segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Trem das 11:45

O adiantar do relógio me fez perder o horário. Agora é tudo verdade, todas aquelas mentiras que nos dissemos... Vai em paz, não mais com esse pesar, sei que fica pedra em ruas e ladrilhos escondidos no espinho que machuca a garganta e faz perder as vozes internas. Malabares ao som da madrugada silenciosa e quente, voltando todos para casa, do lugar de onde nunca deveriam ter saído, sentido o peso dos seus erros nas costas e ombros daqueles que jamais gostariam de machucar.
Calei-me e tudo que era sincero me fez perceber, os gritos dos que só sabem olhar ao redor é a pior sinfonia da praça vazia. Lembro e tenho memória, vejam as pessoas que aqui não, eram crianças e adolescentes que aqui corriam, o tempo passou, nenhum deles mais aqui, alguns para sempre, outros de repente, mas todos não.
Era a farda branca que envergonhava, mas que daria tudo para vestir novamente, atrasar o relógio em dias, meses, ANOS! Consertar as coisas erradas e arrumar os músicos, CONCERTAR... Não, não sou desse lado dos aflitos, dos "desescolhidos" estava prestes a te contar: EU NÃO SEI CONVIVER COM ESSA DOR, só finjo, só imito sorrisos, Sim! Claro! Parece, e é, tão sincero.
Não perca seu tempo com essas besteiras, saudosistas e nostálgicos são sempre esquisitos e trágicos, e tudo isso que ouviu deveria ser só uma representação mental de tudo que viveu, ou fantasia pura, da mente obscura, daquele que se arrepende de tudo que já viveu.

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