segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Das horas que estão longe

As máquinas, as mentiras e os medos não me fazem companhia. Uma nuvem no céu trás seu rosto, do passado leve desgosto...
Eu estou sem chance, sem chão, os olhos lembranças de um futuro pequeno, pois todas as canções não são  suficientes.
Eu quero dizer o que o meu coração não diz, quero saber de tudo o que fiz ...
Há os presos nos seus orgulhos, ouvindo em silêncio seus barulhos, brados que eu canto calado, estendendo minhas vestes em sopros, afoitos e constrangidos. 
Eu estou angustiado, meu coração apertado, minha garganta  seca, já vejo meus dias assim, observo o passar das pessoas e recuo nas minhas convicções... já  não tenho a certeza  de estar certo, nem que fiz a coisa certa.
Se me arrependo? Não tenho tempo, teoria ou testemunho... 
Se todos os seres  humanos, rodeados de amor ou não, estão sozinhos, se de nós  buscam e querem  sempre o melhor, quem, então, vai nos deixar ser filhos, fracos e sem ânimo?

Por entre meus dedos suados e descalços, bordo poesia de libertação e por ironia, percebo que estou presos nas palavras.

Se teu sorriso falso ou feroz for sincero, se meu medo e  meus loucos pensamentos  são  só devaneios... deixo passar a hora, sem fome ou ficção..  pois hoje, só  hoje, para nada busco explicação 

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