dos tantos momentos que reconhecido o desvio
Que não encontrei o caminho e a consolação
Mas que seja eterno o sorriso para aquele que nunca viu

E de mais a mais, toda essa falácia faça Angela buscar seu sonho
Mesmo que isso faça com que Angela deixe de ser o sonho de muita gente.

Difusão

Mesmo que teus olhos jamais encontrem os meus, e mesmo que os dias entristecidos entardeçam tarde, tudo isso não faria sentido se não fosse esse teu sorriso solar.
Vejo atrás de teus sonhos montes e neblinas, esse olhar de menina que declina e desloca minha retina, para toda essa distância.
Não te conheço, não mais, com letras e arrependimentos debruçamos sobre os joelhos, nas terças feiras mais cinzas do ano, nos pores do sol mais vermelhos. Baixo a cabeça, pois o tempo, a dor, a saudade, a tristeza e o destino são invenções humanas, mas nem por isso não deixam de doer.
Nem sequer quero decifrar todas as sombrias e dementes preocupações da sua alma, mas que possa, ao fim dos dias -dos quais mais nada espero- florir a certeza de que nem tudo precisa ser assim tão... tão... concreto.

Octometria

Olha, talvez seja mesmo o correr das horas o certo. Vê, mesmo o tempo... deverei cumprir essa sentença. Alguns não percebem que a vida passa, que tudo segue em frente: eis o que são angustiados e nostálgicos; é a vida, sem rigores ou deveres, eterno seguir em frente, alguns do lado, outros para trás e outros para frente, mesmo que isso ignore todas expressões que fazem minha face.


Aguardo, ansiosamente, pelo dia em que a monotonia não seja tão empolgante, porque se, deveras, eu quero sempre estar preparado para as reviravoltas que a vida dá, devo também, estar preparado para as coisas nunca mudarem.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Homonimo

Não se trata de tratar-se a si como centro, nem perceber que sua angústia interna é tormento que não consegue se expressar.

-Comecei a ouvir músicas antigas-

A resposta mais sensata é o tempo, mas falta tempo para entender toda essa evolução interna.
Quando a gente percebe que isso realmente ajuda, nem faz tanta diferença; o tempo não cura nada, o que se passa nesse meio tempo, talvez.

-Fiz cartas que jamais enviei-

Aproveito para me despedir do meu alter-ego, que faz muita confusão com o eu poeta, fazendo contratempo nos meus ouvidos desafinados, conquanto não tenha essa real dimensão, mas para fazer diferente, recito meus melhores poemas.

-Agora tenho que desligar, até um breve adeus-

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Trem das 11:45

O adiantar do relógio me fez perder o horário. Agora é tudo verdade, todas aquelas mentiras que nos dissemos... Vai em paz, não mais com esse pesar, sei que fica pedra em ruas e ladrilhos escondidos no espinho que machuca a garganta e faz perder as vozes internas. Malabares ao som da madrugada silenciosa e quente, voltando todos para casa, do lugar de onde nunca deveriam ter saído, sentido o peso dos seus erros nas costas e ombros daqueles que jamais gostariam de machucar.
Calei-me e tudo que era sincero me fez perceber, os gritos dos que só sabem olhar ao redor é a pior sinfonia da praça vazia. Lembro e tenho memória, vejam as pessoas que aqui não, eram crianças e adolescentes que aqui corriam, o tempo passou, nenhum deles mais aqui, alguns para sempre, outros de repente, mas todos não.
Era a farda branca que envergonhava, mas que daria tudo para vestir novamente, atrasar o relógio em dias, meses, ANOS! Consertar as coisas erradas e arrumar os músicos, CONCERTAR... Não, não sou desse lado dos aflitos, dos "desescolhidos" estava prestes a te contar: EU NÃO SEI CONVIVER COM ESSA DOR, só finjo, só imito sorrisos, Sim! Claro! Parece, e é, tão sincero.
Não perca seu tempo com essas besteiras, saudosistas e nostálgicos são sempre esquisitos e trágicos, e tudo isso que ouviu deveria ser só uma representação mental de tudo que viveu, ou fantasia pura, da mente obscura, daquele que se arrepende de tudo que já viveu.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Simão e a Bola de neve

Te prepara coração para o que há de vir
Te sustenta solidão para o abismo que procurou
Me distrai semana e os dias a me iludir
Me disseram dessa mágoa que jamais me apavorou.


Mas hoje a vontade de chorar é maior que o sorriso
Porque era assim que eu fazia meus poemas
Mas quando os fazia sentia abrigo
Porque fingia não entender meus dilemas

Agora que me resta nada que restou
Aglomero meus sentimentos no ultimo andar
Andando a passos lentos faço medo em altar
Avisando aos demais que o sonhou acabou.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Se eu estou bem?

Falo com você pela mente, plenamente incapaz de me compreender. Te chamo para esquecer a vida e perder os sentidos, você se esconde nos entrelinhas dos acontecimentos. Não me torture nem fale dessa dor de cabeça infernal. Te trago flores em finos vasos de cristal, alecrins dourados esquecidos no jardim.
Não quero atenção nem presépio, faço só as contas do quanto tempo falta para que acabe... seja o sábado ou a vida toda.

Outros tempos.

O vento quieto, mas nem tudo parado, dentro de mim tempestade e chuva.
Velhas lembranças e um medo sem igual do futuro, este presente atormentado.
Caminhando por ruas vazias que jamais me levará a lugar algum, e a mente turva.
Imaginando onde estará seu lindo sorriso, se ele ainda existe e no que esta pensando.

Não fazia parte dos meus planos viver a vida sem você.
Não fazia planos que era por resto da vida.
Sim, todos nós vivemos um porquê.
Sim, sempre iremos chorar em qualquer partida.

E distorcendo a métrica a vida não tem equação
Faz da gente menino que chora e faz birra
Mesmo estando errado sem coragem de pedir perdão
Volte o quanto antes para minha vida.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Quando segurei o choro

É o agora que dóis mais, são os dias daqui pra frente que não farão mais qualquer sentido, é o que eu sinto arder dentro do peito, a falta sem jeito de quem ainda nem sequer se foi.
Talvez eu tenha o destino de viver em dores, talvez não seja o caminho de flores que eram postas para mim.
Eu vou sentir tanto sua falta, aliás, já estou sentido. Mas tanto, tanto que se eu pudesse chorar em palavras teria lágrimas por toda poesia.
O espaço e o tempo me consomem, a luz do fim de tarde, mais que covarde, é fonte de ilusão, esses dias que me fazem pensar na certeza que não te verei mais, que por mais que procure que dure essa busca, não adiantará.
É uma sensação que destrói a esperança, que faz os sonhos serem risíveis, tudo bem, sem mais lamentos, é que hoje, especialmente hoje, melhor, é que agora (que dói mais e que mais dóis) eu não queria existir sem você.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Aquários e aquerelas

CUIDADO: PALAVRAS SOLTAS.


Não há rima que aguente, métrica que suporte um coração transbordando de qualquer coisa.
Toda coerência se esvai e vai jogando no papel tintas e borrões, tal qual este que marca minha vista.
Me fez visita o limbo e o enredo, da mais profunda e insensata distância, quando me envergonha nós e atitudes. Quantos dias eu mesmo não irei poder me ver no espelho tentando me desculpas ou desdizer aquelas coisas que, pode ter certeza, jamais queria dizer. NÃO SENTE AO MEU LADO, siga seu rumo falando alto, incomodando meu juízo, dia e noite sem dormir, mas não volte a sorrir, não se despenque ao longo, porque se algo acontecer, eis que sim, tudo isso me dilacera e consome.
Mas é isso, as coisas dão errado assim mesmo, é o certo. Como havia te contando a vida tem uma matemática incerta, tem dessas coisas, diria alguns.
E se você visse meu choro e desespero querendo renunciar aos meus sonhos e a própria vida, não sentiria remorso ou pena, se você visse quanta angustia ainda resta e sobra, ainda teria olhos inquisitores, tens toda sua razão, fostes um véu sem rasuras, deixe minhas lágrimas, arredias, mas sinceras rolarem, são mais de torpeza por não conseguir mudar do que qualquer outra coisa.
E sobre te perder? Já nem sofro... Nunca fostes minha.