sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Conversas apavoradas

O mal dito que sai do meu silêncio, maldito som que sai do ar.
Teus olhares soltos que só podem me falar, falta ar sempre quando tento me concentrar.
As palavras de um tempo ruim, quando tem possível chance de lembrar; certas coisas, não tão certas, regime regional de paciência do meu coração.
Se tremo as mãos ou me falta força nos músculos, deito gelado ao lado da cama, consciência inquieta de que ás vezes é melhor não saber.
Poderia girar e gerir meu mundo, fazer assombro das coisas simples e espalhar rancor, mas ao invés disso, espero sem qualquer paciência o momento exato de olhar nos teus olhos cansados.
Pode ser que as palavras tenham força e nós fraquezas para ouvir, vai ver alguém esqueceu de gotejar sensatez na água da vida.
Eu realmente não entendo os sons das folhas e as borboletas, nem poderia, não tive tempo para ouvi-los, mas falo como se tivesse propriedade.
Reconheço sua luta e a rima que essa palavra traz, antecipo seus gestos e a torpeza que isso faz, dedico meus dias a observar atento os erros, errando como se isso não fosse errado.
Mas devidamente munido de egoísmo procuro sedento o momento que possa me calar de vez.

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