terça-feira, 15 de outubro de 2013

Por tanto tempo sem falar...

O passado sentou ao meu lado, me olhou desajeitado, sorriu pra mim, mas não passou. Convergi em sorrisos solenes, saltados em toda nostalgia constrangida, e toda agonia me fazia descontrolar o que dizer, e quanto mais dizia, menos me fazia entender.

O perfume que invade a presença, talvez desculpa, talvez culpa, assim que guardarei rancores, não por acaso devam ser cores de um amor azul de céu. Que não se diziam em papel, os poemas em branco que não dançaram por longos verões, e nas primaveras, as feras eram as que estraçalhavam rosas, sem querer, fugindo dos seus medos, e mais ainda, dos que tinham medo delas ter.

Se teu sorriso denuncia a felicidade, e todas as verdades que fingi não compreender me enfurecem as saudades, desconcerto o desconcentro os elogios improváveis, tão quanto minha retina, retirando a atenção dos pontos de neblina, que afetam meu olhar perdido no teu olhar desencontrado, que vai ver, provavelmente, não sente, nada além de distância do passado.

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