segunda-feira, 22 de junho de 2020

A rua da tua casa.

A cada dia que passa a dor passa, mas nessa rua vazia ninguém passa, chove todo dia e o sol tem pressa e agonia.
Tuas coisas que ficaram empoeiradas, a bateria do carro que pode pifar, tuas roupas sujas e as plantas para regar.
Tudo vai ficar ali parado, para sempre, eternamente até o fim dos tempos, até um dia (amanhã quem sabe) alguém entre e se comova, mova os móveis do lugar e te acene melhoras.
Vão vender a prataria, livros velhos e outras velharias, um sentimento amargo que as  coisas boas podem mudar.
Ainda distante alguém engole um seco, sabe que se fecha o cerco, poucos conseguem descansar. Haveria de voltar em verões e nas manhãs de setembro, quando a cidade toda se arruma e prepara para festa, mas não aqui, não essa rua.. Aqui ninguém passa e eu, passando por aqui, acredito que essa é a verdade.

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