sexta-feira, 26 de março de 2021

Nas praias que sonhei.

 Eu não esqueço, da canção que cantou meu peito que dizia gostar de você é uma das coisas mais dolorosas e difíceis que já vi.

Era o que dizia o acorde final, num tom semi-poético, entre notas mortas e um instrumento monossilábico. Meus amigos se despediram de mim no sol nascente, tomaram beco e rumo ignorado, deram em minha casa e eu não estava, ou sempre estive, mas os meus não queriam.

Há um campo de terra seca que suporta a chuva e o marasmo, rodeado de árvores e trens, há um cemitério de lembranças por trás das construções abandonadas. Com versos e camisas rasgadas: VENCEMOS O MUNDO...

Lá depois das águas, contávamos no sol de meio dia coisas inúteis, distantes e solitários, andávamos sem destino, mas com um propósito: Vocês podem não se lembrar, mas era de madeira o estandarte e as ruas não eram tão perigosas, embora os domingos ainda doessem bastante.

Nas praias que sonhei eu não me molhei, dos dias que viveram a infância eu tive que fugir, nas praias que sonhei eu nunca mais irei, pois não te verei quando o sol se por, nas praias que sonhei, tudo era poesia.

E sem mágoa eu termino essa canção, passou sem rima e você não percebeu, sem mágoa, mas talvez um pouco cansado.


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