domingo, 24 de abril de 2016

Sua falta.

Não posso deixar que se despeça de mim, que se despedace assim.
Sem a sombras paradas e as gaivotas batendo asas no céu, meu infinito é precoce, tão quanto uma abertura no céu.
Me vejo estranho daqui de cima, mas me vejo rodar solto pelo ar, luzes e perguntas difíceis.
Encontros cartesianos nas rosas do vento, prumos e moinhos nas naves espaciais, e todos nós temos um defeito, ou vários, ou sei lá o que.


De vez em quando eu dou um passada lá, converso com as árvores e as pedras, faço as pazes com meu passado, saiu com dever cumprido.
Não é sempre que eu me recordo com nostalgia, ou que finjo estar tudo bem, mas quando posso me controlo e não demonstro interesse.

Ponho no caderno poesias sem sentido, alguns destetam, outros não tem tempo pra ler, mas eu sigo afoito e tranquilo, fingindo gostar e saber do que digo, mas quando eu duvidar de tudo que vivi até agora, lembro que hoje, estou vivo e olhando para o futuro, mas não de olhos fechados para o que passou.


Amanhã é outro dia, hoje é o mesmo dia, ontem nem sei... Mas eu, Eu não sei absolutamente nada dessa vida, por mais que eu esteja dizendo que sei o que fazer.

Oncetilário

Pensei que fosse cedo, pode isso crendo em poder cantar nas manhãs de setembro, vi que minha voz continua do mesmo jeito.
Seus olhos ordens, e origens, cantarei lírico areias e aviões, planos, panos, vasos e quimeras.
Não vejo o redentor e teu abraço, coloco o cansaço de lado podendo outro dia melhorar.

Ando sem inspiração, ando preocupado, ando pensando na vida e estava com saudade, que deve ser o mesmo que sentindo sua falta.

Eu gosto de conversar com você, mas isso não é ter 15 anos, não é lembrar do colégio, é ter o privilégio de estar vivo.


Mas o dia está perigoso, o céu está se movendo rompante em estrela calada e uniforme, mas qual a distancia que me leva até esse aperto no peito? Por que o defeito dessa vida é a imperfeição, se todas as vezes que  olho para o mundo ao redor ele me rodeia sem sentido? Mas não esqueça de olhar aquelas cartas que te mandei, nelas podem não ter tudo que deveria, mas tem algumas luzes de eternidade, e mais que isso, um pouco de sinceridade.


Por isso, e de hoje em diante, faça suas preces e me inclua nelas, pois nas minhas, sempre estarão você.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Avidouro

Faz 21 graus, meu peito dói como nunca. A sensação é de tempo frio, de dias curtos e esquecidos. Queria  deixar o sono me levar, queria me deitar ao teu lado e ver o dia amanhecer de olhos fechados.
Faz 21 graus, e isso nem é tão importante agora.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Divina Luz

Em teu céu vi mais estrelas que as do mar, que parou meus dias que demoravam de chegar
Quando outrora primavera reluz, dos teus cabelos negros que a brisa conduz
Fez pairar saudade em meus porões, inquietos rodeados de solidões
E o perfume que habita em teu sorriso, faz nascer em teu olhar paraíso
Mas se toda palavra for em vão, calo-me em silêncio,que nele tenho certeza que meus poemas te encontrarão.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Essa menina.

Em teu olhos vejo a porta fechar, mesmo que teu sorriso deixe toda a sala iluminada, desde que não seja para sempre essa agonia de querer dizer tudo que eu queria.

Mas tua voz não está distante, distorce só essa realidade, de não sair jamais do pensamento qualquer que seja teu toque em dia que amanhece.

Eu chorei, pode acreditar, eu chorei, mesmo com esse sorriso estampando, mesmo engasgado, querendo dizer algo que você já sabia.


As luzes, essa menina, que está longe, mas sempre ao meu lado, que me ouvi em músicas que lhe ensinei a ouvir, que me fala em poesias que lhe ensinei a gostar.


Chega o tempo e o sono, que desperta-me vontade imensa de te ver, te beijar e te sentir, e essas palavras melosas não são mais que uma declaração de amor, de ausência e de vontade, pois todo dia eu gostaria de ser melhor, mesmo não sendo.


Desse jeito, reconheço que tua casa vazia precisa de mim e meu coração cheio de ti, precisa, mais do que nunca de você.

domingo, 3 de abril de 2016

Minha cura

Esse domingo sem sangue, esse meu sono sem sonho, essa distância inquieta, me disseram e eu não acreditei: A saudade faz chorar!
Chorei, quando não mais pude, me declarei, só que não vejo teu sorriso de manhã de setembro, nem relembro nossos dias que se foram.

Há muitas maneiras de dizer "eu te amo" e uma delas é em silêncio.

E quantas vezes as palavras foram tão ineficazes que delas rimos? Mas não sei o que fazer quando, agora, nada posso fazer. Sei como se sente, amordaçado e acorrentado, preso na impotência de esquinas vazias e cheias de gente, comumente pensando que tudo está bem.

Olha, não é sentimentalismo bobo, é tudo que preciso te dizer em poesias inexatas.

Tantos azuis o céu esconde, nos salões os sintomas de fim de festa, da dama e seu salto na mão, andando em vão para asfalto escuro do caminho de casa. Tantos medos o coração responde, de que a fábula de ter e não compreender é mais verdadeira que a vontade imensa de saber que você poderia estar aqui.



Não sendo assim, acolho os abraços de despedida e seu afago, para que mais tarde, eu possa dormir tranquilo, sabendo que você também pensa em mim.