sábado, 23 de setembro de 2017

Calma e respira

Eu sinto que minhas noites estão acabando. Talvez o amanhã nunca chegue e um dia nunca chegará, não nada, nem esquinas, nem bebidas que farão com que eu esqueça que um dia não estarei aqui para sorrir ou para te ver sorrir.

Se passam os dias e eu desesperado e contestado que sabes que estamos perdendo tempo pensando numa solução para esse medo terrível de um dia fazer falta.
Minhas desculpas e promessas, remessas de nossas  manhãs do tempo que passou.
Tuas perguntas, inunda minha memória de lembranças rabiscadas nos sóis sorrindo no parede.
No final de tarde não tarda de tudo mudar. Para onde nossa vida andou que desandou a gente de não se encontrar?
Quantas vezes mirei teus olhos na esperança que fosse tudo eterno e quando me desconcerto tentando explicar toda essa distância, você sorri, feito criança, dizendo que tudo vai ficar bem.
Vou me despir e despedir dos lamentos, lamúrias e gravetos do chão, dos bancos dessa praça, do quarto dos meus pais.
Faz tantos anos que nem lembro mais..
Mais calmo, respiro algo, sensação de frio e solidão tomam conta das paredes dos apartamentos, as cidades grandes contemplam e vomitam saudades, e você acorda cedo para pegar a estrada, deixando a porta aberta, deixando tudo dar errado, fazendo questão de se esconder desconcertada.

Vem, que teus olhos me chamam, e não sei onde está, mas te encontrarei, sentindo que nada foi em vão.

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