terça-feira, 23 de março de 2021

ARGOS

 O domingo tão triste quanto la  belle de jour, já que tens alguém agora a teu lado, já que agradeces  a Deus pela essência e minha ausência. O domingo igual como era conosco, já que meu coração  tosco e o fundo do poço tem a mesma escuridão. Já que te valorizas; o silêncio e o som, todos no mesmo lugar. 

Meu sonho inerte, tua face limpa - o latido que se cala e não avisa mais a chegada, se era carinho ou preocupação, não importa, já com a porta aberta o mundo era, então, o mundo enfim... Mas sempre que a noite vinha: ele vinha.

Vai um corpo e parte do meu, vai um ser e me indica como não ser, se a cama suja e cheia de roupas, um esquecimento ou para onde levar, pobre de mim que tomo conhecimento tarde do que já arde no peito seu.

Argumentei que teus olhos (todos eles) se fecharam, e dos que a lágrimas caíam - ora, pois, não sabiam que do meu também choraria. Se a tudo vê ou ouvia, como dormia, não teve pena seu algoz, se lhe tira a cabeça, herói sem pena só cumprindo seu dever.

Diante assim, não há como não sentir a vã sobriedade das coisas, tentar ver e sentir as tardes quentes de sábado e as manhãs comuns da segunda. Pois se acompanha uma nota qualquer no violão, com ou sem entonação, ficarão as frases ditas nas horas mais incertas... e toda hora, pelo menos agora, está incompleta.

2 comentários:

  1. Sorte ter te achado aqui, adoro suas poesias. Cada uma me desperta uma sensação diferente...

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  2. obrigado por vir aqui. Sempre que possivel deixa sua sensação sobre a poesia.

    Para mim tem um sentido, mas com certeza para cada pessoa é diferente e isso é legal saber.

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