sexta-feira, 10 de junho de 2016

Escudo





No meio da canção eu não me ouço, sequer repouso no olhar, nos pensamentos que mais incomodam mu coração do que os dias que virão. Penso inquieto e indiferente que se eu olhar de repente para porta, sairei em dia de abril, como se tua garganta não gritasse os males e as grades da prisão que fazem na varanda solidão e sombra no teu quintal, de tua casa e de tua semana vejo horizonte e distância, mas estou aqui, ao teu lado mesmo quando não se entende, mas sou eu, quem sem saber nada o que dizer farei do silêncio minha melhor palavra, do abraço mais que apertado o maior refúgio que teu desespero vai encontrar. Mas não se apressa, tenha nessa, ou em todas, as lembranças a certeza que os campos e as colinas são paisagens que só teus olhos podem ver, veja nos ombros dos mais velhos o seu tempo decorrente, sinta no sol ardente do meio dia qualquer besteira ou vã alegria, e quando entardecer domingo, vou te ver sorrindo, sem chuva ou nublado, mesmo que há chegado novembro, que sentando nas árvores ou na praça, estarei sem graça, olhando e pensando que o sol correndo tímido pelo chão, se escondendo para noite, é relógio invisível, eis que passe o tempo que passar ainda assim, estarei pronto para te encontrar.

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