sexta-feira, 6 de abril de 2012

Vida Vazia

 

Com a cabeça cheia resolvi escrever, são tantos problemas, que, às vezes deles me esqueço. Resolvo-me só e quieto, nem sempre como bêbado perdido em porta de bar, tentando se encontrar, se encontrando em qualquer mesa de bar, banco de praça, qualquer chegada é seu destino, não sabendo exatamente onde estava indo, mas está exatamente onde queria estar.
Com pensamentos suicidas embriago meus dias, morrendo aos poucos, por não ter coragem de fazê-lo de uma vez, e que homem sou eu? Que na madrugada acorda assustado e tremendo, com tanto medo, que se desespera, ao menos espera, caneta e papel aliviar a tensão, escreve qualquer bobagem. Filosofia de porta de bar, de bêbados e sóbrios, que alimentam sua sede, magoados, ou não, seus resquícios de carinhos mal acabados, ou quem sabe até, saudade de um abraço perdido, ou pior ainda, a certeza de nunca ter de volta o afago dos braços que repousa noutro ombro.
Queixo-me do sono, que não chega, e meus olhos semisserrados, empurram pra outro dia minha inspiração. Sinto teu perfume, sinto tua presença, teu perfume mudou, eu mudei, mas quem sabe ainda te reconheço por outro traço qualquer. Do lado o barulho é irritante, minha cabeça a bater panelas, como um bêbado que se cansou da porta do bar, pra porta de casa, pra porta da cozinha, faminto de fome e atenção, revira as panelas em busca da certeza que não tem nada, nem nas panelas, nem na cozinha, nem na casa e muito menos na sua vida vazia, para que no outro dia, volte pra porta do bar, pra procurar algo ou alguém que o preencha...

3 comentários:

  1. Um dos textos que eu mais gostei de ter feito.

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    1. Realmente você escreve muito bem!!

      Gostei .

      :)

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  2. O texto está lindo mesmo!

    Gostei gatito.

    Sw Freitas.

    :)

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