sexta-feira, 7 de julho de 2017

Quando você chegar ou eu for.

Queria te dar um abraço agora, apertado, como não faço há muito tempo.. e chorar como criança que tomou uma queda.
Porque é difícil saber se isso que sinto é dor na alma ou no corpo, saber se o frio que sinto no rosto é o vento gelado ou lágrima querendo sair.
Teu primo, teu sino e sotaque, velas de um barco aceso. Como se lesse Vitor Hugo todo dia 12 do mês de julho, como ato espúrio de mentiras e manivelas.
Mas mesmo com o corpo paralisado arrisquei um "olá", sem saber conviver com essa coisa aqui dentro, querendo ser sútil e direto nas palavras, como das vezes que a gente se recusa a sorrir- e quer dizer "não estou bem, me deixa dormir"-
Quando alguém que sabe da tua história te conta algo que te destrói por dentro, que te tira a pintura do sorriso-mesmo estando pendurado na parede de teu quarto- e você por dentro sentido amargura e vontade de ficar só, mas tem que fazer sala, com um selo invisível escrito "não me importo mais, já estou bem." Que bem que nada, a gente lembra e se depara com coisas que nos fazem tão mal, mas tão mal que se as pessoas soubessem evitariam de dizer besteiras e saudades.

Um desabafo de meio de semana, doença inesperada de retina pura e clara, inocência de quem não faz ideia de que as palavras dilaceram mais que navalha- como é difícil-

Quando você chegar, me fala da tua saudade, dela quero me alimentar, seja em sonhos ou em pouca distância. Mas se não vier, me avisa, que eu paro de achar esse tempo de solidão bom, já que iria acabar.

E quando nada fizer sentido, para mim ou para você, se desveste dessas coisas do mundo, que nos apertam e nos corrompem, já que a morte vem, e como a vida vai a gente passa desapercebido, sem ter certeza se viveu ou só esperou a tudo terminar.



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