quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Das palavras quase ditas

Eu não me arrependi das palavras ditas, jamais faria isso. Na verdade, faria o mundo girar ao contrário para me encontrar de novo contigo, e isso provo a cada dia. Mas a gente sabe que nem tudo é como deveria, entendi que as flores não podem nascer em todo e qualquer jardim.


Se for assim, jogo a toalha, não há mais o que fazer, se de certo em seco, olhares e sorrisos, se dos meus erros me desconstruí malfeito; faria tudo diferente de hoje em diante... Mas não há mais praças para os amantes, nem as pistas que os homens voam alto, não há mais chuva que atrapalhe o retorno, nem o transtorno do farol alto a denunciar... Não se ouve o silêncio da casa à meia noite, para que o açoite do passar na porta não denuncie o que desconforta: homens e mulheres parados pela polícia em rua deserta, são e salvos por um pequeno pedaço de papel.
Quem pode encontrar cancela inexistente e outro lugar diferente para aventurar "nosso canto" sem voz e sem solidão, agora triste lá está, sob essa lua louca... São corpos e corporações, da página branca de teu avental, do fevereiro distante e sem carnaval, há um paro, que não reparo, qualquer feriado nacional.
 Você que já anoiteceu? Me perdi no caminho e voltei por onde vim, mas mesmo assim cheguei a lugar nenhum... Dei de cara com teus braços.. Sei mais que tudo que estou cansado, mas e daí? Você não sabe que aquela areia branca da praia ainda não está lá? Onde havia Jambo hoje nem ninguém, do brejo alto, a mãe de Deus, por debaixo dos lençóis quem de nós não ficaria calado?

Mas se as distâncias e as distorções fazem os homens cair, se tudo isso não te faz dormir, ainda há tempo, não para se arrepender das palavras, mas talvez dos gestos, pois sempre a um recomeço, e quando a fim, outra vez, quem sabe, um novo início.

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