segunda-feira, 10 de julho de 2017

Camareira de luz.

Debaixo de um teto segurando minha mão, conheço tua dor no peito como conheço essa solidão.
A verdade é que a gente vai mentindo e descobrindo que as pessoas que tanto nos cobraram lucidez são, de tudo uma vez, pessoas sem pudor ou sensatez. 

Migalhas de tempo, cronometrando um destino infiel, suportando o frio, mesmo com sol no céu, adormecendo no relento.

Para que entres na vida pela porta de frente, negando ser desse mundo, se contorcendo de medo de tristeza, vendo o tal do amor fugir pela porta do fundo.

E verás, nas veredas das frestas e das janelas que o compasso marcado da distância, e o barulho das distâncias, escolhas e escolas, que ensinam que a infância é facínora quando a gente descobre que o mundo é cruel e as pessoas se divertem com isso.

Que esteja pronto nos meus lábios o desatino e o desencanto, e pegando fogo nos meus olhos a coragem de deixar tudo de lado e seguir em frente.

A noite vai acabar, e que com ela se acabe as angústias, amores, férias e precipitações, pois essa semana vou estar escondido no som surdo das palavras não ditas.

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