sábado, 23 de maio de 2020

Nascida em...

Eu vou cantar os contos escondidos, mesmo que a parede seja um reboco noviço, são 23 do mês e mais uma vez eu esqueço da minha vida, de como poderia ser feliz.
Cada encanto ameno das mais vaidosas filosofias, quatro ou cinco crianças na água fria de um clube qualquer. Nessa rua onde passam os carros você espera por qualquer dos lados o sumir ou aparecer do bem querer que vem de longe, por assim dizer, eram sempre tardes e noites do melhor final de semana que existe.
Olha o sol que não queima o sal que não esquenta, a praça ornamento, uma cidade totalmente diferente. Jamais esquecerei do chão gelado e da janela fechada,  da calle junin que grita assim pra mim: volta o tempo ou nada presta, pois em inglês a gente conversa esperando tudo fazer sentido.
Aliás, de sobrancelhas tortas, na praça dos namorados alguém poderia ver o errado sendo feito, ou em outras praças noturnas com chuva e visão embaçada: olha pode ser ele naquele carro prata.
De conhecer a verdade e ser reconhecido por ela de viver em sítios e situações... Terras secas e sertões, um homem sério que se foi, mas logo hoje... De um lugar de águas quentes e pessoas fervendo de muitos sorrisos... Não tem uma ordem certa, mas o certo é que me perdi e isso muita falta faz.

2 comentários:

  1. Quando venho ler você aqui imagino o que estava sentindo quando escreveu, e me vem o poema de Fernando Pessoa:

    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.
    E os que leem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.
    E assim nas calhas de roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.


    Ahhh, mas o que eu quero deixar mesmo pra você é esse:

    Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro.
    Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos.
    Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir.
    Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo.
    Que tenham ideais e medo de perdê-lo.
    Que amem ao próximo e respeitem sua dor.
    Para que tenhamos certeza de que:
    “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”.
    Carlos Drummond de Andrade

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