quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Homeopatia

Enquanto uns querem fazer tudo certo outros fazem poesia e ouvem seu coração.
Que poderia ser eu o céu e as estrelas, poderia ser eu que faria o caminho iluminado,
mas faltava a escada para subir ao centro do mundo, faltava medo de perder para se ganhar para sempre.
Ora, quanto tempo dura esse minuto te ouvindo?
Qual eternidade vai guardar na sua bolsa dessa vez?
Ancoras, camaleões e caminhos nos fazem lembrança, mas também nos fazem distâncias.
Mas as pessoas são legais, todas elas são, nós é que temos em nós inferno, nos que sentimos calor no inverno, frio intenso em toda noite de verão, mas eles verão, o raiar do dia, loucos com sua alegria, e os perdidos, sem qualquer pretensão.
Ora, quanto dura o tempo dos que não ouvem conselhos?
-Às vezes, nem tem tempo para ouvir-
Guarda-chuvas em desertos não servem para nada, é o que acontece com alguns pensamentos...

terça-feira, 27 de outubro de 2015

o Som da tua voz

Estou sem as palavras certas para gerar em teu intimo, ínfimo preocupar com a vida.
Não o controlo o sentido dos olhares para que não sinta pesares dos difíceis e incompreendidos dias.
Errantes os irritados e os calmos, todos cambaleando entre as ruas desertas procurando um abraço perdido.
Essa distância grita por nossas atitudes, e eu, "transpirador" de arte me escondo nas mais concretas sensações, te escondo nas mais distraídas afimações, pois me falta coragem e a ti, ah! falta-te só vontade.
Mas me calarei, não tenho entendido bem o rumo da vida, quanto mais as notas desta canção...

domingo, 25 de outubro de 2015

Anacromico

Ela fecha os olhos e não consegue enxergar nada, pelos meios que lhe couberam, sobreviveu ao mundo, mesmo com todas as sequelas.
Tem no anjo olhar seus parcos sonhos ainda não interrompidos, mas despidos pelo ombro desumano e "desamigo"
Sem desanimo se cobre de sombra torta, em caminho torto, em pensamentos tortos e volumosos.
-Mas tenho sorriso, não sofro em vão. Me guiei para longe de mim, correndo do mal, na beira da estrada ou do penhasco, eu não sabia que estava perdida-
E quando acordava em delírios as flores, mais precisamente os lírios, infectavam seu caminho de esperança.
E teu coração tranquilo, me deixa inquieto, olhando fixo para o teto vejo brumas de sangue vermelho, intenso...
Acordei mais uma manhã sem dormir, sabendo que meu destino era escrito com letras enevoadas, quero envelhecer, ter filhos e ser feliz, mas enquanto isso não é possível, encho o copo com água e engulo outro antidepressivo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Soltando as horas

Estou completando mais um ano.

Despesas e despedidas, encontros e escombros.
Vou vivendo, entre trancos, barrancos e barricadas.
Os muito que me odeiam, se escondem na multidão dos poucos de amam.
Por isso, não me acalme  mar revolto, não me prenda nas paredes do teu quarto.
Que os dias venham e que eu nunca me deixe levar..

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Quadro branco

O fato e fardo dos buracos negros na minha parede, não revelam o quão profundo é o meu riso.
E de teus lábios não se fazem falta de compreensão, nem do teu riso, nem quando me dá as costas, ou olha pra mim.
Gostaria de rir junto com você, mas preciso sofrer para escrever.
Hoje o dia foi longo que passou tão depressa.
E vem a mente e ao olhar teu rosto cheio de espinhas e aquela vontade de voltar no tempo.
Não consigo me expressar, você não deixa.
Havia cantores que falavam do destino e do tempo, que cantavam de todo coração, mas que hoje ninguém sabe onde estão.
Por hora, terminarei meu café forte e quente, para que amanhã eu possa me conhecer melhor.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A sociedade secreta das rãs

Dia cinza amanheceu debaixo da minha porta
No céu escuro descansos semanais
De uma nuvem branca louca e toda torta
Faço deslumbro dos sábios racionais.

No que era jovem era sobra de tempo
Das mais inesquecíveis aventuras
Restando nesse dia só lomanento
O olhar cansado do velho e sua ternura.

Por fim, mantenho minha palavra
No calor de uma mais paixão
Fazendo o rumo de volta da estrada
Termino esse poema, sem rimar... assim como a vida.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Fiz aquela tua poesia

Esse sorriso de sol, estampado no estampido dos teus sonhares.
Preso nos teus encantos,nos símbolos dos teus olhares.
Arco-íris opaco e silencioso, mandante de todos os poemas,
me chame de beija-flor, me despede e despedace as pétalas relva
das imensas e horizontais distâncias.
Nada mais sublime que a soberba do teu caminhar perdido na chuva
olhando para o chão que não entende o caminho que significa.
Quero não me compreender e estender meus pensamentos ao teu lugar,
ouvir tua voz suave cantando as músicas do passado, afogar em dias
amargos as amarguras das piores terças-feiras do ano, arrancar agosto
desgostosos do calendário, fazer do teu imaginário meia-lua de meninos.
Porém, meu bem, mesmo se você não acreditar em uma palavra do que eu disser, eu
continuarei tentando...

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Do que merece

"Tem gente, muita gente que eu gosto
que eu quase aposto que não gosta de mim"
Oswaldo Montenegro

Começo essa poesia com a maravilhosa frase acima.

As noites invertidas estão quentes, os corações frios das gentes
No olhar que engana a tranquilidade dos desajustados.
São sombras do que deveria ser um afago,
e por mais que não se note, estamos nos destruindo
pouco a pouco, e quanto não ficamos todos loucos,
eu prefiro me calar.
E da próxima vez que alguém destruir teus sonhos,
teus sentimentos, constrói de novo, em silêncio.
Os ruins de alma não sabem ouvir a voz do coração.