quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cidades e Montanas




Se exprimem esperto os afoitos que merecem desprezo, que me furtaram a cor,  dos brilhos olhares, dos vestidos e colares que usou naquela festa. Vi a felicidade no rosto de quem ama, vi teu sorriso na cama, vimos à música em teatros, e me eternizei nos vídeos e nos teus braços.  Senti sentado a vergonha de sentir fome. E fomos a tantos lugares, e teus pedidos de “ se abra pra mim” tão distante, tão estranho, dormindo com vento, cidades cercadas de montanhas.
Que acredito em quem tu és, e por força das frases me sinto só nas multidões. Perdão, não me deixa passar por essa vida sem ar, me entende quando digo que tudo pode se acabar, é, que, eu sou humano, ando errando demais, por força da minha fraqueza, e se quiseres, volto às cidades das montanhas, pra esquecer do tempo. Sei que dizem que as pessoas podem passar na vida sem rever os olhos dos que amam, mas eu, não sei nem de mim, quanto mais da vida.
Se puder fechar os olhos e imaginar como seria seu trabalho, sua vida, seus filhos, suas dividas, suas musicas e sonhos sem mim, poderá entender meu desespero de agora, não é sua falta agora que pode doer, mas o que dói é a certeza dela pra vida toda.

Posso fazer um poema pra você? Que seja teu silêncio a resposta da saudade:

“ Alvo da cor, incolores azuis, que passam do sorriso transformado, dos buracos da pele, quando diminui o olhar, dos dias de domingo que poderia ficar, quase fiquei, da falta que fiz e que isso faz, nada mais, das cores que deixei de gostar. Da pouca distancia que transformei em mar aberto, das boas datas que não me fiz por perto, da falta que me fiz dos anos que me prendi nas cores que corriam opacas. Clamei errado ao teu bom senso, e como poemas velhos apensos em cadernos jogados fora, fugi, por dias, e ainda fujo, das cores, das dores, dos amores, enfim, fujo de mim, enquanto posso fingir que está tudo bem, enquanto tudo bem está, e quando quiser, sabe que querer nunca foi o problema, mas tem sempre algo mais...”

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