terça-feira, 16 de maio de 2017

Naldo e Natália

Ele gritou:
Me sinto só e vazio, quanto mais chove mais faz frio, e os dias vão acumulando fraqueza e peso em minhas costas.
Olho o solar solto do outro lado da rua, como se as nuvens cinzas, que agora anunciam chuva, fossem só preocupação de ter que apertar o passo para procurar o que fazer.
Viver com esse aperto no peito não é bom. E vejo nas imagens seu corpo precipitando no precipício da solidão. Está claro: seu corpo se retorcendo em outros corpos desnudos e celestes, talvez isso nunca saia da mente, nem a saia listrada que usou no dia quente e longo de abril.
Dentro da banheiro de um quarto de motel, como se fosse o céu, desabando no inferno, falta de contorno e moral, no interno, inteiro e intocado, agora não há como dizer, se porque contou a verdade, essa deixou de doer, se assim é melhor do que nunca saber, se quando fecho os olhos posso ver melhor, ou se de olhos abertos nada enxergo, lágrimas e lembranças turvam minha visão.
E eis que no pior momento, sim, à parte disso tudo, pois a vida é natura e ventura que se vai em vãos de tempo e eucaliptos, eu quis recriar nosso caminho, mas parece destino; quem mais ajuda, sempre no quando precisa, tem que se virar sozinho, para mostrar que não era nosso, mas sim meu caminho.

Ela gritou:

A culpa é sua.

4 comentários:

  1. Ela chorou
    Desabou o rosto desmanchando em lágrimas e desmoronou sem forças se contorcendo de dor,por ver a dor no olhar daquele da qual ela um dia amou mas teve que deixar partir fingindo sorrir com lágrimas no olhar.
    Ela nunca mais será a mesma

    PS.Rosa mística

    ResponderExcluir
  2. Com sua licença senhor poesia

    ResponderExcluir