terça-feira, 5 de maio de 2015

Ópio

Olhai as escadas dessa vida, tortas e atropelantes, cada vez mais aleatórias e inflamadas.
Quem tem um porto segura não usa âncora, quem quer ir mais longe não baixa as velas.
Mas alguma coisa desde domingo me incomoda, talvez seja só impressão.
Olhei para trás vendo minha vida inteira, quantos sorrisos sinceros outros não.
Engasguei a garganta os prantos sem sentido, aqueci as pontas do corpo que denunciam a instabilidade.
Quanta falta faz o tempo que se foi... Que sei que era sendo todo esse dissabor, ouço o falar mais alto das tardes de entardecer, auroras e pores do sol, meus dias de adolescência, meus medos e fraquezas, até então era só saudade.
O sol me aquece nas manhãs, calor que acolhe, que me faz saber que estou vivo e sentindo entrar nas narinas o ar rarefeito.

São pontos de luz que conectam as noites e refutam os loucos e insanos irreais.
Agora não escolho o destino, escolho as camisas negras que fazem suas nesses dias malucos que vivemos.

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