quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Morango e Chocolate

Sei que tem nessa tristeza qualquer coisa de esperança, feito a bailarina menina dos teus olhos que quando chove se tranca em casa, que passa e não observa a beleza da praça, do vazio dos bancos e da cruz pendurada no meio do caminho.
Em cada sorriso forçado, retirando os escombros e entulhos da alma, como se fosse fácil fazer o mundo acreditar na sinceridade de uma solidão, era mais que isso... A gente tinha muito o que dizer.
O desespero de querer dar certo sufoca e constrange, talvez seja essa a verdadeira dor;  aquela saudade que acomoda a solidão nos braços, um medo desgraçado do "como será daqui pra frente", sempre em frente olhando para trás com olhar pesaroso. Fugi o quanto pude dessa lembrança, mas está consumado, em minha cabeça dei fim ao que meu peito ficou meio balançado, por mais que eu escolha a razão, eu ainda tenho muito o que saber dos caminhos do mundo.

Ontem lembrei de você, queria te falar das noites que chorei pensando, dos dias que perdi lembrando, das horas que me pegava perdido mirando o nada, do tempo que pregava que o tempo era meu escravo e eu dono do meu destino. Hoje, fraco e esquecido, admito, o tempo é meu senhor, meu dono e diretriz, e enquanto puder, vou sentir muita falta sua e ainda assim fingir que sou feliz.

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